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Vale a pena pegar um empréstimo para pagar todas as dívidas?
Quando uma pessoa fica inadimplente, ou seja, não consegue pagar suas dívidas, precisa tomar uma decisão para conseguir lidar com esse problema. Uma das opções é pegar um empréstimo para quitar as pendências e ficar apenas com uma nova conta. Mas será que compensa fazer essa troca?
Segundo a economista especialista em mercado de capitais Ariane Benedito, a resposta é… depende.
De acordo com ela, essa troca só vale a pena se os juros do novo empréstimo forem bem menores do que você paga atualmente.
“Nessa situação, você só está trocando uma dívida por outra. A dívida não acaba com esse pagamento. É uma outra obrigação, e só vale a pena se tiver um custo muito menor, e esse custo é o juro”, afirma.
Como saber se o empréstimo vale a pena?
Para Querli Tolfo, especialista em Educação do Ailos, essa análise sobre como pagar as dívidas precisa ser feita listando as dívidas e a taxa de juros de cada uma delas.
“Cartões de crédito e de financeiras (como as que estão por trás de cartões de grandes varejistas), costumam ter as taxas mais altas do mercado, por exemplo”.
Depois disso, a indicação é que o endividado vá até sua instituição financeira de preferência e busque uma simulação de empréstimo para quitação total dessa dívida no mercado.
“É com base nessa simulação que você entenderá se vale a pena ou não, porque além dos juros e taxas, você precisa analisar quanto tempo vai levar para quitar completamente seu endividamento e se esse valor cabe no seu orçamento a longo prazo”, aponta ele.
Outras alternativas para lidar com as dívidas
Quando o empréstimo não é uma opção viável, outras alternativas podem ser importantes para sair da inadimplência.
Contudo, sempre é necessário começar pela listagem de todas as dívidas e suas informações.
“O ideal é que essa pessoa esteja disposta a usar um material, seja um aplicativo, uma planilha, um caderninho. Listar todas as dívidas, desde as menores até as maiores”, destaca Ariane Benedito.
Para Tolfo, uma das estratégias após esse levantamento é procurar os credores e buscar uma negociação direta. Aproveitar o 13º salário, o adicional de férias e outras rendas extras são boas opções.
“Essa negociação pode ser uma quitação total do valor com um abatimento nos juros ou ainda, se a renda extra não estiver disponível, uma negociação de prazo, para que, mesmo estendendo o tempo da dívida, você tenha um fôlego, com um dinheiro em caixa”, diz ele.
A economista ainda ressalta que muitas instituições, principalmente bancos, geralmente acatam o valor que o inadimplente tem naquele momento para pagar essa dívida, para garantir que receberão algum valor de volta. Por isso, essa é uma boa opção.
Outra alternativa é dar prioridade para as dívidas que têm os juros mais altos e tentar negociá-las para que seu pagamento caiba no orçamento pessoal.
Dicas para abater as dívidas
Para quem decide pelo empréstimo, Ariane Benedito afirma que se a opção do inadimplente for pegar o volume todo do empréstimo e depois renegociar essas dívidas, ele vai ter um poder de barganha maior.
Ou seja, dinheiro líquido para negociar com a instituição o valor de pagamento e conseguir descontos maiores.
Outra dica dada por ela na hora de renegociar é ir direto na fonte onde a dívida foi feita.
“Em muitos momentos, as empresas utilizam de terceirizadas para fazer essa negociação, que tiram seu faturamento no spread dos juros que conseguem aplicar. Por isso, o ideal é que o inadimplente vá direto na fonte onde ele adquiriu essa dívida para tentar o melhor valor”.
No caso de quem busca um empréstimo para quitação de todas as dívidas, o especialista em educação financeira do Ailos aponta alguns passos como:
- Pesquisar a melhor proposta entre diferentes instituições financeiras, considerando juros e prazo de pagamento;
- Com dinheiro do empréstimo em mãos, usar todo poder de barganha que a quitação total da dívida te permite, negociar juros para pagar a menor taxa possível;
- Caso não seja possível a quitação total, busque abater primeiro as dívidas com maior taxa de juros.
“O mais importante é lembrar, em todos os casos, de manter seu orçamento pessoal atualizado e realizar uma análise periódica do orçamento para controlar a quitação das dívidas, possíveis desvios no orçamento que possam impactar negativamente no resultado, dando tempo para ajustes rápidos. Com isso, além de organizar, analisar e controlar seu orçamento, você consegue visualizar a sua dívida sendo quitada e abrindo espaço para sonhos e investimentos”, completa.
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