Interferência na Petrobras e popularidade em queda: Lula faz 1ª reunião ministerial de 2024
Reuniões com essa são tidas como 'freios de arrumação' para o presidente alinhar seus ministros em torno dos discursos e prioridades da gestão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza, nesta segunda-feira (18), no Palácio do Planalto, a primeira reunião ministerial do ano com toda a equipe do governo. O encontro, previsto para começar às 9h e com duração indefinida, acontece em meio à queda da aprovação do governo federal nas pesquisas de opinião e dias depois de uma crise na Petrobras que derrubou o valor de mercado da estatal.
Reuniões ministeriais são tidas como “freios de arrumação” para o presidente alinhar seus ministros em torno dos discursos e prioridades da gestão. Os 38 ministros são convocados, e outras autoridades como líderes do governo no Legislativo também costumam participar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, desmarcou a viagem que faria à Alemanha a partir de ontem para participar da reunião.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Pauta do encontro
No ano passado, Lula realizou quatro reuniões com os chefes das pastas para dar recados aos ministros. Em março de 2023, por exemplo, o chefe do Executivo deu uma bronca nos auxiliares por anunciarem propostas sem o aval da Casa Civil. Os encontros são fechados, mas normalmente há divulgação da fala inicial do presidente.
A primeira reunião de 2024 é em um momento de preparação para as eleições municipais. Lula precisa reverter sua queda de popularidade para ter mais condições de impulsionar aliados nas disputas pelas prefeituras.
Últimas em Política
Pesquisa Quaest mostrou que a avaliação positiva do governo, que havia chegado a 42% em agosto de 2023, ficou em 35% em fevereiro deste ano. No mesmo período, as avaliações negativas passaram de 24% para 34%.
O chefe do Executivo planeja visitar todos os Estados neste ano como forma de melhorar a imagem do governo. Nas viagens, a orientação do presidente é que ministros o acompanhem e promovam agendas positivas nos Estados. Para isso, é necessário um alinhamento do discurso do governo federal.
Agenda econômica
Conforme mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a articulação política do governo federal elencou 48 projetos prioritários da gestão Lula 3 para 2024. Dentre eles, 32 apresentam viés econômico.
Algumas dessas propostas têm conteúdo arrecadatório e são parte do esforço de Haddad para manter a meta fiscal. Nessa linha, a lista inclui projetos como a reoneração da folha de pagamento de 17 setores e a regularização de ativos mantidos no exterior.
O documento apresenta também grande peso nas medidas voltadas ao acesso a crédito e à política industrial. Em reuniões como a de hoje, os ministros costumam defender o orçamento de suas pastas e pedir prioridade em suas pautas.
O encontro também acontece dias depois da crise sobre dividendos da Petrobras que culminou na redução do valor de mercado da estatal. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ficaram em lados opostos na discussão.
Na semana passada, Prates afirmou que a retenção de dividendos extraordinários promovida pelo conselho de administração foi orientada pelo “presidente da República e pelos seus auxiliares diretos”, mas disse que falar em “intervenção” na empresa é “querer criar dissidências, especulação e desinformação”.
O caso aumentou a desconfiança do mercado sobre a estatal.
Com informações do Estadão Conteúdo