Vale (VALE3) entra na carteira de dividendos do Itaú BBA; veja os motivos

Mineradora passa a integrar lista de recomendações mesmo em um momento de incertezas com a economia da China

Mina da Vale em Itabira (MG). Foto: Janaina Duarte/Divulgação Vale
Mina da Vale em Itabira (MG). Foto: Janaina Duarte/Divulgação Vale

O Itaú BBA informou uma mudança em sua carteira de dividendos, que lista cinco ações de empresas que se destacam em termos de remuneração aos acionistas. A Vale (VALE3) entra no lugar da Gerdau (GGBR4) na composição, que ainda tem B3 (B3SA3), Caixa Seguridade (CXSE3), CPFL Energia (CPFE3) e Vibra (VBBR3).

No relatório assinado por Victor Natal, estrategista de ações para pessoa física, o banco de investimentos explica primeiro o motivo de manter na carteira uma empresa do setor de mineração e siderurgia mesmo em um momento de incertezas com a economia da China.

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O especialista comenta que a expansão do gigante asiático é um tema fundamental a se considerar quando analisamos o crescimento da economia brasileira. O motivo? O país é um grande consumidor de commodities, sendo o Brasil um dos seus principais fornecedores.

“O raciocínio não é diferente para o minério de ferro – a commodity é importada e então transformada em aço que, por sua vez, vai servir de insumo para os setores industriais, de infraestrutura e imobiliário, principalmente”, escreve Victor Natal.

“Apesar de o setor imobiliário chinês seguir desaquecido, sem grande perspectiva de melhora no curto prazo, a produção de aço chinesa vem surpreendendo positivamente ao mesmo tempo que os estoques continuam apertados, o que indica, provavelmente, que outros setores e a exportação estejam compensando essa demanda mais fraca”, prossegue.

“Com essa melhora nas perspectivas, optamos por nos manter no setor de mineração e siderurgia, mas priorizar uma empresa com maior carrego e perspectivas de dividend yield“, aponta o estrategista.

VALE3 versus GGBR4

Para o Itaú BBA, ao detalhar a mudança na carteira de dividendos, a Gerdau apresentou resultados dentro do esperado no último trimestre, mas sequencialmente mais fracos, com queda no resultado operacional (Ebitda), prejudicado por um mix de vendas mais ameno e menores embarques domésticos.

“A nossa expectativa é que a tendência de piora sequencial nos resultados continue até o final do ano, impactados por números mais fracos nas principais divisões”, diz o relatório.

Já para incluir a Vale na lista de recomendações, o banco de investimentos aponta que a empresa, também do setor de mineração e siderurgia, deve enfrentar melhores momentos de resultados à frente.

“A produção de aço na China tem se mantido em patamares fortes, sustentados principalmente pelo aumento de exportação de aço, o que poderia apoiar o preço do minério de ferro em patamares mais altos do que o mercado tem projetado para 2023”, comenta Victor Natal no texto.

“Além disso, avaliamos que o caixa advindo da venda parcial da operação de metais básicos pode ser distribuído via dividendos no primeiro semestre de 2024, o que, somado aos dividendos mínimos, poderia representar um dividend yield de 8-9% para a ação”, completa o estrategista.

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