Estrategistas montam escalação de ações para a ‘Copa do Mundo da bolsa’
Carteira é baseada no equilíbrio entre retorno e proteção do dinheiro
As apostas podem estar voltadas para qual será a equipe campeã da Copa do Mundo no Catar, mas a equipe de investimentos do Santander está atenta à estratégia de outra seleção: a da carteira de ações. De olho no movimento do mercado acionário brasileiro e em como a movimentação do mundial pode afetar o consumo, a equipe do banco escalou suas ações favoritas para os próximos 12 meses.
Como a carteira foi feita
A estratégia foi criar uma combinação de ações defensivas, aquelas com menor volatilidade, e as de alto retorno, que foram colocadas como os ativos em “posições ofensivas”.
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Seguindo essa lógica, a carteira teria um equilíbrio ideal – como a de um time de futebol – entre os papéis mais rentáveis, os “goleadores”, e aqueles menos voláteis, que serviriam quase como uma proteção aos investimentos na carteira porque estão menos correlacionados com o mercado.
A seleção escolhida
Como um treinador escalando os jogadores para sua seleção, os estrategistas de ações do banco, Aline Cardoso, Alice Corrêa e Ricardo Peretti, seguiram com uma combinação de ações defensivas de menor risco com empresas cíclicas que podem trazer retorno mais alto.
À luz das possibilidades de dinâmica de jogo no futebol, a equipe do banco defende o esquema tático 4-3-3. Essa formação clássica é marcada pela presença de quatro agentes na defesa, três no meio de campo e mais três em posições de ataque. Por isso, é considerada um sistema mais ofensivo.
Vamos aos ativos escalados pela equipe do banco para a carteira de ações:
No gol
Hypera (HYPE3) é como o “goleiro” na carteira do banco, dada a defensividade do papel. A baixa correlação do ativo com o PIB salva o investimento dos solavancos na economia. A equipe de estrategistas do Santander avalia ainda que a companhia está em um forte momentum operacional, o que significa que há espaço para valorização da ação.
Na defesa
Assaí (ASAI3), Eletrobras (ELET3), Equatorial (EQTL3) e Itaú (ITUB3) são os ativos de “defesa” na carteira, por serem companhias que, segundo os especialistas, já provaram suas vantagens competitivas, com históricos de desempenho superiores em seus respectivos setores e por contarem com equipes de gestão experientes.
No meio de campo
Multiplan (MULT3), Totvs (TOTS3) e Vale (VALE3) podem ser consideradas as ações que funcionam como “meios de campo”. Segundo o relatório do banco, são ativos com potencial de valorização em relação aos preços-alvo definidos pelos analistas, possuem liquidez (capacidade de conversão em dinheiro) considerável e valor de mercado assimétrico, ou seja, as empresas estão valendo menos que seus pares ou que seu balanço demonstra.
Os atacantes
B3 (B3SA3), BTG Pactual (BPAC3) e Direcional (DIRR3) são os ativos na posição de “atacantes” na carteira. De acordo com os estrategistas, são papéis com alto potencial de retorno, correlação mais forte com o produto interno bruto (PIB) e que devem ter revisões ascendentes dos lucros, de acordo com o consenso do mercado.
O peso do índice beta
Para definir a carteira, os estrategistas consideraram o índice beta, que mede a correlação da flutuação de um ativo com a movimentação do mercado. Quanto maior o índice beta do papel (maior que 1), maior a volatilidade dele e, portanto, mais riscos no investimento.
Essas são as ações entendidas como as posições ofensivas na estratégia do banco.
A vantagem dos ativos com beta alto é poderem trazer retornos acima do mercado. Já um beta baixo (menor que 1) serve para as ações defensivas na carteira, com grau de risco menor, porque elas tendem a ser mais estáveis que os índices do mercado acionário.
Mercado mais previsível
A vantagem é que o mercado é mais previsível que a “caixinha de surpresas” que é o futebol. A possibilidade de acertar uma estratégia de investimentos em ações baseada no conhecimento sobre os ativos é certamente maior que os palpites sobre a Copa do Mundo – ou ao menos é o que se espera.