CDB, Tesouro Direto ou fundo DI? Confira a melhor renda fixa para quem busca rentabilidade agora

Confira as recomendações de especialistas da BB Asset e dos bancos Itaú e C6

Escolher títulos com prazos de vencimento de dois anos ou superiores pode ser uma estratégia sábia, mesmo para aqueles que valorizam a liquidez diária - Foto: Freepik
Escolher títulos com prazos de vencimento de dois anos ou superiores pode ser uma estratégia sábia, mesmo para aqueles que valorizam a liquidez diária - Foto: Freepik

Qual produto é a melhor renda fixa para o investidor nesse momento, entre CDB, Tesouro Direto e fundo DI? A pergunta é difícil até mesmo para profissionais do ramo. A Inteligência Financeira procurou três especialistas em investimentos. A proposta era que eles indicassem um único produto de renda fixa, destinado a quem busca rentabilidade sem grandes riscos. O horizonte de investimento exigido foi o de médio prazo – entre cinco e seis anos.

As repostas mostram que os especialistas foram por caminhos distintos. A explicação para isso não está na matemática ou em predileções pessoais. Mas, exclusivamente, no cenário traçado por cada um deles. E como cada um escolheu por reagir à atual conjuntura.

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Cenário para melhor renda fixa

De forma geral, os especialistas estão preocupados com dois grandes fatores, que ganharam força nos últimos dias. Primeiramente, o ritmo da queda dos juros no Brasil, pelo Banco Central. Em segundo lugar, a manutenção ou a perspectiva de aperto monetário por parte do Fed, o banco central dos Estados Unidos.

“O cenário nos Estados Unidos deixou o mercado um pouco temeroso sobre o que pode acontecer. E isso mexe com as nossas expectativas”, afirma Flávio Mattos, executivo responsável pela área de renda fixa da BB Asset.

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Confira abaixo as recomendações de investimento dos especialistas.

BB Asset: cautela e gestão ativa

A gestora do Banco do Brasil, uma gigante que somente em renda fixa conta com um patrimônio administrado de R$ 1,4 trilhão, é também uma das mais otimistas com relação ao cenário para a economia nos próximos meses.

Enquanto boa parte dos gestores acreditam em uma taxa de juros terminal no ano que vem próxima de 9,50%, a BB Asset programa que a Selic vai fechar o ciclo de cortes entre 8% e 9%.

Nem por isso, Flávio Mattos, o executivo responsável pela área de renda fixa da casa, está convicto a ponto de recomendar um ativo único como primeira opção para o investidor.

“Eu prefiro um fundo de investimento nesse momento. E eu acho que os fundos de renda fixa que estão fazendo mais sucesso hoje são os fundos ativos.”

Flávio Mattos, BB Asset

Nessa direção, o executivo recomenda o fundo BB Renda Ativa Plus, que acumula 13,31% de rentabilidade nos últimos 12 meses e tem um patrimônio líquido que supera R$ 6 bilhões.

“Estamos em um momento em que a gente deveria até ter uma previsibilidade maior em termos de renda fixa, de alocação”, conta o gestor.

Para além do fundo de ativo de renda fixa, Mattos também indica um multimercado de baixo risco, que compra prefixados e moedas, o BB Multimercado Juros e Moedas, com rentabilidade de 12,53% ao ano e patrimônio de R$ 16 bilhões.

“A gente sofre muito com aquele cliente que diz: ‘eu quero correr um pouco de risco, mas eu não quero me desviar muito do CDI‘. E esses fundos buscam isso. Se eu ganhar, eu não vou ganhar muito mais que o CDI. Se eu perder, também não vou perder muito do CDI”, afirma.

Itaú: inflação vai subir

O especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco, Martin Iglesias, pensa diferente do gestor da BB Asset. Iglesias aposta na subclasse de prefixados, indexados à inflação, por entender que os principais riscos do país nos próximos meses são relacionados ao comportamento dos preços.

“Acho que a gente está com juros reais altos, entre 5,70%, 5,80% ao ano, até subindo em relação há algumas semanas. A gente sabe que tem potencial de surpresas negativas com relação aos preços, seja por commodities, como o petróleo, seja pelo El Niño. Têm várias coisas que podem modificar a economia. Acho que os riscos são mais de retardar o ciclo de corte do que de aumentar os juros”, diz Iglesias.

Como principal produto, ele indica um título do Tesouro Direto, o Tesouro IPCA + 2029. “O IPCA + 29 é um título de médio prazo com bela taxa e proteção inflacionária”, afirma.

Além de recompor os prejuízos com o avanço do IPCA, o título oferece um prêmio de 5,45% ao ano para o investidor. Para quem quiser um prazo mais longo de investimento, o título com vencimento em 2045, além da recomposição monetária, tem juros anuais de 5,86%. O problema com o prazo maior é a volatilidade, dada a marcação a mercado.

Embora os ativos do tesouro direto tenham valor de face garantido para quem segue com o produto até o prazo final, ele oscila ao longo do caminho. Isso pode afetar quem precisa se desfazer do produto nessa jornada. “O título com vencimento em 2029 tem um pouco menos de risco de marcação ao mercado, um pouco menos de volatilidade”.

Para quem quer colocar um pouco de pimenta na carteira, Iglesias indica dois fundos, que agregam aos títulos de IPCA, acrescidos de prêmio, também títulos de crédito corporativo.

Um deles é o Kinea IPCA Dinamico II, com rentabilidade de 17,48% nos últimos 12 meses e patrimônio de 4,96 bilhões. Outro é o Itau ACTION Debêntures Incentivadas, que rendeu 12,43% no último ano e tem R$ 97 millhões em carteira.

Ambos são fundos acessíveis, com investimento inicial a partir de R$ 1. Enquanto o IPCA Dinâmico tem liquidez diária, o de debêntures incentivas tem prazo de resgate de 22 dias.

“A diferença entre ele é que o fundo de debêntures é isento de pagamento de Imposto de Renda. Eu acho que tem oportunidades muito boas”, destaca.

C6: título pós-fixado

O planejador financeiro do C6, Rafael Haddad, é da opinião que, já que se trata de renda fixa, melhor um ativo que independa do cenário econômico.

“Se a ideia é escolher um único produto, eu iria em um pós-fixado. O pós, nesse sentido, é o mais conservador”, afirma Haddad.

“Para quem está buscando apenas rentabilidade, eu não iria no Tesouro Direto. O Tesouro tem taxas inferiores aos títulos de crédito privado. Sendo assim, eu escolheria um CDB”, destaca.

Segundo o especialista, na plataforma do banco digital, o produto de maior rentabilidade é um CDB com prazo de vencimento para três anos, 2026, com remuneração de 120% do CDI, taxa que caminha de mãos dadas â Selic.

“Então, se tiver que selecionar um único produto, ignorando vários outros fatores de risco, eu escolheria esse CDB (que paga) 120% (do CDI)”, afirma.

O que é renda fixa prefixada e pós-fixada?

Quando você investe em um produto de renda fixa como o Tesouro Direto, CDB ou LCI, precisa escolher entre duas opções: rentabilidade prefixada ou pós-fixada.

Na modalidade prefixada, a taxa de juros é definida antes mesmo da aplicação. Já na pós-fixada, você investe usando como base um indexador, como IPCA ou Selic, e só no resgate vai saber exatamente quanto o seu investimento rendeu.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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