Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) do 4º tri é esperado com otimismo pelo mercado
Banco tem linha de crédito robusta, forte participação no agro e conta com a corretora BB DTVM e a BB Seguridade
O Banco do Brasil, assim como o Itaú (ITUB3; ITUB4), é um dos bancos cujo balanço é aguardado com maior otimismo pelos analistas, que acreditam que o bom desempenho visto no 3º trimestre deve se repetir, dada a força de sua carteira de crédito, menor exposição à dívida tóxica da Americanas e os ótimos resultados da BB Seguridade.
O Banco do Brasil tem também uma forte presença no agronegócio e possui uma gestora que já é a maior da América Latina, a BB DTVM, que cresceu ainda mais com o tamanho de sua exposição em renda fixa e os juros mais altos.
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Outro ponto de otimismo dos investidores foi a indicação de Tarciana Medeiros para presidência do banco, bem vista por corretoras como a XP e outros analistas de mercado. Segundo essas pessoas, ter nomeado uma servidora de carreira foi um alívio.
O risco de ingerência, no entanto, segue no radar, especialmente diante de uma disputa aberta entre o presidente Lula contra as taxas de juros, privatização da Eletrobras, teto de gastos e outras heranças das administrações anteriores.
O que o mercado espera do balanço do BB?
O mercado espera que o lucro líquido recorrente do BB no 4º trimestre seja em torno de R$ 8,10 bilhões, de acordo com a mediana dos dados levantados pela IF junto aos relatórios de bancos e casas de análise.
A divulgação do balanço será na segunda-feira (13), após o encerramento das negociações na B3.
No terceiro trimestre, os números do banco surpreenderam os analistas com um lucro de R$ 8,36 bilhões. A expectativa média era de R$ 6,9 bilhões.
Somado a isso, após o balanço do 3º trimestre, o banco revisou seu guidance para o acumulado de 2022, o que também aumentou o otimismo com a companhia.
O que dizem os analistas?
Analistas do Banco Safra acreditam que o balanço do Banco do Brasil irá “brilhar” no 4º trimestre. Silvio Dória e Gabriel Pucci afirmaram que a instituição deve apresentar uma expansão de receitas maior que seus concorrentes, impulsionada pela contribuição positiva da margem financeira bruta e de outras linhas de receita.
A XP segue a mesma linha. “Esperamos por mais um trimestre que o Banco do Brasil apresente forte crescimento em sua carteira de crédito, impulsionada principalmente pelo crédito rural, que ultrapassou a marca de R$ 300 bilhões. Deve haver um forte crescimento na margem financeira bruta de 34% no comparativo anual, ligeiramente superior na comparação trimestral principalmente devido a spreads e resultado da tesouraria mais fortes”, afirmam os analistas da XP.
Inadimplência no Banco do Brasil
Apesar das boas notícias, existe uma expectativa de aumento marginal na taxa de inadimplência do banco, para 2,5%, ainda assim, valor que deixa o BB como o banco menos afetado do setor.
Americanas: menor exposição
A expectativa em relação aos créditos tóxicos da Americanas pairaram sobre Santander, Bradesco e Itaú. Para o Banco do Brasil, no entanto, o impacto esperado é o menor entre todos eles, dada sua menor exposição.
Em um estudo divulgado no dia 26 de janeiro, a Ativa Investimentos apontou que o Banco do Brasil deverá ter um impacto entre R$ 680 milhões e R$ 952 milhões em provisões com a varejista. Muito abaixo dos concorrentes.
O tamanho da dívida da Americanas com o BB é de R$ 1,36 bilhão, correspondente e 0,14% do portifólio do banco. Resta saber se o banco estatal vai fazer a provisão no balanço do 4º trimestre ou se irá deixar para 2023.
Bom pagador de dividendos
A XP Investimentos afirmou que o BB deverá ser o maior pagador de dividendos do setor em 2022 e também em 2023.
O banco soma um dividend yield (rendimento de dividendos) de 10,4% nos últimos 12 meses, com R$ 4,17 pagos por ação ordinária no período, segundo dados do Status Invest.
BB Seguridade
Para finalizar, o BB é dono de 66% da BB Seguridade, holding com capital aberto que reúne as participações do Banco do Brasil em seguros e previdência.
Na última quinta-feira (9), a BBSeg reportou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre de 2022, um avanço de 47,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, boa parte diante da alta da taxa Selic.
Isso acontece porque as seguradoras trabalham com reservas grandes para honrar os pagamentos dos sinistros, com a maior desse dinheiro aplicado em renda-fixa. Em 2022, o lucro da BB Seguridade cresceu 53,7%, para R$ 6 bilhões.