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Como você percebe a sua realidade financeira?
Primeiro estudo brasileiro sobre dismorfia financeira aponta que 70% dos entrevistados não usam palavras positivas para falar de suas finanças
Você já ouviu falar em dismorfia financeira? Esse termo se refere a como a gente percebe a nossa realidade financeira. E veja só, para 7 em cada 10 brasileiros, quando o assunto envolve as finanças, as palavras de resposta são negativas. Isso foi o que apontou o primeiro estudo brasileiro sobre dismorfia financeira produzido pelo will Bank.
Aliás, vale entender que o termo dismorfia é bastante utilizado na medicina. Afinal de contas, ele é designado para tratar uma condição mental relacionada ao transtorno de imagem.
Então, o que acontece é que algumas pessoas se preocupam de forma excessiva com o próprio reflexo em frente ao espelho. E isso faz com que esses indivíduos se incomodem profundamente com defeitos imaginários ou triviais em seu corpo.
A dismorfia financeira é algo bem parecido. Isso porque o termo tem relação com aquelas pessoas que não se sentem parte de um padrão criado por quem já tem dinheiro.
Então, as pessoas que possuem esse problema não conseguem perceber que já cresceram em relação às finanças. Elas querem sempre alcançar um patamar que, muitas vezes, pode ser inalcançável.
“Todo mundo tem um padrão que não chegou e é móvel. E isso gera toda uma angústia, insatisfação e desconforto da relação com o dinheiro”, pontua Leandro Thot, gerente de marketing do will Bank e que ajudou na condução da pesquisa que entrevistou 2 mil brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país.
Desse modo, a dismorfia financeira traz à tona algo que está constantemente no dia a dia dos brasileiros: o fato do dinheiro moldar o comportamento dessas pessoas.
E aí, entra em jogo um grande problema: a relação desses brasileiros com a conta bancária. E essa relação, muitas vezes, é inconsequente.
Afinal, para as pessoas com dismorfia financeira, por menos dinheiro que se tenha, é preciso fazer de tudo para ter a sensação de pertencimento associada à grana.
O porém é que, algumas vezes, esse desejo por algo que não se tem, pode envolver coisas supérfluas. E isso para compensar alguma falta do passado, por exemplo.
Sabe aquele brinquedo que você não pôde comprar na infância ou adolescência? Então, muitos brasileiros acreditam que podem curar esse trauma comprando o tal produto. E quando a gente diz “muitos brasileiros” é porque são muitos mesmos. Tanto que na pesquisa foi identificado que 79% dos entrevistados afirmaram ter desejo de consumir hoje em dia muitas coisas que queriam quando crianças. E isso também entra dentro da dismorfia financeira.
“Fechar os olhos para gastos banais significa sofrer com a conta quando o fim do mês chega. Por isso, ter consciência da própria situação financeira, mas, ainda assim, querer viver experiências que não correspondem a essa realidade, faz com que tudo seja meio provisório, sem despertar aquela sensação de pertencimento. É o que chamamos de comportamento de turista: aproveitar as coisas apenas de passagem, como se estivesse visitando – e, ao virar as costas, tivesse que voltar para a sua realidade”, comenta Ana Coelho, gerente de relações com a sociedade do will Bank.
A questão é que todos nós, independentemente de faixa etária, classe social e financeira, estamos sempre em busca de algo mais. Até aí, está tudo bem. Afinal de contas, é interessante querer crescer. Por outro lado, é importante olhar para trás e identificar tudo o que já se foi conquistado. Focar nisso, e a partir daí, fazer tentativas para conseguir mais.
E o que vai lhe ajudar nisso não está no consumo, mas sim no planejamento financeiro. Por isso, se organizar, ter uma boa planilha de gastos (e a gente pode te ajudar com essa empreitada aqui), e claro, investir, são premissas que devem estar no seu dia a dia.
Desse modo, o crescimento vem, e sabe o que é melhor? Ele vem de forma concreta, com retorno, sem o medo do boleto no fim do mês, e claro, sem essa tal de dismorfia financeira. Pense nisso!
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