Petrobras paga nesta quarta recorde de R$ 88 bilhões em dividendos

Nos últimos 12 meses, estatal deu retorno de 60% sobre o preço do papel a seus acionistas

Sede da Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro (Foto: Adriano Ishibashi/Zimel Press)
Sede da Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro (Foto: Adriano Ishibashi/Zimel Press)

A Petrobras, que se tornou a maior pagadora de dividendos da Bolsa, vai começar a distribuição da primeira parcela da distribuição de lucros aos seus acionistas aprovada por seu Conselho de Administração nesta quarta-feira.

Ao todo, serão R$ 87,8 bilhões pagos em proventos pela estatal referentes ao segundo trimestre, um recorde para um período de apenas três meses. O pagamento vai beneficiar principalmente o caixa da União, maior acionista da empresa. O governo vai levar R$ 32,1 bilhões, somando R$ 50 bilhões recebidos da sua maior estatal na primeira metade de 2022.

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A Petrobras está entre as companhias estatais às quais o governo solicitou alteração no repasse de dividendos para fazer frente aos gastos com a proposta de emenda à Constituição (PEC) Eleitoral, que driblou regras fiscais e eleitorais para conceder novos benefícios às vésperas das eleições.

Mas outras grandes empresas listadas em Bolsa também figuram entre as maiores pagadoras de dividendos, a parcela do lucro que uma empresa paga diretamente aos acionistas, como Gerdau, Marfrig e CPFL Energia.

De acordo com levantamento feito pela Economatica a pedido do GLOBO, considerando a performance das companhias com maior liquidez nos últimos 12 meses terminados em 26 de agosto, as preferenciais da Petrobras (PETR4) chegaram a 60,53% de dividend yield em relação ao preço da ação no início do período.

Esse indicador mede a rentabilidade de um papel considerando apenas o pagamento de dividendos aos detentores do papel e não a sua valorização no mercado.

Em reais, significa dizer que quem tinha uma ação preferencial da Petrobras em 26 de agosto do ano passado recebeu R$ 16,64 no período de um ano. As ordinárias (PETR3) também ofereceram bom retorno aos acionistas, com 58,97% de dividend yield, também equivalente a R$ 16,64.

A princípio, nesta quarta, cada ação ordinária terá direito a R$ 3,366, sendo R$ 2,938 em dividendos (isentos de tributação) e R$ 0,427 em juros sobre capital próprio, com incidência de imposto de renda de 15% direto na fonte.

Depois, em 20 de setembro, quando ocorre o crédito da segunda parcela, os papéis receberão R$ 3,366 integralmente em dividendos. Serão contemplados aqueles investidores que já estavam posicionados em 11 de agosto, a data de corte para a distribuição, conhecida como datacom.

Petrobras deve seguir entre as maiores pagadoras

Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, a Petrobras deve continuar pagando bons dividendos no terceiro e no quarto trimestres porque teve forte geração de caixa com o preço do petróleo alto e com a desvalorização cambial.

“Neste primeiro semestre, a Petrobras pagou o equivalente a todo dividendo do ano passado. Ela conseguiu sanar dívidas do passado e, queira ou não, seu maior acionista, a União, precisa desse dinheiro para arcar com os benefícios sociais. A tendência continua positiva”, opina.

Antes de comprar mais papéis da empresa, no entanto, João Daronco, analista da Suno Research, aconselha a fazer uma boa análise, ao invés de olhar apenas para “indicadores de retrovisor”.

“Muitas empresas, principalmente de commodities, acabam por apresentar resultados cíclicos, logo, os resultados passados podem ser muito distintos dos resultados futuros. Entendo que é muito mais efetivo observar múltiplos projetados do que os passados.”

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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