Tesouro Direto é a melhor opção para a aposentadoria?
Planejadora dá exemplos de como adequar a escolha dos títulos ao prazo de investimento
O Tesouro Direto é a melhor opção de investimento para a aposentadoria? Esta é uma dúvida bastante comum entre os leitores da Inteligência Financeira, e, para respondê-la, conversamos com Tatiana Engelmann Licarião, planejadora financeira CFP pela Planejar e sócia da Knox Capital. Além de explicar os cuidados ao montar uma carteira para aposentadoria, a planejadora também selecionou títulos da plataforma do Tesouro para mostrar como adequar aplicação financeira ao horizonte de investimento. Confira a seguir:
Excelente alternativa, mas não a única
O Tesouro Direto oferece excelentes alternativas de investimentos, mas não deve ser considerado como a única opção para montar uma carteira para aposentadoria, explica Tatiana. Isso porque um dos principais cuidados para investir, além de definir objetivos e respeitar seu perfil de investidor, está na diversificação da carteira. Afinal, quem não se lembra daquele velho ditado “nunca coloque todos os ovos em uma cesta só”?
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A concentração em apenas uma classe de ativos pode ser prejudicial, ainda mais no longo prazo, em que muita coisa pode acontecer. De acordo com Tatiana, o ideal para quem quer se aposentar é mesclar ativos de renda fixa e também de renda variável, além de contar com algum tipo de previdência privada. Nesta outra reportagem, você confere quatro produtos para ter uma renda de R$ 5 mil na aposentadoria.
Rentabilidade atrativa
Segundo Tatiana Engelmann, os títulos do Tesouro Direto podem ser uma boa ferramenta para quem quer investir em títulos públicos e carregar os papéis até o vencimento, que aconteceria na aposentadoria, pois as taxas oferecidas estão muito boas.
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As taxas de juros reais na casa de 5,79% ao ano (Tesouro Renda+ vencimento em 2060) e 5,78% ao ano (vencimento em 2050) são certamente um retorno considerável para um horizonte de médio/longo prazo, principalmente quando temos expectativas de queda nas taxas de juros no país no longo prazo, explica a planejadora financeira.
É possível consultar os títulos à venda pela plataforma do Tesouro Direto.
Como escolher o título?
A recomendação da planejadora financeira é adequar a compra do título ao perfil de investidor e horizonte de tempo do investimento. Ou seja, se acredita que pode precisar do dinheiro no curto prazo, não compre papéis com vencimento muito longo.
Ao comprar os papéis e aguardar o vencimento para sacar o dinheiro, o investidor evita a volatilidade dos fundos causada pela marcação a mercado, ajuste diário do preço dos ativos que atinge os títulos prefixados e também aqueles corrigidos pela inflação, como os títulos do Tesouro Renda+.
“Os títulos do Tesouro Direto de vencimento mais longo tendem a recompensar com uma rentabilidade maior, mas, por outro lado, o risco do investimento também é maior. Quem não tem certeza de quando poderá sacar o dinheiro deve ser mais conversador e investir em títulos mais curtos”, ensina.
Como casar um título ao prazo de investimento?
Como adequar o horizonte de investimento à escolha de um título?
Vamos supor que investidores de várias idades queiram se aposentar aos 65 anos. Na tabela a seguir, Tatiana mostra exemplos de adequar cada horizonte de tempo — que será diferente para cada investidor, pois terão idades diferentes — à escolha do título.
No exemplo, um jovem de 25 anos que está distante 40 anos da sua planejada aposentadoria aos 65 anos, poderia, em tese, aplicar pelo prazo mais longo (papel com vencimento em 2060).
Por outro lado, seria aconselhável que uma pessoa com 60 anos, próxima demais do objetivo de se aposentar aos 65 anos, fosse mais conservadora com seu dinheiro. Daí a escolha do Tesouro Selic, que acompanha a taxa de juros.
Os exemplos usam apenas os títulos do Tesouro Direto como referência, já que é o tema desta reportagem, mas é sempre importante lembrar que os papéis utilizados na simulação são exemplos e não devem ser considerados como recomendação de compra.
Idade atual | Título do Tesouro Direto | Taxa atual |
25 | Tesouro Renda+ 2060 | IPCA + 5,79% a.a. |
30 | Tesouro Renda+ 2050 | IPCA + 5,78% a.a. |
35 | Tesouro Renda+ 2045 | IPCA + 5,77% a.a. |
40 | Tesouro Renda+ 2040 | IPCA + 5,75% a.a. |
50 | Tesouro Renda+ 2030 | IPCA + 5,66% a.a. |
60 | Tesouro Selic 2029 | Selic + 0,1682% a.a. |
Disclaimer: “Construir uma carteira diversificada é o caminho mais saudável para alocação de uma carteira a longo prazo. A sugestão acima demonstra um único ativo como referência. Dados colhidos em 17/11/2023 na plataforma do Tesouro Direto