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A faxina sueca da morte, ou Döstädning, envolve organizar pertences e preparar questões financeiras antes de falecer. Comum a partir dos 50 anos, essa prática ajuda a evitar que a família se sobrecarregue com a gestão de bens e pendências financeiras. Discutir doação de órgãos e heranças em vida pode salvar vidas e reduzir conflitos familiares. A reforma tributária pode impactar a sucessão patrimonial, tornando a transferência de bens mais onerosa.
Já ouviu falar em faxina sueca da morte? Pois é sobre esse o tema da coluna de hoje. Então, vale saber que esse termo tem relação com a ideia de organizar os pertences e preparar questões financeiras antes de falecer. Sei que isso pode soar desconfortável, mas essa prática sueca chamada Döstädning, traduzida como faxina sueca da morte, vem ganhando popularidade.
A Döstädning envolve o ato consciente de colocar as coisas em ordem. Seja organizando bens, documentos ou mesmo eliminando aquilo que não tem mais valor. Desse modo, a prática da faxina sueca da morte pode ser feita por pessoas de qualquer idade. Mas é especialmente comum a partir dos 50 anos de idade.
Ou seja, quando as pessoas desejam simplificar sua vida e evitar que a família se sobrecarregue com a gestão de pertences e pendências financeiras após sua partida.
Faxina sueca da morte: conversas duras para se ter
A Döstädning vai além da organização de objetos. Trata também da necessidade de discutir assuntos importantes em vida, como doação de órgãos e a organização de heranças.
Por isso, ter conversas abertas sobre a doação de órgãos pode não só salvar vidas, mas também evitar decisões difíceis para os familiares. Já no que tange à herança, planejar em vida, como realizar doações antecipadas e definir claramente o destino dos bens, reduz potenciais conflitos entre a família e custos envolvidos no inventário.
Assuntos tabus
Não sei se você já leu o livro “As Intermitências da Morte”, de José Saramago. É um romance provocativo e filosófico que explora um dos maiores mistérios e inevitabilidades da vida: a morte. O livro, então, começa com uma premissa fascinante: em um país fictício, a morte simplesmente decide parar de atuar. A partir de um certo dia, ninguém mais morre, criando uma série de consequências inesperadas e caos social.
Claramente, este é um cenário impossível. Mesmo sabendo que a morte é uma certeza e que o dinheiro é importante, hoje falar sobre esses dois temas ainda é um tabu em muitas culturas. A combinação desses assuntos é muitas vezes evitada, pois nos obriga a confrontar nossa própria mortalidade e também a lidar com a realidade financeira de forma transparente.
Evitar essas conversas pode causar mais problemas a longo prazo. Sem uma discussão clara sobre como os bens serão distribuídos, os herdeiros podem enfrentar surpresas desagradáveis e conflitos familiares desnecessários.
Faxina sueca da morte: como a reforma tributária pode afetar o cenário
Instrumentos disponíveis para um planejamento inteligente
Felizmente, existem vários instrumentos no mercado financeiro que permitem um planejamento sucessório eficiente. Entre as opções mais comuns estão as holdings familiares, que permitem a concentração de bens em uma entidade jurídica, facilitando a gestão e sucessão desses ativos.
Outra opção interessante são os seguros de vida, que oferecem liquidez imediata e são isentos de tributação no Imposto de Renda. Fundos de investimento também podem ser organizados para facilitar a transferência de patrimônio de forma menos custosa e mais eficiente.
O conceito da faxina sueca da morte nos lembra que encarar a vida com consciência também envolve preparar o terreno para aqueles que amamos.
Falar abertamente sobre morte, dinheiro e sucessão, portanto, pode ser a chave para garantir que as futuras gerações enfrentem menos desafios ao lidar com o que deixamos para trás.