Larry Fink, CEO da BlackRock, adiantou a narrativa da próxima alta do Bitcoin

Os comentários de Larry Fink, CEO da BlackRock, podem apontar para a tendência de acumulação de Bitcoin como ativo de segurança no próximo ciclo de alta

Larry Fink, CEO da gestora BlackRock — Foto: Divulgação
Larry Fink, CEO da gestora BlackRock — Foto: Divulgação

No dia 16 de outubro, uma notícia balançou o mercado de criptomoedas. Um grande portal de notícias internacional noticiou que o ETF ligado ao preço de varejo do Bitcoin (BTC) proposto pela BlackRock havia recebido aprovação nos Estados Unidos. Em poucos minutos, o preço do BTC saltou 8%.

Porém, tudo não passou de um alarme falso. A notícia não era verídica. No mesmo dia, o CEO da BlackRock, Larry Fink, falou sobre o ocorrido no canal Fox Business. Embora não pudesse falar sobre o processo de aprovação do ETF, Fink disse que a disparada no preço é mero interesse dos investidores. Ele(a)s querem Bitcoin.

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“[A alta] É um exemplo do crescente interesse em criptomoedas. Estamos ouvindo dos nossos clientes ao redor do mundo sobre a necessidade de cripto […] Eu acredito que a alta de hoje é sobre flight to quality, com todos os problemas em torno do conflito em Israel atualmente, do terrorismo global”, disse Fink em entrevista à Fox Business.

E, com essas palavras, talvez o CEO da BlackRock tenha adiantado a narrativa em torno da próxima alta do BTC.

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Flight to quality: uma velha narrativa com nova roupagem

O termo em inglês Flight to quality representa o movimento que investidores fazem ao reduzir suas exposições a ativos considerados mais arriscados, reposicionando capital em ativos mais seguros.

Em outras palavras, a fala do CEO da BlackRock trata o Bitcoin como um ativo seguro para preservar o capital, fugindo de incertezas do cenário macroeconômico. Esse é um ponto extremamente positivo para o BTC, mas há uma segunda camada nesse discurso.

A BlackRock é a maior gestora do mundo, com US$ 8,59 trilhões de ativos sob sua gestão. Uma fala como essa do CEO da BlackRock, na TV aberta dos EUA, jamais estaria desconectado do posicionamento da empresa. Isso pode significar que é de interesse da gestora vender o BTC como um ativo seguro.

Além disso, é de se esperar que outras empresas façam o mesmo, caso tenham seus pedidos de ETF aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês). Um cenário como esse criaria uma forte pressão positiva no Bitcoin, causando uma disparada no preço.

Essa não é, contudo, uma narrativa nova no mercado de criptomoedas. O Bitcoin também foi vendido como ativo de segurança em seu último ciclo de alta, que ocorreu entre 2020 e 2021. Mas a diferença dessa vez é o apoio de grandes instituições do mercado financeiro tradicional, com a maior gestora do mundo entre elas.

Repetindo 2020?

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O histórico do BTC sendo apoiado por grandes figuras do mercado financeiro tradicional é muito bom. O exemplo mais recente ocorreu em maio de 2020, quando o bilionário Paul Tudor Jones, gerente de uma holding que controla diversos fundos de hedge, afirmou que estava comprando Bitcoin.

O motivo, disse Jones à época, era para se proteger da inflação. O bilionário também disse que o Bitcoin tinha um papel parecido àquele que o ouro desempenhou durante a década de 70.

A fala do gerente do Tudor Group foi suficiente para dar credibilidade ao BTC como ativo de proteção, gerando uma bola de neve positiva para o ativo. Em agosto do mesmo ano, a maior criptomoeda em valor de mercado foi acrescentada ao tesouro de uma empresa negociada em bolsa pela primeira vez, a MicroStrategy. A empresa de tecnologia comprou 21.454 BTC, que equivaliam a US$ 250 milhões à época.

Ao final de 2020, o BTC estava cotado a mais de US$ 28 mil, com crescimento de 190% em relação à fala de Jones em maio do mesmo ano.

Avalio que, por isso, a fala de Larry Fink pode causar um efeito no Bitcoin, em 2024, semelhante ao que Jones causou em 2020. A proporção, no entanto, pode ser muito maior dessa vez, com o apoio da maior gestora de ativos do mundo.

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