Papel ou tijolo: qual é o melhor fundo imobiliário no atual cenário?
Com a atual alta dos juros, os fundos imobiliários de tijolo ou de papel podem ser boas opções de investimento. Então, pedimos suporte para Danilo Bastos, analista da Ticker Investimentos, para saber qual investimento é mais vantajoso no atual cenário. Acompanhe:
FIIs de tijolo: uma construção para o longo prazo
Os fundos imobiliários de tijolos são “pedaços” de um imóvel (ou conjunto de imóveis), tais como shoppings, galpões logísticos, prédios corporativos, além de terrenos.
A remuneração vem dos alugueis pagos pelos ocupantes dos imóveis. Importante ressaltar que o investidor não tem direito ao imóvel em si, apenas aos rendimentos dos alugueis que compõem o fundo.
E ainda, segundo Danilo Bastos, analista da Ticker Investimentos, “hoje tudo está em queda, mas a gente vê um desconto maior nos fundos de tijolos”. “E, com a renda fixa pagando bem, os investidores acabam vendendo os fundos imobiliários para aplicar na renda fixa”. Sim, os FIIs são enquadrados na classe da renda variável de investimentos.
No entanto, para o analista, o problema é ainda mais complexo. “O investidor não diversifica a carteira, com objetivos de curto, médio e longo prazo. De maneira geral ele investe sem estratégia: simplesmente vê o que está pagando mais naquele momento e investe”, diz.
O investimento em fundos imobiliários de tijolos está diretamente relacionado à valorização do imóvel. “E sabemos que isso não acontece do dia para a noite”, completa.
Dividendos de FIIs de papel
Os fundos de papel são títulos de crédito atrelados ao setor imobiliário. Os dividendos veem da rentabilidade de papeis que você adquiriu, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Hipotecárias (LHs).
“Geralmente os papeis pagam mais dividendos porque estão indexado à inflação e ao CDI. E a gente vê uma tendência de alta em ambos”, afirma Bastos. “Isso faz com que os dividendos dos fundos de papel sejam maiores”, completa.
No entanto, o analista alerta: não invista somente num tipo de fundo ainda que os fundos de papeis sejam mais rentáveis à primeira vista. “Todo o retorno do fundo de papel vem de dividendo. Só que isso não significa que o seu patrimônio vá aumentar”.
Em quais FIIs investir?
Por fim, a sugestão de alocação é investir em torno de 60% no tijolo e o restante em FIIs de papel. “Assim você aproveita o melhor dos dois fundos: de um lado tem a construção de um patrimônio e, de outro, tem os dividendos provenientes dos papeis”, conclui.
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