Vale (VALE3) termina 2022 com produção abaixo da meta

A meta de produção fixada para o ano era de 310 milhões de toneladas de minério de ferro

Dividendos de Vale (VALE3) devem subir enquanto os de Gerdau (GGBR4) podem cair, avaliam analistas - Foto: Washington Alves/Reuters
Dividendos de Vale (VALE3) devem subir enquanto os de Gerdau (GGBR4) podem cair, avaliam analistas - Foto: Washington Alves/Reuters

A Vale (VALE3) fechou 2022 com uma produção de 307,79 milhões de toneladas de minério de ferro, 1,6% abaixo de 2021. O volume também ficou aquém da meta de produção fixada para o ano, que era de 310 milhões de toneladas do produto. Para 2023, o objetivo situa-se entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas da commodity, número que passa para 340 milhões a 360 milhões de toneladas em 2026, segundo projeções divulgadas pela companhia no fim do ano passado. A empresa só passaria a produzir acima de 360 milhões de toneladas a partir de 2030.

A produção de minério de ferro da Vale no ano passado sofreu os efeitos de atrasos no licenciamento ambiental na Serra Norte, em Carajás, no Pará. Houve ainda dificuldades operacionais no S11D, na Serra Sul de Carajás, o que foi parcialmente compensado pelo aumento da produção em minas da empresa em Minas Gerais. Houve ainda maiores volumes de compra de terceiros.

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No fim do ano passado, a empresa deixou claro que não vai mais perseguir um volume de produção de minério de ferro de 400 milhões de toneladas anuais, uma aspiração antiga, que foi postergada depois da tragédia de Brumadinho, em 2019. O objetivo da empresa é ser cada vez mais uma provedora de soluções de ferro para as siderúrgicas de forma a ajudá-las a reduzir as emissões de gases.

A Vale informou ontem que as vendas de finos de minério de ferro, seu principal produto, aumentaram 24,2% no quarto trimestre do ano passado ante o terceiro trimestre. De outubro a dezembro de 2022, as vendas de finos de minério de ferro da vale totalizaram 81,2 milhões de toneladas. O resultado foi impulsionado, segundo a empresa, pelo uso de estoques, formados no terceiro trimestre, ao longo da cadeia de produção. Juntando finos de minério de ferro e pelotas as vendas somaram 90 milhões de toneladas, alta de 22% ante julho-setembro do ano passado.

Em comentário aos clientes, o Itaú BBA disse que a venda de finos e pelotas do quarto trimestre ficou acima da produção de minério de ferro do mesmo período, de 81 milhões de toneladas, 10% abaixo do trimestre anterior. Na comparação com o quatro trimestre de 2021, a Vale teve queda de 1% na produção de minério de ferro.

O Itaú BBA disse que o prêmio, adicional pago por qualidade, caiu US$ 1,2 por tonelada na comparação do 4º trimestre com o 3º trimestre de 2022. O chamado prêmio “all-in” totalizou US$ 5,4 por tonelada, abaixo dos US$ 6,6 por tonelada registrados no período julho-setembro de 2022. “Seguimos confortáveis com a estimativa de US$ 5 bilhões de Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] para o trimestre”, disse o Itaú BBA aos clientes. O resultado financeiro da Vale no quarto trimestre de 2022 será conhecido no dia 16 de fevereiro depois do fechamento do mercado.

No níquel, a produção no quarto trimestre caiu 1,3% na comparação com igual período do ano anterior, para 47,4 mil toneladas. No ano, a produção de níquel ficou em 179,1 mil toneladas, alta de 6,4% frente a 2021. Segundo a empresa, a alta da produção anual é explicada pela estabilização das operações após parada de Sudbury, no Canadá, em 2021. Destacou ainda o “consistente e forte desempenho em Onça Puma”, no Pará.

No cobre, a produção no quarto trimestre caiu 14,5% em relação ao período outubro-dezembro do ano anterior, para 66,3 mil toneladas. No ano, a produção de cobre foi de 253,1 mil toneladas, baixa de 14,7% frente a 2021. A produção de cobre diminuiu no ano devido à manutenção prolongada no moinho de Sossego, no Pará, no primeiro semestre, e à manutenção adicional necessária tanto em Sossego quanto em Salobo, também no Pará, disse a empresa.

Também em comentário aos clientes, o BTG afirmou: “A Vale apresentou 2022 suave do ponto de vista operacional, aproximando-se do mínimo de sua orientação em todas as frentes. Embora entendamos que alguns desses contratempos estão fora do controle da administração (fatores exógenos), acreditamos que a empresa levará alguns trimestres para recuperar totalmente a confiança do investidor na história de baixo para cima.”

Por Francisco Góes e Rafael Rosas

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