UBS BB reduz preço-alvo da Cosan e mantém recomendação de compra
"Ainda não está claro para o mercado e para nós como a Cosan pode ajudar a Vale a liberar valor de forma que se traduza em retorno aos acionistas da Cosan", diz relatório
O UBS BB reduziu o preço-alvo da Cosan de R$ 26 para R$ 23 e manteve a recomendação de compra para as ações. O valor significa uma valorização potencial de 42,94% em relação à cotação atual. A atualização vem quase uma semana após a companhia anunciar a compra de uma fatia de 6,5% da Vale.
“A Cosan, a nosso ver, entrou na Vale contrariando seus investimentos anteriores e diferente do que o mercado entendia como o ‘DNA’ da empresa no desenvolvimento e fortalecimento de seus empreendimentos”, afirmam os analistas Luis Carvalho, Matheus Enfeldt e Andreas Bokkenheuser. “Acreditamos que ainda não está claro para o mercado e para nós como a Cosan pode ajudar a Vale a liberar valor de forma que se traduza em retorno aos acionistas da Cosan”, acrescentam.
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Segundo eles, a estrutura da empresa para entrar no negócio, que oferece opcionalidade para a Cosan sair com facilidade, aumenta a desconfiança, com os acionistas minoritários da Cosan inseguros sobre o caminho a seguir.
“Essa incerteza se traduziu na abertura do desconto de participação da Cosan para 22%, saindo de 10-15% anteriormente. A história sugere que esse desconto pode variar de 20-30% com custos, como a empresa fez no anúncio da joint venture de mineração ou como a CZZ fez no passado”, comentam.
Os analistas dizem que outra dúvida dos investidores é se deveriam escolher a Cosan no lugar da Raízen, Rumo e Vale. Para o UBS BB, existem três oportunidades na Cosan que podem trazer vantagens não mapeadas: a Compass, Moove e gestão de terrenos (com compra nas gestoras Radar, Telluse Janus), para os quais uma exposição na Cosan pode continuar agregando valor. Nesse sentido, o banco vê potencial de alta para a Raízen e Rumo no nível da Cosan.
Quanto ao corte no preço-alvo da Cosan, os analistas aumentaram o desconto de holding puro para de 5% para 10%, ao qual se soma um desconto total, com custos, de 20%. Também adicionaram a participação de 4,90% na Vale ao preço-alvo US$ 12 por ação da mineradora, sobre uma dívida de R$ 17,4 bilhões.
“Essa é a abordagem mais conservadora, pois pressupõe uma desvantagem na Vale que poderia ser protegida pela estrutura de derivativos (embora os preços de exercício não tenham sido divulgados)”, afirmam os analistas.