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Quer pagar como? Além do Pix, Drex, tokens e criptos logo estarão na sua carteira digital

O advogado Bruno Balduccini afirma que a nova regulamentação do Banco Central para ativos virtuais vai provocar uma revolução nos pagamentos instantâneos no Brasil

Você termina o almoço e pede para fechar a conta. Confere o aplicativo do banco e percebe que está prestes a entrar no cheque especial. O cartão de crédito já bateu o orçamento do mês. Então, abre a carteira digital e lembra que tem um Tesouro Direto de resgate imediato via token, e é essa sua escolha.

Em seguida, vai para uma concessionária de veículos, onde tinha agendado a troca do seu seminovo por um zero quilômetro. Então, fecha o negócio instantaneamente pagando com o Drex, o real digital, o que lhe poupa algumas horas de burocracia e uma visita ao cartório.

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    Em breve, essas são algumas facilidades de pagamentos que estarão presentes na rotina das pessoas.

    Quem diz isso é Bruno Balduccini, sócio do escritório de advocacia Pinheiro Neto e uma das maiores autoridades em inovação financeira no Brasil.

    No curículo, Balduccini tem a experiência de ter montado a estrutura jurídica que levou ao mercado mais de 50 bancos digitais e fintechs, incluindo Nubank (ROXO34), Mercado Pago e PagSeguro.

    Token, um ‘escambo’ regulamentado

    Em entrevista à Inteligência Financeira, o especialista prevê que a próxima grande onda de inovação financeira no Brasil pós-Pix será ampliação dos meios de pagamentos.

    “Aos poucos, os meios tradicionais de pagamentos vão começar a aceitar que você pague algo sem necessariamente você ter o dinheiro tradicional”, disse Balduccini.

    Entre outras possibilidades, diz ele, isso vai permitir monetizar ativos que hoje não são meios de pagamentos.

    Para ilustrar esse cenário, recebíveis de uma infinidade de ativos poderiam ser tokenizados. E, aliados a instrumentos como cartões de crédito, por exemplo, também se tornar meios de pagamentos.

    “Um recebível de um contrato de soja poderia ser usado para pagar um café”, disse. “É um escambo”.

    Para o advogado, o gatilho para essa onde de novos meios de pagamentos deve ser a conclusão da consulta pública do BC que propõe regulamentar a prestação de serviços de ativos virtuais, em andamento.

    Meses após a conclusão da consulta, o BC pode trazer a regulamentação do tema, o que poderia acontecer ainda em 2025.

    Pix global parcelado?

    Os comentários de Balduccini sublinham como o Brasil deve seguir na vanguarda da inovação financeira, agora com foco em multiplicar os meios de pagamentos digitais.

    O Drex, por exemplo, está em fase de testes e poderá ganhar tração ainda 2025, após o Banco Central validar protocolos de segurança.

    Simultaneamente, as instituições financeiras vêm desenvolvendo mais iniciativas para uso de tokens.

    Tanto no tokens como no Drex, contudo, o uso massificado depende de mudanças na lei, lembrou Balduccini.

    Enquanto isso, iniciativas isoladas já vêm permitindo que as pessoas paguem com o Pix usando um leque crescente de possibilidades, inclusive para compras no exterior.

    Além de Argentina e Paraguai, brasileiros já têm conseguido fazer compras em Miami usando o Pix parcelado, uma inovação ainda não regulamentada nem no Brasil.

    Após boom de fintechs, BC fecha porta; algumas vão desaparecer

    Na entrevista, Balduccini também explica que, após anos de crescimento acelerado, as fintechs no Brasil estão entrando num período de consolidação.

    Isso reflete a piora do cenário macroeconômico mais adverso no país, com inflação e juros altos, o que diminui as chances de sucesso de negócios de risco, como no caso dos bancos digitais.

    Além disso, pontuou ele, o BC passou a adotar medidas para ampliar a regulação e a fiscalização do setor, em parte como resultado de casos de irregularidades e lavagem de dinheiro.

    Além disso, o dinheiro de grandes investidores globais.

    “Algumas vão fechar, outras serão vendidas”, disse ele, revelando que o próprio Pinheiro Neto ajudou recentemente “três ou quatro” delas nesse tipo de transição.

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