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Campos Neto cita ajuste fiscal como fundamental para queda da Selic
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou nesta terça-feira (29) o controle dos gastos e o resultado primário como fundamentais para queda dos juros (Selic).
Ele mencionou que a diferença do Plano Real para outros planos é que foi feito um ajuste fiscal antes da implementação.
Campos Neto lembrou ainda que, de lá para cá, todas as vezes que o Brasil conseguiu reduzir os juros o movimento foi acompanhado por choques fiscais expressivos. Ele citou o teto de gastos, reforma da Previdência Social, aprovação do arcabouço fiscal.
“Muito difícil trabalhar com juros estruturalmente mais baixos, cair os juros, sem choque positivo da base fiscal”, afirmou acrescentado que é preciso ter uma percepção de que o gasto fiscal vai melhorar.
Ele citou ainda que a dívida do país teve um salto. O presidente do BC participou do Lide Brazil Conference que está sendo realizado em Londres.
Inflação de serviços no foco
Ainda no evento, Campos Neto disse que a mensagem principal é a de que o mundo está bastante endividado. E que há, em curso, ameaças ao processo de desinflação.
“Para continuar o processo de convergência da inflação, precisamos que a inflação de serviços comece a cair. Ou não tem como a inflação ficar baixa o suficiente para que o processo [de convergência] siga”, afirmou.
O presidente do BC ainda fez uma avaliação sobre a economia dos Estados Unidos e da China.
No caso americano, o dirigente elencou como os principais temas as eleições presidenciais da próxima semana. E destacou pilares que estão sendo discutidos, como uma política fiscal mais expansionista; protecionismo; e imigração, além do impacto que esses temas podem trazer para a inflação.
“A gente vê um fiscal expansionista; o mundo mais protecionista; e uma base de imigração mais restritiva”, disse Campos.
Já em relação à China, o dirigente destacou que o grande desafio é a economia se “reiventar”, ao destacar, ainda, o fato de o consumo interno ter caído e o país ter se voltado ao modelo de exportação, como no caso dos carros elétricos.
Com informações do Valor Econômico
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