Vale a pena investir em ações de shoppings?
Confira as ações de shoppings destacadas por analistas do mercado e o que considerar antes de investir neste setor
Além de dar uma volta no shopping aos finais de semana, você também pode se tornar sócio ou sócia de um deles. A bolsa tem hoje diversas companhias do setor listadas, com papéis dos mais variados preços para investir. É importante entender, antes de tudo, que esse é um setor cíclico, ou seja, mais sensível às mudanças macroeconômicas. “O setor de shoppings está presente no mercado imobiliário e acaba oscilando mais de acordo com a curva de juros. Temos explícito esse movimento agora, com a elevação recente da ponta longa dos juros, com as ações de shoppings sofrendo um pouco mais”, ressalta Caio Nabuco de Araujo, analista da Empiricus Research.
Por outro lado, na visão de Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital, mesmo não sendo um setor em destaque no momento, há papéis interessantes. “Algumas companhias seguem com cenário positivo, podendo agradar boa parte dos investidores”, explica. Confira abaixo duas ações destacas pelos analistas, que têm bom potencial de retorno:
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Multiplan (MULT3)
Segundo Alex, a Multiplan (MULT3) segue com preço em movimento ascendente, principalmente em um horizonte de médio e longo prazo. “Em seu resultado de 2T23 a empresa lucrou mais de R$ 247 milhões, representando alta de 43,3% comparado ao mesmo intervalo do ano anterior”, ressalta.
Com isso, na visão do especialista, a expectativa para bons números da empresa continua alta. “A companhia também se mostra uma boa pagadora de juros sobre capital próprio, o que acaba gerando interesse em posições compradas no ativo”, destaca.
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Iguatemi (IGTI3)
A administradora de shoppings Iguatemi (IGTI3) foi citada pelos dois analistas como um papel de destaque no setor. “Hoje nós temos como “top pick” as ações da Iguatemi por ser uma empresa bastante tradicional, com um portfólio robusto de empreendimentos. Destaque para JK Iguatemi, Iguatemi SP e Pátio Higienópolis”, ressalta Caio, da Empiricus Research.
O analista ressalta que a posição está alinhada ao foco no público de classe A e B neste momento. “Vivemos um cenário de incertezas, principalmente no crédito. Mas a verdade é que o setor como um todo demonstra indicadores sólidos hoje. Seja na parte de ocupação ou pelo crescimento dos aluguéis”.
Já Alex destaca os últimos resultados da empresa. “A rede de shopping centers teve um lucro líquido de mais de R$ 77 milhões no segundo trimestre de 2023, uma cifra que representa reversão de seu prejuízo de R$ 133,3 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em seu cenário técnico, a ação mostra-se estável com cenário positivo para mais altas também no médio e longo prazo”.
O que considerar antes de investir em ações de shoppings?
De acordo com Caio, o setor de shoppings tem se mostrado mais estável, com descontos menores aos lojistas desde a pandemia e uma inadimplência estabilizada. Mesmo assim, é importante analisar algumas métricas antes de investir.
O analista destaca algumas delas. “Métricas como público-alvo dos empreendimentos, o nível de dominância do portfólio em sua respectiva região e a diversificação geográfica dos shoppings devem ser acompanhadas”, explica.
Além disso, outros pontos relacionados ao balanço da companhia precisam estar no radar do investidor: o nível de alavancagem da empresa, quanto ela está pagando de juros, possibilidade de aquisição ou venda de ativos e a sua renda por aluguel de metro quadrado. “São pontos importantes para ter um processo de decisão mais definido”, ressalta o analista.
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