10 ações recomendadas por especialistas para investir em março
Rumo dos juros nos EUA será decisivo, enquanto mercado doméstico espera nova regra fiscal
O Ibovespa tomou um tombaço histórico de 7,49% em fevereiro de 2023. Essa foi uma das maiores quedas mensais do índice em 20 anos, menos pior apenas que o recuo de 8,34% observado em 2020, quando estourou a pandemia de covid.
A baixa agora foi puxada em parte pela ofensiva do presidente Lula contra a atuação do Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, mas principalmente pela resiliência da inflação e a perspectiva de um aperto monetário ainda maior nos Estados Unidos – que deixa ativos de risco de países emergentes, como o Brasil, menos atrativos.
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Para março, o rumo dos juros americanos e a pressão dos preços lá fora vão continuar influenciando o humor dos investidores, enquanto a expectativa no mercado doméstico é de que o Ministério da Fazenda apresente finalmente a proposta do novo arcabouço fiscal, com mecanismo para controlar os gastos públicos.
Como tudo indica que deve ser mais um mês de volatilidade, a Inteligência Financeira destaca 10 ações que entraram ou ganharam força nas carteiras de recomendações de gestoras e casas de análises. Veja a seguir:
Raízen (RAIZ4)
“A ação continua sendo a nossa escolha favorita no setor de Acúcar & Etanol e o valuation continua a ignorar os benefícios potenciais do projeto E2G, que esperamos ainda render bons retornos à medida que o etanol captura o carbono premium em um número cada vez maior de mercados, juntamente com o que pensamos ser uma melhor perspectiva operacional em termos de custos (maiores rendimentos de cana) e preços, e uma capacidade de execução ainda superior na distribuição de combustível. Achamos que há boas chances da recuperação do EBITDA em 2023/24, pois esperamos que a moagem de cana-de-açúcar cresça, com melhor yield em conjunto com um clima mais favorável. Isso, juntamente com nossa visão positiva para os preços, suporta a nossa visão de que o EBITDA da divisão de Açúcar e Renováveis poderá crescer na próxima safra. Além disso, a divisão de distribuição de combustíveis deve reportar margens menos voláteis, permitindo também alguma expansão do EBITDA.” (BTG Pactual)
Itaú Unibanco (ITUB4)
“O resultado do 4T22 divulgado em 8/2 corroborou nossa visão de que o Itaú vem se beneficiando de um conjunto operacional equilibrado quando consideramos o contexto de maior seletividade e desaceleração vivido pelo setor. As vantagens do Itaú, em nossa visão, estão na maior qualidade relativa de sua carteira de crédito – com perfil de clientes menos suscetível a revés cíclico da inadimplência -, controle rígido de custos e protagonismo na cultura de digitalização dos grandes bancos.” (BB Investimentos)
Vivara (VIVA3)
“Vemos a companhia bem posicionada para ganhar participação de mercado em um mercado relativamente fragmentado, dado que ela possui algumas vantagens competitivas:
1) forte presença geográfica, com mais de 320 pontos de venda;
2) modelo de negócios verticalizado, com 80% de sua produção internalizada;
3) fortes marcas, sendo aspiracionais e top of mind no setor.
