Tudo sobre seguro-viagem: saiba como funciona e se vale a pena contratar

Saiba o que operadoras de seguro-viagem oferecem de cobertura e quais as melhores do mercado - Inteligência Financeira

Após a diminuição dos casos de covid-19, o setor de turismo voltou a crescer de maneira consistente. Entre as empresas do setor que mais se beneficiam da retomada dos embarques estão as de seguro viagem.

Dados da Rede Lojacorr, de corretoras de seguros independentes, apontam que foram contratados do começo do ano até final de outubro pouco antes do Natal, R$ 1,4 milhões em seguro viagem, apenas levando em conta os números da rede de corretoras.

Diante disso, nota-se uma retomada em relação ao ano anterior. Anteriormente, em 2021, apenas R$ 238 mil foram contratados junto à rede de seguradoras. Hoje, o crescimento anual é da ordem de 526% no valor de seguros contratados pela plataforma.

“Agora, as pessoas estão valorizando mais os benefícios de estarem asseguradas, consequência não só da retomada da economia com o enfraquecimento da pandemia, mas também do aumento da preocupação das pessoas com a saúde”, afirma Luiz Longobardi Junior, diretor de Mercado e Distribuição da Rede Lojacorr.

Em síntese, o segmento de seguro viagem é o que tem apresentado o maior crescimento no pagamento de indenizações no acumulado dos dez primeiros meses de 2022, com crescimento de 114% no valor, segundo dados da Susep.

Seguro-viagem é obrigatório?

No Brasil, a contratação do serviço não é obrigatória em viagens nacionais. Porém, em boa parte das viagens internacionais, a contratação é, sim, uma exigência. Em alguns países, o turista não entra sem um seguro viagem contratado, como é o caso dos países europeus pertencentes ao Tratado de Schengen. 

“Dito isso, esse seguro é fundamental e muitas vezes obrigatório em algumas viagens internacionais, então, os clientes devem ficar atentos às condições de cada destino na hora de adquirir a apólice”, comenta Luiz Carlos Gama Pinto, diretor da corretora de seguros Bancorbrás.

Em alguns países, como nos Estados Unidos, destino muito comum de turistas brasileiros no exterior, não há atendimento público de saúde, o que aumenta a necessidade de recorrer a seguros privados que tenham uma cobertura mais ampla.

“Existem vários imprevistos que podem acontecer em uma viagem e caso ela aconteça no exterior, os valores das despesas médicas poderão ser onerosos”, alerta Valdéria Ramos, CEO e fundadora da Lótus, empresa de assessoria e consultoria de seguros.

Custos de atendimento sem seguro

A empresa de seguro viagem Vital Card fez um levantamento sobre custos de internação nos Estados Unidos e identificou que uma estadia de três dias custa em média US$ 30 mil dólar, o que equivale a pouco mais de R$ 150 mil.

Um acidente que tenha como resultado a fratura de um membro pode custar um adicional de US$ 7,5 mil, algo em torno de R$ 40 mil reais.

“O seguro viagem é um produto fundamental para que a pessoa possa viajar com tranquilidade. É uma solução que traz mais segurança e evita transtornos”, acrescenta Longobardi, da Lojacorr.

O que o seguro viagem cobre?

Uma circular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), número 315/2014, diz que os segurados ou beneficiários devem receber uma indenização, “limitada ao valor do capital segurado contratado, na forma de pagamento do valor contratado ou de reembolso” em casos de “ocorrência de riscos cobertos, desde que relacionados à viagem”.

Na prática, as ocorrências mais comuns estão relacionadas acidentes, despesas médicas e extravio de bagagem, mas o alcance da cobertura vai depender do que for contratado junto à seguradora, não havendo, portanto, uma uniformidade nos pontos a serem cobertos pela seguradora.

Com o reaquecimento do mercado, novas empresas entraram no segmento e mais produtos estão sendo lançados.

Exemplos de seguro viagem

A Tokio Marine, por exemplo, criou recentemente um produto de seguro viagem que atende, no âmbito de gastos imprevistos, cobertura por cancelamento ou interrupção da viagem. Além disso, o produto garante também indenização por invalidez permanente total ou parcial por acidente, além de morte acidental.

Há também cobertura para atendimento de saúde em uma rede de hospitais credenciada em todo o mundo, e reembolso com despesas odontológicas e farmacêuticas.

“Viajar com a tranquilidade de contar com uma rede hospitalar internacional completa, atendimento via telemedicina disponível 24h e amparo em emergências são fundamentais para tornar as viagens internacionais mais seguras, evitando imprevistos pessoais e financeiros”, diz a diretora de Seguros de Pessoas da Tokio Marine, Nancy Rodrigues.

No caso da Ciclic, empresa BB Seguros, o seguro cobre o atraso de voos caso seja superior a 12 horas. O seguro reembolsa as despesas em caso de perda de conexão ou interrupção das viagens.

Também está previsto atendimento médico e hospitalar durante a viagem, inclusive com reembolso de despesas farmacêuticas. Em caso de incidente e despesas com medicamentos, o seguro reembolsa todo o valor gasto para tratar da saúde.

Além disso, atendimentos para infecção por COVID-19 também são contemplados nas apólices.

Há ainda cobertura para acidentes em decorrência de esportes radicais praticados de maneira não profissional.

O atendimento médico é garantido em caso de acidente ou doença contraída durante a viagem.

Valor do seguro

O valor do seguro varia de acordo com o destino e o tempo de permanência do turista no exterior. Em geral, ao contratar a proteção, se tem direito a atendimento médico de urgência e emergência e ainda auxílio para extravio de bagagem ou problemas no voo.

Diante disso, um levantamento feito pela Smartia, empresa especializada em seguros, estimou os preços para uma viagem de 20 dias do Brasil para a Europa com viajante tendo menos de 64 anos:

  • Travel Assist: de R$ 240,37 a R$ 957,39
  • Affinity: de R$ 257,13 a R$ 2.025,56
  • Intermac Assistance: de R$ 265,17 a R$ 1.102,02
  • Assist Card: de R$ 651,84 a R$ 2.016,63

Ademais, a diferença entre os preços em uma mesma operadora está relacionada principalmente a quantidade de pessoas seguradas; destino de viagem; duração da viagem; coberturas inclusas (valores limites e tipos de proteção); estilo de viagem (aventura, prática de esportes e outros); e doenças preexistentes.

As melhores seguradoras

Um levantamento do site Reclame Aqui apontou as dez melhores seguradoras de viagem de 2022 com base no histórico de reclamações no portal. São elas:

  1. AIG
  2. SulAmérica
  3. Zurich
  4. AXA
  5. Tokio Marine
  6. Liberty
  7. Porto Seguro
  8. Unimed Seguradora
  9. Caixa Seguradora
  10. Banco do Brasil

Como acessar o seguro

De acordo com Darllan Botega, CEO da Ciclic, empresa BB Seguros, caso algum imprevisto aconteça durante a viagem, a recomendação é entrar em contato com os canais indicados durante a contratação para receber as orientações necessárias, como o encaminhamento para o hospital mais próximo à localização do segurado.