Quais são as 6 melhores ações investir no longo prazo? E as piores?
Veja ações recomendadas agora para uma estratégia de investimento a longo prazo
Quer saber quais são as melhores ações para investir a longo prazo, pensando nos próximos 10, 20 ou (quem sabe!) 30 anos? E quais papéis devem ser evitados para quem tem esse objetivo? Perguntamos tudo isso a Victor Bueno, sócio e analista de Ações da Nord Research. Confira suas análises.
Quais são as melhores ações para investir por 10 anos?
“Tem seis empresas que nós consideramos que estejam entre as melhores ações para investir a longo prazo”, diz ele, ressaltando que, quando falamos em longo prazo para ações. Mas atenção: no Brasil, com toda sua imprevisibilidade, o investidor pode considerar longo prazo algo a partir de 3 anos.
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Na lista, o especialista inclui três pagadoras de dividendos e três mais focadas em crescimento. Vamos a elas:
Melhores ações para investir com foco em crescimento
Antes de apresentar os tickers, Bueno considera importante dizer que quando as empresas entregam resultados as ações tendem a acompanhar esse movimento e se valorizar. No entanto, depois de elas gerarem certa estabilidade, por cinco anos, por exemplo, é possível que deixem de se valorizar tanto. É uma acomodação do mercado.
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“Com isso, seus frutos podem virar de ganho de capital para dividendos”, afirma. “Ou seja, o investidor mais arrojado, que foca única e exclusivamente em ganho de capital, possivelmente queira trocar essas empresas no seu portfólio depois de elas entregarem o objetivo de valorização e se tornarem boas pagadoras de dividendos”, destaca.
Priner (PRNR3)
“A primeira da lista é Priner (PRNR3), que entrou recentemente no índice small caps, com um valor de mercado baixo, próximo de R$ 500 milhões, ou seja, nem é uma small cap, é mais uma ‘nano cap’, mas que já tem uma operação muito estável e crescente”, diz ele.
Ela atua no setor de engenharia industrial oferecendo manutenção para grandes empresas como Petrobras, Vale, Prio, Suzano. “Está basicamente em todos os setores que movimentam o nosso PIB e consegue amarrar muito bem os contratos com essas grandes empresas”, diz ele. Com isso, garante confiança no setor e firma novos contratos com empresas brasileiras e internacionais, gerando crescimento orgânico e inorgânico, com aquisições.
Desde o seu IPO, em 2020, o especialista lembra que ela já fez nove aquisições. E ainda multiplicou seu Ebitda por mais de 20 vezes desde 2017, impulsionada principalmente por essas aquisições. “Sua receita também já subiu mais de 5 vezes, está próxima de R$ 1 bilhão e era menos de R$ 200 milhões quando entrou na bolsa brasileira”, diz ele.
De acordo com Bueno, a previsão é de fechar o ano acima de R$ 1,5 bilhão, ou seja, entregando crescimento próximo de 50% neste ano, e com tendência ainda de crescimento forte para os próximos anos.
“O interessante é que suas ações estão relativamente baratas porque o mercado ainda não está projetando grande crescimento para a empresa”, afirma, detalhando que, no ano passado, ela subiu 15%, enquanto o Ibovespa caiu 10% e o índice Small Caps caiu 25%. No ano anterior, já tinha subido 75%.
“É uma empresa que mesmo em cenários estressados vem apresentando comportamento resiliente e pode ser ainda mais resiliente nos próximos anos”, acredita.
Banco Inter (INBR32)
“Sobre o Banco Inter (INBR32), nós acreditamos que possa ser a melhor oportunidade da bolsa hoje, principalmente depois das quedas do final do ano passado”, declara Bueno. O Inter, nas suas palavras, é um ecossistema no setor financeiro brasileiro e trabalha com leque completo de produtos e serviços que vem atraindo muitos clientes.
“Eles inclusive vêm adicionando 1,5 milhão de clientes por trimestre”, diz. “Com isso, vão rentabilizando essa oferta grande de produtos e serviços e gerando resultados cada vez melhores.”
O especialista lembra que o Inter passou por um ponto de inflexão recente, o que ocorre quando a empresa estabiliza os custos e continua aumentando as receitas. “Por isso, suas perspectivas de lucro são muito positivas”, afirma.
Hoje, de acordo com o sócio e analista de ações da Nord Research, o lucro acumulado de 12 meses está abaixo de R$ 1 bilhão e a tendência é de atingir algo próximo de R$ 5 bilhões em 2027. Ou seja, deve multiplicar o lucro por cinco em apenas três anos.
“E ele ainda está negociado a 15x lucro, o que indica que o mercado ainda não está precificando crescimento nas suas ações”, alerta. Portanto, é possível que as ações subam em ritmo acelerado nos próximos três anos, principalmente, sinaliza o especialista.
Prio (PRIO3)
Por fim, em empresas de crescimento Bueno inclui Prio (PRIO3), uma petroleira que a Nord considera ainda júnior por conta da produção próxima de 100 mil barris diários (Petrobras, em comparação, tem perto de 2 milhões diários).
“É uma empresa que vem buscando crescer cada vez mais e já cresceu muito nos últimos anos, desde 2018, fazendo aquisições que melhoram sua eficiência e geram resultados crescentes”, diz ele.
