Quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Direto? Confira os cálculos para seis cenários e a comparação com a poupança

Confira a simulação para o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+, os títulos públicos mais procurados

Fizemos os cálculos para descobrir quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Direto em seis cenários (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Tem R$ 1 milhão sobrando na sua conta corrente? Já sabe o que fazer com esse dinheiro? Pois muitos brasileiros provavelmente cogitariam investir esse valor no Tesouro Selic ou no Tesouro IPCA+, os títulos públicos do Tesouro Direto mais procurados.

Mas será que esses produtos são vantajosos com a taxa de juros a 10,75%? Pois, diante desse quadro, calculamos quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Direto em seis cenários e comparamos os valores com a poupança para que você tire suas próprias conclusões.

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As projeções de rendimentos foram feitas com a ajuda de Carlos Castro, planejador financeiro CFP e sócio-fundador da SuperRico. Como base para a simulação, ele utilizou o último Boletim Focus divulgado no dia 14 de outubro.

Tesouro Selic e Tesouro IPCA+: os títulos mais procurados

De acordo com o último balanço divulgado pelo Tesouro Nacional, as vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 6,43 bilhões em julho deste ano. Esse é o segundo maior valor mensal desde a criação do programa, em 2002. Só perde para março de 2023, quando as vendas somaram R$ 6,84 bilhões e bateram recorde.

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Os títulos mais procurados pelos investidores em julho foram os corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 42,5%. Já os títulos vinculados à Selic corresponderam a 38,9% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 14,1%.

Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado no início de 2023, respondeu por 3% das vendas. Criado em agosto do ano passado, o novo título Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu 1,5% das vendas.

Aliás, vale saber que recentemente o site do Tesouro Direto suspendeu a venda dos títulos pós-fixados atrelados à inflação (IPCA), assim como papéis prefixados.

O que é Tesouro Selic? 

Quando falamos em Tesouro Selic, estamos nos referindo a títulos pós-fixados que possuem rentabilidade atrelada à taxa básica de juros, a Selic. Os títulos do Tesouro Selic atendem investidores na construção de reserva de emergência e para objetivos de curto prazo.

O que é Tesouro IPCA+?

Ao aplicar no Tesouro IPCA+, você estará emprestando dinheiro ao poder público. Em troca, ele paga uma taxa de juros que é híbrida. Ou seja, é uma combinação da inflação (IPCA) e de uma taxa prefixada, o tal “+” que dá nome ao produto. Esse investimento tem como foco estratégias de médio e longo prazo. Em resumo, ele é ideal para manter o seu poder de compra no futuro.  

Mas, afinal, qual a melhor opção após a alta na taxa de juros: Tesouro Selic ou Tesouro IPCA+? Entenda as principais diferenças entre esses dois títulos públicos e saiba qual tem mais a ver com os seus objetivos.

Quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Direto? E na poupança? 

A seguir, confira quadro comparativo com Tesouro Direto (Selic e IPCA+) e poupança em seis cenários.

Quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Direto?1 mês6 meses1 ano2 anosmarço de 2027 (vencimento Tesouro Selic 2027)março de 2029 (vencimento Tesouro Selic 2029)
PoupançaR$ 1.005.302,75R$ 1.032.241,31R$ 1.065.522,12R$ 1.135.337,39R$ 1.165.760,41R$ 1.323.531,38
Tesouro Selic 2027R$ 1.006.573,69R$ 1.041.363,75R$ 1.089.140,69R$ 1.180.540,46R$ 1.222.074,62
Tesouro Selic 2029R$ 1.006.631,37R$ 1.041.732,53R$ 1.089.934,68R$ 1.182.308,77R$ 1.224.286,84R$ 1.392.026,23
Tesouro IPCA + 6,60%R$ 1.006.759,30R$ 1.042.550,72R$ 1.089.452,11R$ 1.189.061,99R$ 1.232.741,73R$ 1.450.269,77
Fonte: Carlos Castro, planejador financeiro CFP e sócio-fundador da SuperRico.

