Petrobras (PETR3; PETR4): lucro deve cair no 1º tri com a queda nos preços do petróleo

Mercado aguarda para ver se dividendo será pago na política atual ou se será cortado para o mínimo obrigatório

Edifício sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Petrobras
Edifício sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Petrobras

O lucro líquido da Petrobras deve vir pressionado no balanço do primeiro trimestre de 2023. A empresa divulga seu resultado nesta quinta-feira (11), após o encerramento dos negócios na B3. O lucro da empresa é pressionado pelas quedas nos preços do petróleo no mercado internacional, que saiu em média de US$ 93, um ano atrás, para US$ 79 o barril neste ano.

O petróleo fechou em baixa robusta nesta quarta-feira (10), devolvendo parte dos ganhos ao redor de 8% acumulados nas últimas três sessões. A commodity foi pressionada pelo inesperado aumento dos estoques dos EUA na semana passada. O barril do petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para julho fechou em queda de 1,49%, a US$ 72,52. Já o do Brent – referência global – para o mesmo mês cedeu 1,33%, a US$ 76,41.

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Ainda assim, os analistas acreditam que a petroleira irá apresentar resultados sólidos, apesar do menor preço praticado no petróleo Brent. A expectativa é que a companhia compense a queda no preço com o aumento na produção do pré-sal, que subiu 3,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2022, de acordo com seu relatório de produção, divulgado no inicio do mês. Já a produção no pós-sal recuou 4,5%, devido a desinvestimentos, principalmente nos campos de Albacora Leste e Papa-Terra, que foram vendidos.

A IF consultou relatórios e falou com analistas de sete casas de análise para fazer este levantamento: XP Investimentos, UBS BB, JP Morgan, Itaú BBA, Goldman Sachs, A7 Capital e Ativa.

Projeção para o lucro líquido

A projeção média dos relatórios sobre o lucro líquido da petroleira gira em torno de R$ 32 bilhões no período, valor que representaria uma queda de 28% na comparação com o resultado do 1º trimestre do ano passado, quando a companhia apresentou lucro recorde (até então) de R$ 44,56 bilhões.

No operacional, a projeção média de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) é de US$ 13 bilhões no último trimestre, uma queda de 13% na comparação anual, dada a pressão da commodity.

Extração no pré-sal: chance de margens de produção melhores

De acordo com Ilan Albertman, economista-chefe da Ativa Investimentos, o relatório de produção e de vendas, divulgado no último dia 4 de maio, saiu em linha com o que se esperava. A diferença, ressaltou, foi o aumento da participação da extração de petróleo do pré-sal, que tem um custo de extração mais baixo e pode afetar positivamente as margens.

“Normalmente o custo de extração é mais baixo no pré-sal, sai abaixo de US$ 3 o barril, já o custo médio de extração da companhia é de US$ 10, então achamos que nesse setor de extração e produção a margem Ebitda vai ficar próxima de 70% que é uma baita margem”, afirmou Albertman.

Para compensar, a estatal reduziu em 4,5% a produção do pós-sal, com encerramento das plataformas P-18 e P20, além dos desinvestimentos de Albacora Leste e Papa-Terra.

Dividendos

A expectativa do mercado é com o pagamento dos dividendos, tema que dividiu as opiniões dos analistas. Enquanto alguns acreditam na manutenção da política atual de pagar grandes dividendos, outros acreditam na redução para priorizar novos investimentos.

Com o novo conselho de administração eleito, a questão é saber se a gestão Jean Paul Prates irá manter a política atual de remuneração dos acionistas ou se irá adotar um novo cálculo, que permita que a empresa faça outros investimentos.

O banco JP Morgan aposta em um pagamento de US$ 4,1 bilhões em dividendos do 1º tri.

“A não ser que aconteça uma mudança extraordinária na política de dividendos, a companhia deve manter o pagamento em linha com a política de pagar 60% do fluxo de caixa operacional menos investimentos”, diz o relatório.

De acordo com a XP Research, é esperado um dividendo em torno de US$ 4,5 bilhões, o que representa um dividend yield de 8%, mas isso pode não ser anunciado.

“Isso explica o prêmio de risco exigido para se investir nas ações da Petrobrás, que está alto. Por isso, a empresa está bem descontada”, diz André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

Gatilhos negativos

No entanto, o banco afirma que esta política deve mudar em breve, agora que o novo conselho de administração foi empossado na Petrobras, assumindo que a partir do segundo trimestre a empresa só vai pagar o mínimo obrigatório por lei.

O UBS BB espera que a companhia faça o anúncio da política de dividendos na própria quinta-feira (11) e apontou que qualquer que seja a mudança proposta pela empresa, serão gatilhos negativos para as ações.

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