“Acredito que seja uma empresa muito interessante para crescimento e valorização porque sua precificação atual não faz muito sentido em relação às perspectivas de resultados para os próximos anos, principalmente com o início da produção de novos campos agora em 2025”, destaca.
Melhores ações para investir a longo prazo com foco em dividendos
A lista de ações para investir a longo prazo pensando em dividendos é formada por empresas mais maduras, que Bueno considera que possam continuar boas pagadoras nos próximos anos.
BB seguridade (BBSE3)
De acordo com Bueno, BB Seguridade (BBSE3) é uma empresa líder no setor de seguros que trabalha em parceria com o Banco do Brasil e consegue performar muito bem independentemente de cenários.
“É uma empresa muito resiliente que pode ir bem tanto em cenário de juros mais baixos, quando a economia vai bem, porque consegue emitir mais prêmios de seguro, quanto em cenários macroeconômicos mais estressados, com juros mais altos, porque ganha dinheiro deixando seus recursos rentabilizando com CDI muito mais alto”, explica.
“Esses juros das aplicações financeiras acabam elevando as receitas financeiras e aumentando seu lucro e, consequentemente, seu pagamento de dividendos”, complementa.
Ele alerta, no entanto, que pensando em prazo de 10 anos ou mais é preciso olhar para a suaparceria com o Banco do Brasil porque o contrato vence em 2032. “A tendência é de que ele seja renovado, mas é preciso ficar atento a esse movimento”, afirma.
Aliás, o alerta é geral. Bueno lembra que é preciso reavaliar a carteira periodicamente para fazer ajustes de rota sempre que necessário.
Itaú (ITUB3)
“Itaú (ITUB3) é o maior banco da América Latina, e não é apenas um banco de operações e resultados estáveis porque vem entregando crescimento acima das perspectivas do mercado, inclusive entregou crescimento de 18% no último trimestre do ano passado quando a projeção era de 15%”, afirma Bueno.
O especialista ressalta que o banco vem crescendo a carteira de crédito e reduzindo a inadimplência, o que melhora seu lucro líquido e acaba melhorando os resultados gerais e os dividendos pago aos acionistas. “Esperamos até um dividendo extraordinário para 2025 e imaginamos que isso se mantenha para os próximos anos”, diz ele.
Para completar, também é uma empresa que performa bem tanto em juros altos quanto em juros baixos. Sua dica é olhar principalmente para a ITUB3, que é a ação ordinária, mais barata que ITUB4.
Isa Energia (ISAE4)
Bueno acredita que o segmento de transmissão possivelmente seja, dentro de energia, o mais previsível em relação a dividendos.
Ele chama a atenção para a Isa Energia (ISAE4), que considera uma das empresas mais sólidas da bolsa brasileira, que é previsível por ter contratos de longo prazo, lá para 2040 ou mais, corrigidos por índice de inflação. “Quando a inflação sobe muito os resultados dessas companhias são até favorecidos”, diz ele.
E quais são as melhores para investir por 20 ou 30 anos?
Segundo o especialista, a lista é a mesma.
Mas ele reforça o alerta de que é preciso sempre reavaliar seu portfólio para ajustar a rota.
“Não há garantias de que a empresa vá entregar resultados, alguma coisa pode acontecer, como conjuntura econômica, decisões equivocadas”, diz ele. “Por isso, no longo prazo, é muito possível que o investidor faça realocações e ajustes na carteira”, diz ele.
Quais são as ações que devem ser evitadas pelo investidor que pensa no longo prazo?
Em geral, Bueno acredita que seja prudente evitar empresas que estejam em situação financeira complexa, em setores cíclicos, que não trazem visibilidade de recuperação de resultados negativos, que estão dando prejuízo ou estejam extremamente alavancadas, com patrimônio líquido negativo, por exemplo.
Aqui estão algumas delas:
- Americanas (AMER3);
- Espaçolaser (ESPA3);
- Mitre Realty (MTRE3);
- Gafisa (GFSA3);
- Rossi Residencial (RSID3);
- Tecnisa (TCSA3).
Investir em ações pode ser uma boa estratégia para o longo prazo?
“Eu acredito que essa seja a melhor estratégia investir em ações a longo prazo”, diz ele. Isso porque quem investe em empresas boas geralmente consegue colher frutos no longo prazo.
“No pior dos cenários, com resultados estáveis, essas empresas distribuem dividendos”, diz ele. “No melhor dos casos, se os resultados sobem, as ações se valorizam”, explica.
Para que tipo de investidor essa estratégia é mais interessante?
Essa estratégia vale principalmente para investidores mais arrojados. “Não adianta o investidor conservador, que não aguenta volatilidade e risco, querer comprar ações”, diz ele. Ou seja, o ideal é ter foco no longo prazo, objetivos claros, tolerância a risco e conhecimento de mercado.
Método Barsi: investir em ações pensando no longo prazo
Aliás, a Inteligência Financeira entrevistou o cofundador e CEO do AGF, Felipe Ruiz, que explicou como funciona o método Barsi.
A estratégia é baseada em dois pilares: investir em ações que paguem dividendos e ainda ter paciência e frieza.
Acompanhe a entrevista logo abaixo: