A resiliência da inflação nos EUA e a alta do petróleo

Dados de inflação reforçaram a visão do “higher for longer”

Foto: Pixabay
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Tivemos os importantes indicadores de inflação nos EUA nesta semana. A inflação ao consumidor e ao produtor americano. Ambos os indicadores surpreenderam vindo acima do esperado pelo mercado. Sim, a inflação teima em não ir embora… segue se mostrando resiliente.

Mas houve uma boa justificativa para o aumento observado em agosto: o petróleo e seu impacto nos preços de gasolina e energia. Abrindo o dado, assim como esperado, o índice da gasolina foi o que mais contribuiu para o aumento mensal, respondendo por mais de metade do aumento.

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Já havia a expectativa de números que mostrassem alta frente aos dados reportados nos últimos meses por conta dos maiores preços de gasolina e seu impacto no índice cheio, reforçando a resiliência da inflação nos EUA que em 12 meses encerrou em 3,7% e no seu núcleo está em 4,3%, números bem acima dos 2% de meta do FED. Para o produtor, esperava-se 0,4% para o dado mensal, o qual veio em 0,7%.

Agora o impacto só não foi maior no mercado, a meu ver, porque olhando a tendência, vemos um núcleo inflacionário que segue cedendo. Em suma, apesar do dado forte, a tendência aparentemente segue benigna

Em linhas gerais, os dados de inflação nos EUA reforçaram a visão do “higher for longer”, ou seja, de que os juros devem permanecer elevados até que você veja um impacto maior especialmente no núcleo que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia.

Se “higher for longer” melhor aproveitar?

Como disse, os dados de inflação e em geral os dados da economia americana têm reforçado a aposta de que os juros devem permanecer em patamares elevados por um período mais longo que inicialmente se imaginava. No início desse ano, falava-se que os juros poderiam começar a ceder ainda em 2023.

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Isso vai ao encontro daquilo que já vimos acontecer no passado. Ou seja, que o FED mantém taxas elevadas por alguns meses antes de começar a mudar sua direção de política monetária.

E enquanto a taxa não baixa, o que temos visto é que grande parte dos agentes tem se aproveitado desses retornos mais altos que a renda fixa propicia.

“Smart Money” e “Money Market”?

Uma outra forma de ver isso é observar onde o chamado “Smart Money” tem se movido – são os recursos de gestores e profissionais qualificados do mercado. De um total de mercado de cerca de US$ 7 trilhões, aproximadamente US$ 1 trilhão foi alocado nos chamados “Money Markets”, essencialmente títulos de dívida soberana ou corporativa de curto prazo; e que outros US$ 236 bilhões foram alocados em bonds.

Olhando de outra forma, mas algo muito semelhante, ainda que o número final seja um pouco diferente do dado apresentado acima, vemos que o influxo para Money Markets levou esse segmento da renda fixa internacional alcançar recorde de alocação agora em 2023.

Mas não é só o chamado Smart Money que pode se aproveitar disso, a Avenue também oferece alternativas de Money Market Funds.

Outras coisas que chamam atenção:

Dólar…

Depois de dois anos de intensa valorização (de 2021 até setembro de 2022), o dólar vinha apresentando queda frente a uma cesta de moedas – a forma de vermos isso se dá através do DXY, que é um índice do dólar ante essa cesta de moedas. Quantos lembram daquelas manchetes que ouvimos do euro atingindo paridade frente ao dólar, ou mesmo a libra esterlina na mínima histórica frente à moeda americana? Pois bem, de setembro de 2022 para cá, o receio de uma recessão trouxe certa fraqueza ao dólar em nível global.

De julho para cá, ao passo que os dados mostram uma economia americana mais resiliente, o crescimento da China decepcionando e a Europa ainda envolta num cenário de juros altos, guerra e uma inflação forte que afetam as perspectivas de crescimento, temos visto o cenário mudar. O dólar vem se valorizando no mundo. Contra o real a dinâmica tem sido diferente, ainda vemos a moeda americana abaixo dos R$ 5. Mas gosto sempre de lembrar que o Brasil não é uma ilha e cedo ou tarde as coisas convergem…

Petróleo

Semana passada escrevi bastante sobre o petróleo. Se você não leu, aproveite para se atualizar: “A alta do petróleo e o cenário para investimentos”. Nesta semana que passou, tivemos mais alta na commodity, a qual alcançou quase US$ 91/barril!

Dois mundos

E seguimos vendo dois mundos na bolsa americana. As chamadas “Magnificient Seven” (conjunto composto por Apple, Microsoft, Google, Nvidia, Tesla e Meta), as quais apresentaram uma performance bastante diferenciada neste ano, versus as demais 493 ações do S&P 500 que apresentaram uma performance deveras diferente.

Até quando… é o que me pergunto?!?!

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