Azzas 2154 (AZZA3): qual é a recomendação para as ações da fusão entre Arezzo e Soma?

Companhia sinalizou a analistas do mercado financeiro que deve abrir números de marcas mais relevantes em termos de receitas

Estreia da holding de moda Azzas 2154 (AZZA3), da fusão entre Grupo Soma e Arezzo &Co, na B3. Foto: Divulgação
Estreia da holding de moda Azzas 2154 (AZZA3), da fusão entre Grupo Soma e Arezzo &Co, na B3. Foto: Divulgação

A holding de moda Azzas 2154 (AZZA3), criada a partir da fusão entre Grupo Soma e Arezzo &Co, não deve detalhar todas as suas operações na divulgação de resultados trimestral. Em evento com analistas realizado nesta última quinta-feira (15), a diretoria da nova empresa destaca que há 34 marcas sob o guarda-chuva do conglomerado, o que “complica para analisar e fazer projeções” separadamente.

De acordo com Roberto Jatahy, antigo diretor-presidente do Grupo Soma, a Azzas deve consolidar os indicadores de receita de suas marcas e detalhar números das marcas com maior faturamento.

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Já em termo de canais, a Azzas pretende detalhar separadamente as operações em lojas próprias, comércio eletrônico e segmento internacional. Uma divisão de canal denominada B2B deve reunir as vendas físicas em lojas multimarcas e também em franquias das marcas.

Modelo de gestão

Os executivos afirmam que, durante a combinação de operações, pesquisaram como estão estruturados grandes conglomerados de moda globais como LVMH, Adidas e Prada Group.

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“Não há um modelo único, vencedor. Cada grupo de moda tem seus processos, suas tendências e os pontos de atenção em seu modelo de gestão, quais canais abrem ou não. No Brasil ainda temos o instrumento de franquia, que é totalmente diferente do que é lá fora”, afirmou Alexandre Birman, ex-diretor-presidente da Arezzo &Co.

Já em relação às unidades de negócios, a Azzas vai organizar sua operação nos segmentos de calçados e bolsas, liderada por Luciana Wodzik; vestuário feminino, com Roberto Jatahy; vestuário masculino, liderada por Rony Meisler; além de um quarto segmento denominado vestuário democrático, cujo comando será de Thiago Hering.

Alexandre Birman estará à frente dos cargos de CEO (diretor-presidente) e CCO (diretor-comercial) da companhia, com as quatro unidades de negócios e a unidade industrial sob o seu guarda-chuva.

Itaú BBA: cautela para investidores

Para o Itaú BBA, a administração da Azzas 2154 parece estar concentrada em impulsionar a sua receita. O banco que acredita que os investidores devem esperar por resultados antes de precificar este valor nas ações da empresa.

A análise vem depois de o banco participar do primeiro evento com investidores da companhia após a conclusão da fusão entre a Arezzo&Co e Grupo Soma.

Nesta primeira fase da integração, a Azzas anunciou um potencial de R$ 1,1 bilhão em receitas incrementais até 2027, concentradas principalmente na marca Hering. Desse valor, R$ 672 milhões devem vir das vendas cruzadas de calçados e acessórios entre as marcas Farm e Hering.

Dessa maneira, o Itaú BBA estima que as receitas deveriam alcançar pelo 14% do faturamento projetado pelo banco em 2027.

A empresa também espera que uma parcela, equivalente a R$ 240 milhões, da receita incremental venha da estratégia de lançamentos de produtos da Hering. Para isso, a empresa deve ampliar o número de lojas próprias, em especial as megaunidades, das atuais 43 unidades para 55 até o fim de 2024 e para 121 até o final de 2027.

O banco acredita que esse aumento nas lojas deve impulsionar as receitas, bem como a lucratividade e o retorno dos investimentos para a marca. Em comparação com as lojas regulares, as megalojas têm um tíquete médio 25% maior e um preço médio 15% maior.

Ainda sobre os planos de expansão da Farm apresentados, o Itaú BBA acredita que a taxa anual composta (CAGR) de receita bruta de três anos de mais de 15% é alcançável para a marca.

O banco destaca, porém, que a Azzas não se comprometeu a oferecer uma projeção de sinergias na área de custos de vendas, gerais e administrativos na fase inicial de integração, mas informou que as despesas relacionadas à implementação e execução da iniciativa devem chegar a R$ 146 milhões em 2024.

O Itaú BBA mantém recomendação de compra para as ações da Azzas, com um preço-alvo de R$ 74. Os papéis AZZA3 fecharam a sexta-feita cotados a R$ 51,10.

Citi: reforçando sinergias e governança

O evento para investidores que a Azzas 2154 realizou nesta semana foi positivo, abrindo detalhes sobre a geração de sinergias em receitas e reforçando a governança robusta da companhia, diz o Citi.

Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo escrevem que a companhia não quantificou muito a geração de sinergias que virá da otimização de despesas operacionais.

O banco vê como positivo a divisão da companhia em quatro unidades de negócios como forma de simplificar a divulgação dos números ao mercado e espera que continuem a dar contexto das dinâmicas de cada marca.

Eles notam que as premissas de crescimento que a Azzas usa para a Hering são consideravelmente acima às do Citi, mostrando que a companhia pretende usar o know-how da Arezzo&Co para alavancar a marca.

O Citi tem recomendação de compra para Azzas 2154, com preço-alvo em R$ 72.

XP: não avança em custos

A Azzas 2154 fez bom detalhamento das sinergias de receitas que a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma vai trazer, mas o evento para investidores não avançou muito sobre o tema de redução de custos e otimização tributária, diz a XP.

Os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer escrevem que sinergias compartilhadas foram ligeiramente inferiores às estimativas. Os R$ 2,3 bilhões em receita adicional até 2027 é cerca de 4% abaixo do que eles calculavam.

“A companhia espera que as sinergias de custos e despesas sejam capturadas em uma segunda onda, a partir deste mês”, mas faltou um detalhamento para que investidores tenham visibilidade dos resultados, afirma a corretora.

A XP tem recomendação de compra para Azzas 2154, com preço-alvo em R$ 70.

Jefferies: gatilhos de receitas da nova empresa

As sinergias de receita adicional da Azzas 2154 devem vir primeiro do desenvolvimento das marcas de calçados do Grupo Soma, se apoiando no know-how e capacidade de produção da Arezzo&Co, diz o Jefferies.

O analista Pedro Baptista escreve que antes da fusão das duas empresas, a Arezzo&Co já fez um bom desenvolvimento dos calçados da Reserva, alcançando R$ 300 milhões em vendas em três anos.

Outro gatilho importante, apesar de a empresa não ter divulgado metas durante o evento para investidores ontem, é na melhoria de eficiência industrial e de negócios das marcas, o que deve reduzir custos e elevar margens.

O Jefferies tem recomendação de compra para Azzas 2154, com preço-alvo em R$ 72.

Com informações do Valor Econômico

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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