Cuidado neste Carnaval: golpes vão desde maquininhas adulteradas a senhas roubadas

Veja como se proteger, redobrando a atenção com celular e cartão

O Carnaval 2024 está aí. Enquanto você se anima com purpurina e fantasias, os golpistas também vão se organizando. E, para você não cair em fraudes na folia, é importante saber quais são os golpes da moda e o que você deva fazer para se proteger. Por isso, a seguir, a gente te mostra quais são as principais fraudes que acontecem durante as festas de rua. Fique atento!

Quais são os principais golpes no Carnaval

Seja no bloquinho ou atrás do trio elétrico, é importante cuidar bem da carteira e do celular para evitar os golpes no Carnaval. Veja o que fazer:

1. Golpe da maquininha de aproximação

Enquanto você está sambando, criminosos estão se articulando. Eles, então, aproximam a maquininha do seu cartão – que pode estar no bolso, na carteira ou na bolsa – e realizam um pagamento por aproximação. Você nem percebe.

E o pior: você só fica sabendo quando a fatura chega ou se o administrador do cartão te mandar o aviso.

Segundo o advogado Feliciano Lyra Moura, sócio do Serur Advogados, a sensibilidade das máquinas está mais avançada.

O golpista pode até usar um dispositivo pequeno, se aproximar da vítima e captar o sinal de um cartão

Feliciano Lyra Moura, advogado

Mas vale saber que as tecnologias por aproximação ocorrem na distância máxima de até 4 cm entre a máquina e o cartão. Ou seja, você precisa estar bem próximo da máquina para que este golpe funcione.

Desse modo, o que fazer para evitar este golpe de Carnaval? Feliciano Moura e Fernando Guimarães, diretor-geral da Stone Age avisam:

  • Mantenha seus cartões por aproximação em uma carteira com proteção a leitura (chamada de “carteira para cartões RFID”);
  • Proteja o cartão com papel alumínio;
  • Reduza o limite do cartão para o mínimo;
  • Ative o o modo alerta de utilização de cartão, para que toda operação realizada com o cartão seja avisada no seu celular

Além disso, o Procon-SP alerta para você desativar essa função de pagamento. Para isso, basta entrar em contato com o banco.

2. Golpe que bloqueia pagamento por aproximação

Esta é um golpe de Carnaval que surgiu há poucos anos. “O consumidor tenta fazer o pagamento por aproximação e é negado. E aí, ao colocar o cartão na máquina, todos os dados são clonados por um programa espião”, explica Victor Hugo Ereira Gonçalves, presidente do Instituto Sigilo.

Na maioria dos casos, o vendedor não é o responsável pelo golpe. Isso porque, geralmente, os bandidos entram em contato com o comerciante dizendo que são funcionários das empresas das maquininhas de cartão e precisam realizar uma manutenção no aparelho.

Em seguida, os criminosos pedem para que o vendedor baixe um arquivo por meio de um link.

Ao clicar neste endereço, um vírus é instalado no sistema. Os bandidos, então, passam a ter acesso remoto ao programa que fica conectado à máquina de cartão. Eles podem, inclusive, enviar mensagens falsas de erro na tela do aparelho.

“O cliente deve saber que não existe ‘falha na leitura por proximidade’, principalmente se o chip do cartão estiver em perfeita operação. O máximo que pode ocorrer é realizar o pagamento por aproximação e a maquininha solicitar a senha para validação em duas etapas”, afirma Moura.

Sendo assim, se este golpe de Carnaval acontecer com você, não insira o cartão na máquina. Desista da compra caso tenha tentado novamente pagar por aproximação e não consiga.

3. Golpe da troca de cartões

De acordo com os especialistas, esta fraude funciona assim: durante a compra, o criminoso decora sua senha. Ele, então, troca o cartão da vítima por outro.

Portanto, jamais entregar seu cartão. “Não há qualquer sentido em passar o cartão para outra pessoa. Afinal de contas, a inserção do cartão com chip na maquininha é feita pela própria pessoa, assim como no pagamento por aproximação”, aponta Moura.

Além disso, é importante ficar atento para que outras pessoas não vejam sua senha. E importantíssimo: não compre se a maquininha estiver com o visor quebrado ou não permite a leitura dos dados.

O Procon-SP aponta também que é importante ficar de olho se os números da senha aparecem na tela da maquininha enquanto você passa o cartão. Isto não pode acontecer de maneira nenhuma.

Caso seja muito necessário entregar o cartão para outra pessoa, verifique sempre se o vendedor devolveu o seu cartão. Para isto, claro, basta olhar o nome impresso no objeto.

E não anote a senha do cartão.

4. Furtos de celulares

Smart phone chama a tenção dos criminosos. Portanto, evite tirar fotos no meio da multidão.

Ao furtar o seu celular, os ladrões repassam rapidamente o aparelho para um técnico que quebrará a criptografia do celular. Assim, ele tem acesso aos aplicativos de bancos, por exemplo.

E. então, o que fazer? “Nunca deixar o login automático em contas digitais e de e-mail. Lembrando que o e-mail é utilizado para recuperar a senha de acesso aos aplicativos de bancos e carteiras digitais”, afirma Fernando Guimarães.

É importante também habilitar a utilização do cartão em carteira digital apenas com senha. “O conjunto aleatório de números e letras tem que proteger não só o acesso ao cartão como também na realização de compras”, alerta Marcos Poliszezuk, sócio-fundador do Poliszezuk Advogados.

Outra dica é ter apenas um aplicativo de banco no celular. “Deixar nessa conta o mínimo necessário para sua utilização diária ou semanal. E se isto não for possível, vale ter um segundo aparelho”, explica Feliciano Moura.

Caí em um golpe de Carnaval: e agora?

Se durante a folia você sofrer um destes golpes de Carnaval, muita calma. O primeiro passo é entrar em contato com o banco do seu cartão – ou da carteira digital – e bloquear. Além disso, comunique o roubo e as transações fraudulentas.

Em seguida, faça um boletim de ocorrência virtual. São Paulo, o site da polícia é este. Esta atitude, além de facilitar o processo de contestação da compra, ajuda a polícia a ter estatística que ajudam nas investigações e no combate aos crimes.

E caso a instituição financeira se recuse a restituir o valor fraudado, vale procurar o Banco Central para a abertura de uma queixa, além do Procon e dos Juizados Especiais.