Rússia diz que negociações com a Ucrânia sobre o fim da guerra estagnaram
Kiev acredita que os russos estão tentando apenas ganhar tempo para reorganizar suas tropas e dar sequência à invasão
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta segunda-feira que o progresso nas negociações de paz com a Ucrânia estagnou. A afirmação foi feita após as tropas russas terem intensificado os ataques contra as principais cidades do país vizinho.
Em entrevista coletiva concedida hoje, Peskov afirmou que “o grau de progresso” nas negociações está “aquém” do que o Kremlin gostaria. Ele também agradeceu a Israel e Turquia pela mediação nas conversas entre as partes. “É importante tornar a Ucrânia mais receptiva”, disse ele.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou que os dois países estavam próximos a chegar a um entendimento sobre pontos-chave de um possível acordo.
Sob o pacto que está sendo negociado, a Ucrânia aceitaria desistir da adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e se desmilitarizar. Em troca, o país receberia garantias de segurança coletiva.
Embora as negociações continuem, autoridades de Kiev e do Ocidente acreditam que a Rússia está tentando apenas ganhar tempo para reorganizar suas tropas e dar sequência à invasão, frustrada até agora pela resistência das tropas ucranianas.
Peskov também afirmou hoje que a Rússia só aceitará um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky quando a Ucrânia “fizer sua lição de casa” e concordar com o resultado das negociações. Na avaliação do Kremlin, no momento, não há avanços suficientes para que os dois líderes possam se reunir.
Além disso, Peskov afirmou que a Rússia não aceitará um cessar-fogo antes que as partes acertem um acordo. Segundo ele, “grupos nacionalistas” usariam a trégua para “se reagrupar e continuar atacando as forças russas”.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico
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