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Luiza Trajano: quem é a mulher que transformou o Magazine Luiza em sucesso no varejo
A história de Luiza Trajano é uma daquelas que vale a pena conhecer. Figura emblemática do empreendedorismo do Brasil, foi ela a responsável pelo reconhecimento do Magazine Luiza (ou Magalu) como ícone internacional do varejo.
Depois de comandar a operação da empresa por quase 20 anos, ela passou o bastão para seu filho, em 2016. E, portanto, focou-se apenas na presidência do Conselho de Administração. Ainda assim, sua figura ainda é sinônimo de inovação e valorização de pessoas no varejo.
Quem é Luiza Trajano?
A história de Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, mais conhecida como Luiza Trajano, começa na cidade de Franca, no interior de São Paulo. Ali ela nasceu em 9 de outubro de 1948.
Formada em Direito pela Faculdade de Direito de Franca, ela começou a vida profissional durante as férias escolares. Afinal, foi neste período que decidiu trabalhar como balconista na Cristaleira, pequena loja de presentes dos tios Luiza Trajano Donatto e Pelegrino José Donatto.
Essa mesma loja, anos depois, foi rebatizada como Magazine Luiza, nome que equivocamente é associado à própria Luiza Helena Trajano. Isso porque, na verdade, o nome faz referência à sua tia, que era Luiza Trajano Donatto.
Em 1991, Luiza Trajano foi convidada pela tia para assumir o comando da companhia. E assim ela fez até 2009, período em que ocupou o cargo de superintendente do Magazine Luiza. O posto de diretora presidente, de fato, ela preencheu entre 2009 e 2015.
Em janeiro de 2016, a empresária passou o bastão para seu filho, Frederico Trajano. Dessa forma, ele assumiu o cargo de CEO do Magalu e inaugurou a terceira geração no comando da empresa.
Desde então, Luiza Trajano ocupa a presidência do Conselho de Administração do Magazine Luiza e segue como principal acionista da rede. O Magalu atualmente mantém mais de 1,1 mil lojas, espalhadas por 18 estados brasileiros, e mais de 47 mil colaboradores.
Que tipo de empreendedora é Luiza Trajano?
Seja como superintendente ou como diretora presidente, Luiza Trajano sempre foi uma figura inspiradora e bastante acessível para os colaboradores das suas lojas.
Na sede da empresa, em Franca, no início dos anos 2000, era impossível passear pelos corredores ou participar de qualquer reunião com funcionários sem que o nome Luiza Helena fosse ouvido diversas vezes. E essas citações eram, de fato, feitas em tom de admiração e bastante respeito.
Aliás, muito antes de ganharem os holofotes, os conceitos de valorização das pessoas, empreendedorismo, inovação e criatividade já eram adotados e praticados pela dona do Magazine Luiza em suas lojas.
Outro traço que revela que tipo de empreendedora é Luiza Trajano foi sua iniciativa de protagonizar um vídeo pedindo para clientes “por favor” (nas suas próprias palavras) comprarem no Magazine Luiza.
Com pouco mais de um minuto, o vídeo viralizou nas redes sociais e levou o termo “Magalu” aos tópicos mais comentados do Twitter no domingo, dia 17 de julho de 2022.
Ele foi divulgado dias depois de o megainvestidor Luiz Barsi afirmar que a empresa iria enfrentar uma recuperação judicial e ir à falência – o que não aconteceu.
Como fundou o Magazine Luiza
Muitas pessoas se perguntam como Luiza Trajano fundou o Magazine Luiza. No entanto, apesar de ser a empreendedora responsável por colocar a empresa entre as maiores varejistas do Brasil, ela não é a fundadora da rede.
Como dissemos no item anterior, o Magazine Luiza ganhou esse nome em homenagem à Luiza Trajano Donatto, tia de Luiza Trajano. Essa tia, ao lado do marido Pelegrino José Donatto, é que são os verdadeiros fundadores do Magazine Luiza.
A fortuna de Luiza Trajano
Luiza Trajano já foi considerada a mulher mais rica do Brasil pela Forbes. Isso aconteceu em 2020, quando ocupou a oitava colocação no ranking das pessoas mais ricas do Brasil, atrás apenas de figuras masculinas.
Na época, sua fortuna era de R$ 24 bilhões e cresceu 181% em um ano. Boa parte desse crescimento foi creditado ao investimento em e-commerce e à sua estratégia de inovação digital durante a pandemia.
Em 2021, ainda que Luiza Trajano tenha permanecido no ranking das mulheres mais ricas do Brasil, ela já não ocupava um lugar tão destacado. Assim, ficou como 13ª colocada do ranking geral (que inclui homens e mulheres). Sua fortuna, que já apresentava um pequeno sinal de recuo, foi estimada em R$ 23,50 bilhões.
Em 2022, contudo, a empresária caiu para 86ª posição do ranking da Forbes e sua fortuna sofreu uma grande queda, cuja estimativa chega apenas a R$ 4,3 bilhões. As ações do Magazine Luiza (MGLU3) acumulam queda de mais de 85% em um ano. Diante disso, entre os prováveis motivos para a desvalorização estão os impactos da inflação nos lucros da empresa, o aumento da concorrência e a estagnação nas vendas online.
Curiosidades e polêmicas que envolvem Luiza Trajano
Olimpíadas
Uma curiosidade polêmica que envolve o nome de Luiza Trajano é sua nomeação, em 2015, feita pela então presidente Dilma Rousseff, para vaga no Conselho Público Olímpico. Essa era a instância máxima da Autoridade Pública Olímpica (APO), consórcio formado pelo governo federal, pelo estado do Rio de Janeiro e pela prefeitura do Rio em 2011 para trabalhar na organização da Rio 2016.
Luiza assumiu o lugar que tinha sido do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, representando o governo federal.
“Estamos indicando uma mulher empreendedora, batalhadora e com grande capacidade”, anunciou a presidente Dilma antes de revelar o nome de Luiza Trajano. Em janeiro de 2017, a própria Luiza Trajano declarou a extinção da APO.
Trainee somente para negros
É impossível também contar a história de Luiza Trajano sem lembrar de algumas bandeiras em defesa de minorias que ela mesma levantou. Aliás, uma das mais significativas foi a decisão de abrir um programa de trainee voltado exclusivamente a pessoas negras em 2020.
Isso porque, na época, a iniciativa causou muita polêmica e a empresa sofreu uma série de denúncias por suposta discriminação.
No final, porém, o Ministério Público do Trabalho (MPT) indeferiu as denúncias e concluiu que não se tratava de violação trabalhista, mas de uma ação afirmativa de reparação histórica. Resultado: o programa #TraineeMagalu2022 segue firme e forte, já em sua terceira edição.
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