Acreditamos que a companhia apresentará fortes resultados no 4T22, com bom crescimento de vendas e expansão da lucratividade, o que poderia dar suporte para suas ações. Adicionalmente, vemos suas ações negociando a múltiplos atrativos (12,0x P/L 2023e vs média histórica de 16,6x), o que sugere um bom ponto de entrada.” (Banco Safra)
Cemig (CMIG4)
“Com a possível venda da Gasmig, vemos um relevante catalisador de curto prazo para os papéis da empresa, e decidimos adicionar Cemig na carteira. Ademais, ainda que não seja simples, a empresa pode avançar caso o governo do Estado de MG siga com o plano de privatizá-la. Vemos ainda a companhia sendo negociada com relativo desconto frente aos seus pares.” (Ativa Investimentos)
Assaí (ASAI3)
“O Assaí Atacadista é uma empresa brasileira de atacado, segmento também conhecido como ‘atacarejo’, pertencente ao Grupo Casino e é uma das maiores do país, com mais de 250 lojas espalhadas em 23 estados. A empresa é a nossa preferida para o setor de varejo alimentar por ter uma estratégia de controle de custos e despesas, o que se mostrou bastante vencedor no cenário macroeconômico atual. No 4T22, a empresa reportou sólidos resultados, com crescimento de 38% na receita líquida, impulsionado pelo seu plano de expansão e conversão de lojas. (PagBank)
Gerdau (GGBR4)
“Sobre a introdução de Gerdau na carteira, compreendemos que a guerra entre Rússia e Ucrânia trará consequências relevantes para algumas empresas brasileiras, em especial as mais conectadas as commodities. A Gerdau deve se beneficiar dos preços de commodities mais elevados. Os países envolvidos na guerra são exportadores relevantes de inúmeros produtos, que com a escassez pressionarão o preço para cima. A Gerdau é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços especiais do mundo para o setor automotivo. No Brasil, também produz aços planos e minério de ferro. Além disso, é a maior recicladora da América Latina e, no mundo, transforma anualmente milhões de toneladas de sucata em aço. Uma agenda cada vez mais relevante aos olhos de investidores estrangeiros para determinar quais ações investir. A companhia opera usinas siderúrgicas que produzem aço por meio de redução direta de minério de ferro (DRI), altos-fornos, e fornos elétricos a arco (EAF). A companhia possui atualmente um total de 39 unidades produtoras de aço em todo o mundo. Devendo se beneficiar, diretamente, da alta nas commodities ao longo do ano.” (RB Investimentos)
CCR (CCRO3)
“A empresa tem uma vasta expertise em operar concessionárias de rodovias no Brasil, assim como operações de concessões em outros segmentos, como aeroportos e mobilidade urbana. Conta com um portfólio de projetos diversificado e capacidade de operar em diferentes segmentos, isso permite a companhia evitar competição em um segmento específico e também reduz o seu risco. Conta com um balanço saudável e é uma boa opção para pagamento de dividendos, normalmente paga proventos semestralmente. (Banco Safra)
AmBev (ABEV3)
“Estamos incluindo Ambev na carteira pois enxergamos que suas ações foram bastante prejudicadas nas últimas semanas devido a um clima desfavorável para o consumo de bebidas e também foram penalizadas com o caso Americanas, mesmo que, em nossa visão, não tenham nenhuma ligação com o caso. Com isso, enxergamos que suas ações estão em um bom momento de entrada.” (Ativa Investimentos)
Mastercard (MSCD34)
“Vemos a Mastercard como uma tese que consegue apresentar um bom desempenho em momentos turbulentos de mercado, devido ao seu modelo de negócios, dado que a companhia possui um hedge natural em relação a pressões inflacionárias. No último mês o cenário de “no landing” também ganhou força (apesar de não ser nosso cenário base), assim a Mastercard poderia se beneficiar de uma atividade continuamente forte nos Estados Unidos, com inflação continuamente em níveis mais altos que os apresentados em anos recentes. Outro destaque que ressaltamos foi o crescimento e resiliência das suas operações internacionais, com os volumes internacionais transacionados permanecendo em patamares elevados, com crescimento de 59% a/a.” (BTG Pactual)
Rio Tinto (RIOT34)
“A Rio Tinto é uma empresa anglo-australiana de mineração e metais que possui operação em mais de 20 países e presença em 5 continentes. Entre seus segmentos de atuação, estão o minério de ferro, alumínio, cobre e diamantes, além de energia e outros minerais. Com a recente escalada do preço do minério de ferro, sustentado pela reabertura da economia na China, a companhia deve ser uma das maiores beneficiadas, sendo uma excelente opção internacional para capturar o bom momento da commodity.” (PagBank)