Ações da Copel (CPLE3, CPLE6) encostam em máxima histórica. Mas é hora de investir?

Ainda que privatizada, empresa terá forte atuação governamental

Foto: Divulgação
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Criada em 1954, a Copel (CPLE3,CPLE6), Companhia Paranaense de Energia, fez sua oferta pública de ações em abril de 1994. E, assim, tornou-se, em julho de 1997, a primeira companhia do setor elétrico brasileiro listada na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE).

Aliás, ainda em 1997, a companhia atingiu o valor recorde de suas ações até então.

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Porém, suas ações subiram ainda mais, com o governo do Estado, controlador da empresa, anunciando a intenção de privatizar a companhia.

Como está o processo de privatização da Copel?

E foi com base em um estudo elaborado pelo Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE), que o governo do Paraná montou sua estratégia. Afinal, a ideia é transformar a Copel (CPLE3,CPLE6) em uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador.

No entanto, o governo informou que o modelo prevê que o Estado permaneça com participação não inferior a 15% do capital social total e 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto.

Também está previsto que nenhum acionista ou grupo de acionistas poderá ter mais do que 10% dos votos em assembleia.

Além disso, também está pontuado a emissão de golden shares para o governo, o que dá direito a veto nas principais decisões da companhia. Ou seja, o Estado continua tendo voz – e muita. 

Mas, para que tudo isso aconteça, o processo de privatização ainda depende da aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Alesp. Como o governo tem maioria, não haverá dificuldades.

A CCEE ficará encarregada de acompanhar o processo e o Estado poderá contratar consultores externos para auxiliar na privatização.

Quem são os sócios da Copel?

O controle acionário da Copel (CPLE3,CPLE6) está dividido entre o Estado do Paraná (69,7%), que deverá ir a leilão nos próximos meses, o BNDESPAR (12,4%) e a Eletrobras (1,5%). O resto dos papéis está em circulação no mercado.

A empresa, avaliada em R$ 19 bilhões, tem empreendimentos em 10 Estados do Brasil, e inaugurou suas primeiras linhas de transmissão fora do Paraná, em 2016.

Não é à toa que, atualmente, é a 10ª maior geradora hidráulica em capacidade instalada do país, com participação de 2,4% na potência instalada nacional.

O negócio de transmissão totaliza uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 1,3 bilhão, incluindo participações, representando 3,7% no mercado brasileiro.

A Copel conta com mais de 9,6 mil km de linhas de transmissão, considerando ativos próprios e em parceria com outras empresas.

O que está acontecendo com a Copel hoje?

Apesar da grande estrutura, o último balanço da empresa não foi tão positivo.

A Copel (CPLE3, CPLE6) registrou lucro líquido de R$ 378,4 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 63,4% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 1,74 bi).

Além disso, a dívida líquida da Copel foi de R$ 13,3 bilhões no final de setembro, crescimento de 12,8% no ano.

Vale a pena investir em Copel (CPLE3, CPLE6)?

O que dizem os analistas sobre as ações da Copel?

Para Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, os avanços nos últimos anos foram muito positivos e ele não vê, no momento, uma potencial valorização das ações.

“Desde de 2019, a empresa vem apresentando grande melhora, com inúmeros planos de demissão voluntária, fez desinvestimentos relevantes como na Copel Telecom e pagou dividendos extraordinário”, diz.

Segundo Piovesan, boa parte dos ganhos já foi precificada enquanto estatal.

“Tem espaço para melhorar, mas o potencial de corte de custo vai existir. Não vejo uma subida tão grande, mesmo com a privatização, porque isso já vinha acontecendo”, afirma.

O mesmo raciocínio foi aplicado pelo analistas da XP, que não veem muitos ganhos de indicadores com a privatização.

“A possível privatização da Copel traria efeitos limitados para a companhia em termos de melhoria nos indicadores operacionais e redução nos custos operacionais”, diz a nota.

Já para o BTG Pactual, a expectativa é mais otimista.

“Naturalmente, há um limite de quanto pode ser feito em uma estatal, razão pela qual ainda vemos muito potencial de valorização caso a empresa seja privatizada”, informam os analistas João Pimentel, Gisele Gushiken, Maria Resende e Luis Mollo em relatório recente.

Eles concordam que, se o segmento de distribuição estiver avaliado entre 1,8 vez a 2, vezes o valor da empresa pela base de ativos regulatória, a ação pode valer entre R$ 10,10 e R$ 10,90.

Quando a Copel (CPLE3, CPLE6) paga dividendos?

Ficou estabelecido aumento na frequência de distribuição de 1 para, no mínimo, 2 eventos de pagamentos no ano.

Em 2022, o valor total foi de R$ 1,3 bilhão e rendeu por ação ordinária de R$ 0,47117031 e na ação preferencial classe “A” (PNA) apresentou R$ 0,51829476, na “B” (PNB) registrou  R$ 0,51829476. O valor por UNIT ficou em R$ 2,54435609. 

Em JCP (juros sobre capital próprio), a companhia totalizou R$ 970 milhões.

Na primeira parcela, foi pago aos acionistas R$ 0,20655465 por ação ordinária, 0,22721013 por ação preferencial e 1,11539517 por unit.

Já na segunda parcela, que será paga em junho de 2023, 0,12737536 por ação ordinária, 0,14011292 por ação preferencial e 0,68782704 por unit.

Como comprar ações da Copel (CPLE3, CPLE6)?

As ações da Copel (CPLE3,CPLE6) são negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira, e são comercializadas sob o ticker (CPLE3,CPLE6).

Então, para comprar os papéis você precisa ter conta em corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários cadastradas e autorizadas na B3. Dessa forma, a negociação pode ser feita de forma eletrônica até mesmo por meio de aplicativos em seu celular.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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