GOLD11: investir no ETF de ouro pode render mais de 40% ao ano; entenda como ele funciona

O valor do ouro subiu mais de 23% desde o início do ano até o fim de agosto, batendo mais de US$ 2,5 mil a onça-troy; veja o que esperar agora

GOLD11 é um ETF negociado na B3 que busca replicar o desempenho do ouro. Foto: Getty Images
GOLD11 é um ETF negociado na B3 que busca replicar o desempenho do ouro. Foto: Getty Images

O ouro esteve entre as aplicações campeãs do primeiro semestre. Outras opções que se destacaram no período, como bitcoins e BDRs, deixaram a desejar desde então, enquanto o ouro sustenta altas. E um dos principais acessos a essa ativo na bolsa brasileira pode ser pelo ETF GOLD11.

O valor do ouro subiu mais de 23% desde o início do ano até final de agosto, batendo mais de US$ 2,5 mil a onça-troy.

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O GOLD11 é um ETF criado pela XP, que realiza seus investimentos com base em outro ETF, o iShares Gold Trust. Este último é da gestora BlackRock, listado na bolsa de valores de Nova York (NYSE), que objetiva refletir a cotação do ouro em barra. O ETF tem administração e custódia do BNP Paribas.

Este fundo por sua vez replica o índice LBMA Gold Price que é referência mundial para o acompanhamento do preço do metal desde 1968.

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“Ou seja, investindo no GOLD11 você fica exposto essencialmente ao metal e a sua flutuação real. A ancoragem do ETF está diretamente relacionada ao metal. Logo, não sofre interferência de nenhuma outra variável que não o próprio metal”, explica Hérisson Pesker, assessor da Fractal Investimentos.

Outras variáveis que impactam o índice

Mas há outras variáveis que também podem impactar o desempenho do GOLD11, além do preço do ouro. Uma delas é a taxa de câmbio real/dólar. Como o ouro é precificado em dólar no mercado internacional, a variação da taxa de câmbio entre o real e o dólar também afeta o preço do GOLD11.

“Se o dólar se valorizar frente ao real, o GOLD11 tende a aumentar de valor, mesmo que o preço do ouro permaneça constante”, explica Marcos Piellusch, economista e professor da FIA Business School.

O professor ressalta que outro ponto de atenção é o custo de administração. Dado que o ETF possui taxa de administração, ela pode impactar ligeiramente a rentabilidade final do investidor. “Sobretudo em períodos de estabilidade ou leve oscilação do ouro”, destaca.  

Outras variáveis que podem impactar o GOLD11 são volume de negociação e liquidez., “principalmente em momentos de alta volatilidade”, acrescenta o professor da FIA.

Rentabilidade passada

O ouro sempre foi considerado como uma espécie de proteção da carteira, “como se fosse hedge para momentos de alta da inflação global e outras incertezas”, diz Eduardo Marocke, head de fundos e previdência na Faz Capital.

Ele destaca o momento atual como um desses períodos de incerteza, que favorece investimentos conhecidos por serem boas reservas de valor, diante das instabilidades da economia global.

A inflação pressionando a atividade econômica nos principais mercados do mundo faz do ouro um investimento interessante.  

“A rentabilidade aproximada (do ouro) foi de 46,72% nos últimos 12 meses. E de 57,37% em 24 meses. Isso demonstra que é um ativo resiliente em diferentes cenários”, diz Pesker.

Quanto pode render o GOLD11?

Pesker afirma que é de se esperar que o ouro “mantenha um retorno médio similar (ao obtido nos últimos anos) devido a sua característica fundamental de reserva de valor.”

Para se ter ideia da rentabilidade do GOLD11 nos próximos 12 meses, o investidor deve considerar alguns pontos.

Cotação do ouro no mercado internacional

O preço do ouro é determinado principalmente pela oferta e demanda globais. Ele é influenciado por fatores como taxas de juros, inflação, desempenho do dólar e crises geopolíticas.

“O índice de referência mais comum é o preço spot do ouro na Bolsa de Metais de Londres (LME)”, diz o professor Piellusch, da FIA Business School.

Expectativa da política monetária

As políticas monetárias dos principais bancos centrais, especialmente o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), influenciam diretamente a cotação do ouro.

“Expectativas de alta de juros geralmente pressionam o ouro para baixo, pois ele não rende juros. Entretanto, em cenários de inflação alta e taxas de juros reais negativas, o ouro tende a se valorizar”, acrescenta Piellusch.

Perspectivas macroeconômicas globais

O comportamento do ouro em 2024 dependerá também das condições econômicas globais, como recessões ou tensões comerciais. “Um cenário de incertezas pode aumentar a demanda por ouro como ativo de segurança”, arremata.

Como investir em GOLD11?

Hoje, o formato mais fácil para investimentos em ETFs como o GOLD11 é através de corretoras, dado todo o aparato e infraestrutura existente para as negociações.

Portanto, para comprar GOLD11 é preciso abrir uma conta em uma corretora. Depois, escolher o ETF.

“É bastante simples a operação”, diz Marocke, da Faz Capital. “Após acessar a plataforma da corretora, basta colocar o ticker GOLD11, e com os custos operacionais, o investidor consegue comprar com menos de R$ 15”, complementa.

O GOLD11 é uma opção disponível na B3, mas há outros ETFs no exterior que replicam diferentes benchmarks, como o SPDR Gold Shares (GLD) nos Estados Unidos.

Contudo, antes de investir é importante analisar a composição do ETF, o índice que ele replica, as taxas de administração e seu perfil de risco.

Com a conta aberta e a escolha feita, o investidor pode executar a ordem de compra diretamente pelo home broker da corretora.

Após a compra, é fundamental acompanhar o desempenho do ETF. “É importante considerando tanto as variações do ouro quanto macroeconômicas que impactam seu preço”, complementa Piellusch.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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