Vale divulga resultado; veja as recomendações dos analistas
Empresa fechou 2021 com uma alta de 5,1% na produção em relação ao ano anterior
No quarto trimestre, a produção de minério da Vale foi de 82,473 milhões de toneladas, 2,4% abaixo das 84,508 milhões de toneladas do quarto trimestre de 2020. Os dados constam do relatório de produção do 4º trimestre, divulgado hoje ao mercado. Ainda assim, a empresa fechou 2021 com uma produção de 315,6 milhões de toneladas de minério de ferro, uma alta de 5,1% ante do ano anterior. Abaixo, veja a repercussão dos resultados e a recomendação dos analistas para os papéis da companhia:
Citi
A produção de minério da Vale no quarto trimestre veio em linha com o esperado, diz o Citi. Com os números, a estimativa de Ebitda da Vale no quarto trimestre é de US$ 7,6 bilhões. Os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott escrevem que as vendas de 93 milhões de toneladas vieram acima do 92 milhões de toneladas estimados, com a mineradora reduzindo os estoques mais que o projetado.
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“A meta de produção em 2022 foi mantida entre 320 milhões de toneladas a 335 milhões de toneladas e projetamos que chegue no meio desta meta (328 milhões de toneladas)”, comentam. O banco nota que Carajás, que teve produção de 189 milhões de toneladas em 2021, ainda está abaixo da capacidade de 231 milhões de toneladas que a mineradora esperava com a instalação do S11D. “Quatro novo trituradores devem ajudar.”
A produção de níquel se recuperou no último trimestre, notam, a 48 mil toneladas, superando projeções, após o fim da greve no Canadá, enquanto a produção de 78 mil toneladas de cobre superou as estimativas do banco.
O Citi tem recomendação de compra para Vale, com preço-alvo em US$ 16 para os recibos de ações (ADRs).
Ativa
A produção veio abaixo do que o mercado projetava para o período, diz a Ativa Investimentos, reforçando a estratégia da companhia com aspecto qualitativo sobre o quantitativo diante do atual momento vivido pelo setor de mineração.
“Acreditamos que tal diligência é fundamental para que a companhia evolua operacional, financeiramente e em sua governança”, escreve o analista Ilan Arbertman. Ele considera que a Vale entregou o que prometeu no trimestre, atingindo as metas.
A casa chama atenção para a alta de 22,6% nas vendas de minério, na comparação trimestral, acima das estimativas, com uso de estoques que estavam em trânsito e não haviam sido adicionados nos números do terceiro trimestre.
Em metais básicos, a produção de níquel ficou 5,5% abaixo do que a Ativa esperava, enquanto vendas também foram aquém, com a Vale recompondo estoques após evaziamento no terceiro trimestre. Cobre e carvão vieram em linha com as estimativas.
A Ativa Investimentos tem recomendação neutra para Vale, com preço-alvo em R$ 84,50.
Goldman Sachs
As vendas de minério de ferro da Vale no quarto trimestre de 2021, a 93 milhões de toneladas, ficaram 15% acima das estimativas, diz o Goldman Sachs, enquanto a produção de 82 milhões de toneladas ficou em linha com a projeção do banco.
Após os resultados operacionais da companhia, os analistas Gabriel Simões, Henrique Marques e Marcio Farid, dizem ver um risco de alta para as estimativas do banco, após ficarem acima do esperado. Eles dizem que, apesar da preferência por produtores de aço em um horizonte de 12 meses, esperam que o preço do minério de ferro permaneça positivo no curto prazo suportado pela combinação de produção de aço na China, aumentando após os jogos olímpicos de inverno e o ano novo lunar, pelo reabastecimento contínuo das siderúrgicas chinesas, e pelo sentimento macroeconômico positivo para o país asiático.
Para o quarto trimestre, a equipe do Goldman Sachs espera um Ebitda de US$ 6,4 bilhões, 10% abaixo do registrado no terceiro trimestre. Simões, Marques e Farid acrescentam que a Vale mencionou que as fortes chuvas no Brasil, entre o fim de 2021 e o começo deste ano, representaram uma perda de produção de dois milhões de toneladas para o primeiro trimestre, o que não deve impactar a projeção anual da companhia de 320 milhões a 335 milhões de toneladas.
O Goldman Sachs tem recomendação neutra para a Vale, com preço-alvo de US$ 17 por recibo de ação (ADR) negociado na bolsa de Nova York.
XP
Os resultados operacionais da Vale, de produção e de venda de minério de ferro, foram mistos no quarto trimestre, com a produção mais fraca, avalia a XP.
Os analistas André Vidal, Thales Carmos e Victor Burke comentam que a produção de minério de ferro, de 82 milhões de toneladas, ficou 3,7% abaixo da estimativa da XP. Já as vendas de pelotas de minério ficaram 10,4 milhões de toneladas acima das projeções da XP, ou 29,4%.
Segundo eles, pelo lado positivo, a estratégia da Vale de reduzir a produção de minério de ferro e aumentar as vendas de pelotas impulsiona uma agregação de valor, enquanto mantém o mercado de minério de ferro apertado. “Porém, pelo lado negativo, a menor produção entre as divisões diminui a alavancagem operacional da empresa”, comentam os analistas.
A equipe da XP acredita que esses resultados demonstram o mantra da Vale de “valor sobre volumes”, já que a companhia optou por vender mais pelotas e menos minério de ferro no trimestre, estratégia que reduziu o estoque no sistema.
A XP tem recomendação de compra para a Vale, com preços-alvo de R$ 97,10 por ação ordinária na B3 e de US$ 17,60 por recibo de ação (ADR) negociado na bolsa de Nova York.
Safra
Após os resultados de produção e de vendas de minério de ferro, a Vale deve reportar números estáveis no quarto trimestre, diz o Safra. Os analistas do banco esperam resultados operacionais praticamente estáveis, uma vez que o relatório de produção e vendas, divulgado ontem, mostrou que maiores volumes de vendas são parcialmente compensados por preços mais baixos. “Prevemos receita líquida trimestral de US$ 13,3 bilhões, alta de 5% ante o terceiro trimestre e Ebitda de US$ 6,9 bilhões, estável no comparativo trimestral, equivalente a uma margem de 52%”, calculam.
A equipe do banco vê o minério de ferro com preços saudáveis durante o ano, sustentando uma boa geração de caixa para a Vale, que deve se traduzir em dividendos atraentes, dizem.
O Safra tem recomendação de compra para a Vale, com preço-alvo de R$ 98.
Com reportagem do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico