Quer viajar com o bolso cheio? Veja como investir e fazer o dinheiro render antes da decolagem
De acordo com especialista, há investimentos que oferecem boa rentabilidade e liquidez, mesmo no curto prazo
Se você já criou o hábito de economizar com antecedência para viajar, parabéns, você está no caminho certo. Mas a pergunta que fica é: se eu vou viajar em 3 ou 6 meses, por exemplo, onde eu deixo o dinheiro? Como fazer o dinheiro render?
O maior segredo é olhar para a liquidez do investimento, sem descuidar da rentabilidade. “Ao aplicar esse valor, é importante buscar a maior segurança possível e liquidez rápida, permitindo resgatar os valores de maneira ágil, simples e segura”, explica Rafael Li, assessor de investimentos da Miura Investimentos.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Como fazer o dinheiro render rapidamente?
Antes de mais nada, é importante alinhar as expectativas. Investimentos com alto potencial de rentabilidade em pouco tempo também vem acompanhados de uma dose maior de risco. Portanto, para quem busca um investimento temporário deve saber que haverá um certo risco.
“Investimentos para objetivos e prazos mais curtos existem, sendo as mais utilizadas as que mantém a segurança e a rentabilidade nesse período, como os CDBs de liquidez diária, o Tesouro Selic, e as LCIs e LCAs de vencimentos curtos“, afirma Rafael Li.
Últimas em Consumo
Dos ativos citados, o especialista ressalta os CDBs e o Tesouro Selic, que permitem que você tenha liquidez para alguma eventual necessidade. LCIs e LCAs têm prazos de vencimento a partir de 3 meses.
No entanto, importante ponderar que CDBs e títulos do Tesouro Direto tem tabela regressiva de tributação. Dessa maneira, a retirada antes de 180 dias implica na maior alíquota de tributação possível, de 22,50% sobre a rentabilidade. LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda.
As opções citadas são consideradas seguras. Rafael Li explica que os títulos do Tesouro Direto contam com a garantia do Estado brasileiro. Da mesma maneira, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante as aplicações em CDBs, LCIs e LCAs até o limite de R$ 250 mil por instituição.
Portanto, o cálculo a ser feito pelo viajante é pensar quando o dinheiro será necessário. E assim filtrar as opções citadas acima para selecionar apenas aquelas que permitam resgatar o recurso da data da decolagem.
E a poupança? Será que finalmente chegou a vez dela?
A poupança é a modalidade de investimentos mais conhecida e mais utilizada no Brasil, de acordo com dados da Anbima. No entanto, a caderneta não é recomendada por especialistas. Isso ocorre uma vez que ela é uma alternativa menos rentável a outras, como as citadas acima, que tem igual segurança e liquidez.
O fato de a poupança ser isenta de imposto de renda faz com que ela seja lembrada para prazos mais curtos. Contudo, de acordo com Rafael Li, mesmo assim a caderneta segue não sendo a melhor opção para o investidor também nesse cenário.
“No mercado de investimentos, existem outras opções que permitem a liquidez, têm melhor rentabilidade e a remuneração ocorre em todos os dias úteis”, explica ele. O especialista ressalta que na poupança os juros só são pagos ao investidor até a data do último “aniversário” da aplicação. Portanto, se a data ideal para a retirada não for exatamente a do aniversário, fatalmente vai se perder dinheiro.
Como fazer o dinheiro render parado na conta?
Outra alternativa que pode estar no radar do investidor são as contas oferecidas por bancos e fintechs que permitem que o dinheiro renda mesmo que parado na conta corrente. De acordo com o especialista, pode ser uma boa opção, desde que o investidor entenda certinho quais são as condições para esse rendimento e a retirada do dinheiro depositado.
“Existem diversas ofertas atrativas no mercado, mas é necessário avaliar e considerar se está alinhado com seus planos pessoais”, explica Rafael Li.
Por outro lado, o analista da Miura Investimentos pondera que o ideal não seja pulverizar demais os investimentos, o que pode afastar o interessado dos seus objetivos de investimento.
“Em alguns casos mais extremos, acontece de se pulverizar os investimentos em diversas ofertas de curto prazo, e o objetivo principal acaba sendo deixado de lado, perdendo oportunidades de médio e longo prazo que podem gerar uma rentabilidade maior”, disse ele à Inteligência Financeira.
Como organizar uma viagem?
Para quem gosta de viajar com regularidade, a primeira coisa é criar o hábito de guardar dinheiro para viajar. Mesmo que você não saiba para onde nem quando quer viajar, a ideia é que você já reserve uma parte da sua renda com essa finalidade
“Se você gosta de estar sempre viajando, a ideia é que você passa isso de uma forma perene, guardar um valor todo mês para viajar sempre”, explica o educador financeiro Thiago Martello. O objetivo é sempre conseguir viajar com tudo pago e assim não se desesperar nem durante a viagem nem depois, quando voltar para casa e dar de cara com os boletos.
Assim como os recursos que você já juntou, esse dinheiro deve ficar guardado em um investimento com liquidez para um prazo próximo ao da viagem, mesmo que você ainda não tenha a data exata. Não adianta guardar o dinheiro para viajar e ele estar preso em um ativo sem liquidez na hora que você quiser fazer o seu passeio.
Planejar a viagem com antecedência
O outro segredo importante é o da antecedência. Antecipando seus planos você consegue preços melhores de passagem e hospedagem, um benefício que as companhias aéreas e hotéis fornecem para que as empresas consigam se programar também para os voos e meses futuros.
Se a sua viagem for internacional, o seu planejamento também deve incluir a compra da moeda estrangeira do país que você vai visitar. Especialistas recomendam que você compre aos poucos e “faça um preço médio”, assim evitando sustos com a variação do câmbio.
“Se você for comprando aos poucos, você consegue uma boa taxa média. Aproveita nos momentos de baixa e não se expõe tanto aos momentos de cotação mais alta”, afirma Claudia Garcia, head de turismo da Frente Corretora.