Onde investir R$ 300 por mês?

E saiba quanto você pode acumular em 1, 5 e 10 anos, em vários tipos de investimentos

Notas de R$ 100. (Foto: Getty Images)
Notas de R$ 100. (Foto: Getty Images)

Onde investir R$ 300 por mês? Se você está se fazendo essa pergunta, meus parabéns. Significa que conseguiu acertar as contas, cortar gastos e fazer o dinheiro sobrar na conta. Um passo e tanto.

Então, para te ajudar nesta jornada, conversamos com dois especialistas para orientar onde investir estes R$ 300 e qual a melhor estratégia para fazer com que esse dinheiro se multiplique. As sugestões você confere a seguir:

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É possível montar um bom portfólio com R$ 300 por mês?

Sim, é possível montar um bom portfólio com R$ 300 por mês, afirma o professor Marcos Piellusch, da FIA Business School. O segredo, de acordo com ele, está na diversificação e no uso de produtos financeiros que permitam aportes baixos, como Tesouro Direto, fundos de investimentos e ações. “A partir de R$ 30 já é possível investir em títulos públicos, por exemplo, o que facilita a criação de um portfólio diversificado ao longo do tempo”, diz.

O planejador financeiro Marlon Glaciano concorda. “Procure diversificar o portfólio entre renda fixa e variável, pois esta estratégia irá equilibrar risco e retorno, maximizando ganhos no longo prazo enquanto mantém a segurança financeira.

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“A chave é escolher produtos com baixos aportes mínimos e corretoras sem taxas altas, rebalancear o portfólio periodicamente e acompanhar o desempenho dos investimentos”, completa.

Quais são os cuidados para começar a investir?

Mas antes de começar a investir, é bom prestar atenção e observar estes pontos essenciais:

1) Investir não é o mesmo que apostar

Investir não é o mesmo que apostar, por isso, não acredite nas promessas de enriquecimento rápido, lembra o professor Piellusch.

Ele lembra que investir é uma prática fundamentada na análise, planejamento e diversificação, visando a geração de riqueza ao longo do tempo com base em retornos calculados e previsíveis. Por isso, diferentemente das apostas, onde o resultado depende essencialmente do acaso e da sorte, os investimentos buscam a maximização do retorno minimizando os riscos através de estratégias informadas e prudentes.

“Enquanto as apostas podem oferecer ganhos rápidos, elas também trazem um alto risco de perda total do capital, não fornecendo a segurança e a previsibilidade que os investimentos bem planejados podem proporcionar. Assim, é crucial compreender que investir requer paciência, disciplina e conhecimento, sendo uma abordagem responsável e sustentável para alcançar objetivos financeiros a longo prazo”, diz.

2) Tenha uma reserva de emergência

O primeiro objetivo deve ser sempre ter e manter uma reserva de emergência. Esta reserva, aliás, deve cobrir de 3 a 6 meses de suas despesas mensais. O dinheiro deve ficar aplicado em produtos de alta liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária​.

4) Conheça seu perfil de investidor

Determine se você é conservador, moderado ou arrojado. Isso ajudará a escolher os investimentos mais adequados ao seu perfil e objetivos. Esse perfil depende de vários aspectos, como o conhecimento sobre os produtos, estabilidade da renda e gastos mensais. No início, é melhor ser mais conservador, até que compreenda melhor os produtos e a oscilação do patrimônio.

5) Cuide do seu planejamento financeiro

Organize suas finanças pessoais, eliminando dívidas de alto custo e controlando seus gastos para garantir que você possa manter os aportes mensais de forma consistente.

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Onde investir para ganhar mais?

Marlon Glaciano diz que para ganhar mais investindo mensalmente, o ideal é diversificar entre produtos de renda fixa e variável. “Na renda fixa, invista em Tesouro Selic e IPCA+ para segurança e proteção contra a inflação, CDBs e LCIs/LCAs para rendimentos maiores e isenção de IR. Já na renda variável, considere ações, ETFs e fundos imobiliários para potencial de altos retornos. Combine isso com fundos multimercado para diversificação adicional”, diz. Uma sugestão de carteira seria essa:

  • 30% em Tesouro Selic – para reserva de emergência
  • 20% em Tesouro IPCA+ – para proteção contra a inflação;
  • 20% em CDBs de liquidez diária ou fundos de renda fixa, para rendimentos superiores à poupança
  • 20% em ETFs para exposição ao mercado de ações de forma diversificada, e
  • 10% em fundos multimercado para potencial de maior retorno.

