Qual é o impacto da alta da Selic nos financiamentos imobiliários?

Entenda como o aumento dos juros afeta os financiamentos e os imóveis na planta

A recente alta da Selic, a taxa básica de juros da economia, impacta diversos setores, e o mercado imobiliário é um deles. Atualmente em 10,75%, a Selic serve como parâmetro para as demais taxas de juros do mercado, e sua elevação tende a encarecer o crédito. 

Para quem vai comprar um imóvel financiado, isso significa parcelas mais altas e condições de financiamento menos acessíveis.

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    Entender como essas mudanças podem influenciar o sonho da casa própria e o impacto da Selic nos financiamentos imobiliários é essencial para quem está planejando adquirir um imóvel nos próximos meses. 

    Qual é a relação entre a Selic e o financiamento imobiliário?

    Para entender a relação entre a Selic e os financiamentos, é importante compreender também a dinâmica dos contratos relacionados à compra da casa própria.

    Paula Bezzo, planejadora CFP pela Planejar, explica que atualmente o modelo de contrato SAC é o mais comum no mercado. Nesse tipo de contrato, as prestações são decrescentes e compostas por uma taxa fixa mais uma taxa referencial, a TR. 

    “Essa taxa fixa sofre grande influência da Selic. Quando a taxa sobe, os custos do financiamento imobiliário também tendem a aumentar. Além de elevar as taxas oferecidas pelos bancos, a capacidade de financiamento de uma família fica reduzida, pois as parcelas ficam maiores, o que dificulta o acesso ao crédito”, comenta Paula. 

    Impactos da alta da Selic nos financiamentos em andamento

    Para quem já tem um financiamento em andamento, o impacto depende dos termos acordados previamente.

    “Se for um contrato com taxas fixadas do início ao fim, essas não sofrerão alterações. Por outro lado, se o contrato tiver taxas híbridas, como pós-fixadas ou atreladas à inflação, haverá, sim, um aumento nas parcelas”, explica Paula. 

    Quem adquiriu um imóvel na planta também sente os efeitos. “Geralmente, as construtoras usam o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) para corrigir os aportes e reforços ao longo do tempo. Esse índice também sofre influência da Selic. Portanto, quem comprou um imóvel na planta e tem a correção do INCC provavelmente verá um aumento nas parcelas da obra”, afirma Paula. 

    Além disso, o financiamento após a conclusão definitiva do imóvel também pode sofrer alterações. “Quem já comprou o imóvel na planta e está prestes a receber as chaves não pode esperar alguns meses para fazer o financiamento. A única opção é aceitar as taxas do momento. Nesse contexto, muitos acabam recorrendo ao distrato”, explica Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário e sócio da Tapai Advogados. 

    Segundo a legislação vigente, se o comprador desiste do negócio e pede o distrato, ele pode perder até metade do valor já pago à incorporadora, gerando um prejuízo significativo. Por isso, é fundamental preparar bem as finanças antes de assumir esse compromisso. 

    É um momento ruim para financiar um imóvel?

    Na visão da planejadora, é importante lembrar que comprar um imóvel é uma decisão que vai além de aspectos financeiros e da alta ou baixa da Selic.

    “Para algumas pessoas, isso significa segurança; para outras, qualidade de vida. Do ponto de vista financeiro, contratar um financiamento pode parecer uma decisão ruim, pois é uma dívida. Mas é uma dívida que constrói patrimônio”, ressalta. 

    Portanto, é essencial fazer um planejamento financeiro adequado e avaliar a real capacidade de pagamento de uma dívida de longo prazo.

    Além disso, é importante comparar as ofertas e modalidades disponíveis, levando em consideração não apenas o valor da prestação, mas principalmente a taxa de juros efetiva. Sempre que possível, dar uma entrada maior pode ajudar a reduzir os juros ao longo do processo. 

    “Também é importante lembrar que o financiamento é um compromisso de longo prazo. É fundamental entender seu momento de vida e a estabilidade da sua renda. Muitas vezes, a escolha por um financiamento não é apenas uma questão financeira, mas pode se tornar um limitador para mudanças e dinamismo na vida. Vale a pena avaliar mais do que apenas a questão do dinheiro”, finaliza Paula.

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