Dados do Boletim Focus usados na simulação

As simulações de rendimentos acima foram feitas com base nos dados do último Boletim Focus, divulgado no dia 14 de outubro. As projeções para inflação e PIB em 2024 voltaram a crescer.

Os analistas e economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central esperam que o IPCA, índice oficial de inflação, termine o ano a 4,39%. Já a taxa básica de juros deve terminar em 11,75% ao ano, enquanto a inflação deve diminuir um pouco, para 3,96%. Por fim, a expectativa para a taxa de juros aumentou para 11% no ano que vem.

Entenda o limite máximo para investir no Tesouro Direto

O limite máximo de investimento por pessoa no Tesouro Direto é de R$ 1 milhão por mês. Esse limite não deve ser considerado para cada título separadamente (por exemplo, somente o Tesouro Selic), mas, sim, para a carteira de títulos adquirida pela pessoa durante o mês.

Nos meses de vencimento e de pagamento de juros de títulos adquiridos anteriormente no Tesouro Direto e que ainda estejam em sua carteira, você pode investir em mais títulos. Para isso, você deve utilizar seu limite de R$ 1 milhão mais o valor de resgate e dos juros dos títulos.

Esse limite é flexibilizado se você escolher reaplicar os seus recursos, fazendo um reinvestimento. Nesse caso, você só poderá escolher um único tipo de título para aplicar.

E poderá fazê-lo integral ou parcialmente até 1 dia antes do vencimento do título, em caso de reinvestimento de resgate, ou do pagamento do próximo cupom, em caso de reinvestimento de cupom. Outra opção é a compra tradicional dentro do mês de vencimento das suas aplicações anteriores.

Limite para estoque

No Tesouro Direto, não há limite para estoque. Isso significa que você poderá investir o montante que quiser, desde que respeitado o limite mensal de compra.

No entanto, por questões operacionais, quatro dias úteis antes do pagamento de juros semestrais, o Tesouro Nacional retira os papéis que oferecem esse fluxo de pagamento da lista de títulos disponíveis para investimento.

Além disso, dois dias úteis antes do pagamento dos juros periódicos ou do vencimento do papel, a opção de resgate desses mesmos títulos fica suspensa.

Entenda a taxa de custódia do Tesouro Direto

A taxa de custódia é cobrada em muitos investimentos realizados no Brasil. Os recursos arrecadados são utilizados para gerir e manter os títulos e os papéis de investimentos. 

No caso do Tesouro Direto, a taxa de custódia é cobrada pela B3 e é utilizada para custear a equipe, infraestrutura e rotina de operação dos títulos que são transacionados diariamente. O valor dela diminuiu em 2022 e passou a ser cobrado o montante de 0,20% ao ano. Antes da mudança era 0,25%. 

De acordo com a B3, neste título existe uma particularidade quanto à cobrança da taxa de custódia: os investimentos em Tesouro Selic são isentos dessa taxa até o limite de R$ 10 mil em estoque. Ou seja, o pagamento da taxa de custódia incide apenas sobre o montante investido que exceder o valor de R$ 10 mil. 

Imposto de Renda

Em relação aos impostos, quem investir no Tesouro Direto deve pagar o Imposto de Renda (IR) no momento do resgate. A alíquota desse imposto é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você carregar o título, menos imposto irá pagar.

Vale lembrar que o fato gerador do IR, ou seja – o valor sobre qual incidirá o imposto – é apenas sobre os seus rendimentos do período em que você manteve seu dinheiro aplicado, e não sobre o montante total da sua aplicação.

Se o tempo de duração for de até 180 dias, a alíquota de IR é de 22,5%. Se for de 181 a 360 dias, é de 20%. Entre 361 e 720 dias, de 17,5%. E, por fim, 721 dias ou mais, a alíquota é de 15%.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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