Equilibre a renda fixa e a renda variável

Marcos Piellusch lembra que, antes de começar, é fundamental conhecer e respeitar seu perfil de investidor. “Se você é conservador, pode optar por uma maior proporção de investimento na renda fixa. Se é mais arrojado, pode aumentar a alocação em renda variável, sempre atento aos riscos envolvidos.”

Isto posto, a sugestão do professor para distribuir a carteira é a seguinte:

Renda Fixa: Tesouro Direto IPCA+

Estes títulos públicos são atrelados à inflação, oferecendo uma taxa fixa mais a variação do IPCA. Eles são uma excelente opção para proteger o poder de compra e garantir um rendimento real acima da inflação.

A segurança e previsibilidade fazem do Tesouro IPCA+ uma escolha sólida para investidores iniciantes e conservadores.

Renda Fixa: CDBs

Certificados de Depósito Bancário, ou CDBs, podem oferecer rendimentos atrativos, especialmente se prefixados ou atrelados ao CDI. CDBs com liquidez diária permitem resgate a qualquer momento, sendo uma boa alternativa para a reserva de emergência​.

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Renda Variável: Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs)

FIIs podem proporcionar rendimentos periódicos, e muitos têm contratos de aluguel atrelados à inflação, oferecendo uma proteção natural contra a perda de poder de compra.

No entanto, os preços das cotas podem oscilar com o mercado imobiliário e outras condições econômicas, implicando riscos de perda de capital.

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Renda Variável: Ações

Investir em ações de empresas sólidas e com bom histórico de desempenho pode gerar retornos elevados no longo prazo. Empresas em setores como energia, alimentos e utilidades públicas tendem a repassar a inflação aos consumidores, protegendo o investidor.

Contudo, o mercado de ações é volátil e sujeito a flutuações que podem resultar em perdas, especialmente no curto prazo. É essencial que o investidor tenha uma visão de longo prazo e tolere a volatilidade.

Quanto é possível acumular em 1 ano, 5 e 10 anos, investindo R$ 300 por mês?

Os especialistas também fizeram algumas projeções de quanto um investidor conseguiria ter investindo R$ 300 todo mês. Ao final de 10 anos, por exemplo, em uma previsão conservadora, seria possível juntar quase R$ 60 mil.

Taxa anual de 9%

Abaixo, o professor Marcos Piellusch considerou uma taxa de retorno média anual de 9% para um investidor com aplicações de R$ 300 todo mês:

  • 1 ano: R$ 3.746
  • 5 anos: R$ 22.420
  • 10 anos: R$ 59.916

Taxas de 10% a 15% ao ano

Já de acordo com Marlon Glaciano, as projeções de quanto você acumularia investindo R$ 300 por mês, com taxas de 10% a 15% seriam as seguintes:

Cenário Conservador (10% ao ano)Moderado (12% ao ano)Arriscado (15% ao ano)
1 anoR$ 3.762,16R$ 3.793,95R$ 3.841,26
5 anosR$ 22.968,37R$ 24.102,38R$ 25.899,22
10 anosR$ 59.959,16R$ 66.579,01R$ 77.991,79
Fonte: Marlon Glaciano

Calculadora de renda fixa da Inteligência Financeira

A calculadora de renda fixa da Inteligência Financeira também te ajuda a saber quanto você terá ao final de 1 ano se aplicar o dinheiro em diferentes tipos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB, LCI e poupança.

Nesta simulação, descobrimos que, ao final de um ano investindo R$ 300 por mês, você poderia acumular R$ 3.806,57 se tivesse deixado o dinheiro na caderneta de poupança.

Ou teria R$ 4.024,43, se optasse por uma LCI ou LCA prefixadas, na projeção mais otimista.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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