Como diminuir o Imposto de Renda dos investimentos, sejam eles de renda fixa ou variável?
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Alguns ativos financeiros possuem a cobrança de Imposto de Renda sobre os seus rendimentos. E isso, claro, faz com que o retorno financeiro seja um pouco menor. Mas, por outro lado, tem como reduzir impostos em investimentos tanto da renda fixa, quanto da renda variável.
Para isso, conversamos com especialistas que trouxeram dicas para você conseguir economizar e receber um dinheiro a mais com os ativos financeiros. Veja só!
Como reduzir impostos em investimentos da renda fixa
Então, começamos apresentando formas de reduzir impostos em investimentos da renda fixa. E as dicas são:
- Opte por produtos isentos: “alguns exemplos são os títulos do Tesouro emitidos para educação e saúde, como Tesouro Educa+ e Tesouro Renda+. Além disso, também tem: debêntures incentivadas, Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)”, diz Marlon Glaciano, planejador financeiro e sócio da Invest Prime Planejamento Patrimonial.
- Prazos maiores: as taxas de IR sobre as aplicações de renda fixa possuem a cobrança de acordo com a tabela regressiva (22,5%, 20%, 17,5% e 15%). A porcentagem diminui conforme o prazo de aplicação aumenta. “Portanto, quanto mais tempo o dinheiro permanecer investido, menor a alíquota final”, comenta José Rubens Constant, especialista em investimento e advogado do JLegal Team.
- Previdência privada (PGBL e VGBL): planos de previdência podem ter regimes tributários que permitem diferir o pagamento de imposto ou reduzir a alíquota ao longo do tempo. Especialmente na tabela regressiva.
Como reduzir o IR na renda variável?
Já quando o assunto são as ações ou outros produtos da renda variável também tem como reduzir impostos em investimentos desse perfil.
- Aproveite a isenção mensal para ações: “a legislação prevê que vendas de até R$ 20 mil em ações no mesmo mês são isentas de IR sobre o ganho de capital. Desde que não sejam operações day trade. Desse modo, se o investidor respeitar esse limite, não pagará imposto sobre o lucro obtido nessas transações. Aliás, essa isenção mensal também pode ajudar a aumentar o custo de aquisição das ações com lucros”, ensina Constant.
- Compense prejuízos: é possível compensar prejuízos em meses anteriores com lucros futuros na renda variável. Por exemplo, se você teve perdas em um mês, pode usá-las para reduzir a base de cálculo do IR sobre ganhos em meses subsequentes.
- Fundos imobiliários (FIIs): embora os rendimentos mensais dos FIIs (dividendos) possam ser isentos de IR para pessoa física se atendidas certas condições, o ganho de capital na venda das cotas é tributado em 20%. “O investidor pode, porém, utilizar a compensação de prejuízos em outras operações de renda variável para diminuir o imposto incidente”, afirma o especialista.
- Reinvestir dividendos: “faça isso para aproveitar os efeitos dos juros compostos. Isso ao manter o foco em empresas de setores isentos ou com tributação reduzida, como algumas ligadas à infraestrutura”, explica Marlon Glaciano.
O que é planejamento tributário?
Vale saber, inclusive, que as dicas para conseguir reduzir impostos em investimentos fazem parte de um bom planejamento tributário.
“Impostos são o que, na prática fiscal, se classifica como um ‘tributo de arrecadação não vinculada’. De forma que os valores arrecadados a partir de impostos podem ser empregados de acordo com a análise de necessidade e oportunidade da administração pública. O que compõem o orçamento geral do governo”, explica Igor Machado, especialista em investimentos e advogado do escritório Meirelles Costa Advogados.
No Brasil, a tributação sobre investimentos é definida pela legislação com base em diversos fatores, como a natureza do produto financeiro, a política fiscal e a intenção de incentivar ou desestimular determinadas atividades econômicas.
Para onde vão os impostos sobre investimentos?
Desse modo, os valores arrecadados com Imposto de Renda sobre ganhos de capital e rendimentos de renda fixa e variável, entre outros, são direcionados aos cofres públicos da União.
“Esse montante é utilizado para financiar despesas e investimentos do governo, [como saúde, segurança pública, educação, infraestrutura]”, afirma Constant.
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