Presidente do PL anuncia que partido fará oposição a Lula
PL dará cargo de presidente de honra a Bolsonaro para que ele percorra o país sob salário
O presidente do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, disse em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (8) que a sigla fará parte da oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Valdemar da Costa Neto também afirmou, quando questionado se contestaria o resultado das urnas que elegeram o petista, que a legenda seguirá Bolsonaro “no que for preciso”, e disse qua aguardaria o relatório das Forças Armadas sobre o pleito.
De acordo com Valdemar, o PL deve apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados, desde que, em troca, o PP apoie um candidato do PL à presidência do Senado Federal, hoje almejada pela senadora eleita Teresa Cristina (PL-MT).
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Bolsonaro como ‘presidente de honra’ do PL
Líder do Centrão no Congresso, Valdemar Costa Neto ainda comentou que Bolsonaro foi convidado para exercer um cargo de presidente de honra da legenda.
Derrotado nas urnas, Bolsonaro não ocupará um cargo público pela primeira vez em 34 anos a partir de janeiro de 2023. O presidente, de acordo com Valdemar, deverá viajar pelo país, e seu salário será definido pelo partido. Mas o líder do PL disse que está disposto a gastar “o que puder” com Bolsonaro.
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O PL entraria, neste acordo, como toda a estrutura necessária para que Bolsonaro pudesse realizar suas viagens pelo Brasil. “É muito importante que ele corra o Brasil para a gente conseguir atingir nossos objetivos”, disse Valdemar Costa Neto.
“O PL não renunciará às suas bandeiras e ideais. Será oposição aos valores comunistas e socialistas, será oposição ao futuro presidente. O Partido Liberal seguirá mais forte do que nunca na busca pela construção de uma nação unida”, declarou Valdemar.
“Hoje nós queremos que ele comande nosso partido. Queremos Bolsonaro à frente dessa luta que ele construiu para levar nosso partido a um patamar mais importante”, continuou o presidente do PL. “Fizemos a maior bancada graças ao presidente Bolsonaro de deputados federais e senadores. Jamais pensei que pudesse construir uma bancada desse nível.”
PL pode votar a favor de PEC da Transição
O PL se posicionou sobre a PEC de Transição defendida por coordenadores da equipe de transição de Lula. O projeto liberaria gastos extraordinários fora do limite estabelecido pelo teto de gastos, uma espécie de “waiver”, cujo valor ainda não foi definido.
O presidente do PL discutiu a proposta com Bolsonaro. O partido votará a favor da PEC caso ela seja “boa para o país”, disse Valdemar.
Valdemar vinha sendo pressionado por deputados do PL ligados a Bolsonaro a anunciar a oposição com o receio que, assim como outras siglas, o partido também abrisse negociação com o PT, de que foi um aliado histórico. Alguns dos aliados mais radicais de Bolsonaro, como Filipe Barros (PR), Bia Kicis (DF), Carlos Jordy (RJ) e o senador eleito Jorge Seif (SC), estavam presentes na plateia.
Esta é a primeira vez desde o resultado das eleições que Valdemar Costa Neto se pronuncia publicamente sobre o futuro da sigla e de Bolsonaro. O PL elegeu as maiores bancadas de parlamentares para a Câmara e Senado.
Com o ingresso de Bolsonaro em novembro, a legenda atraiu aliados bolsonaristas puxadores de votos nos estados que contribuíram para o êxito do PL nas eleições. A sigla, contudo, permanece abrigando os deputados fisiológicos. A estimativa na Executiva do próprio partido é que, dentre os 99 deputados eleitos, mais de 40 estarão dispostos a ajudar o futuro governo, se forem atendidos com cargos e emendas.