PF: Golpe seria realizado em 15 de dezembro de 2022, mas não foi realizado por falta de adesão do Exército e Aeronáutica

As evidências da PF demonstraram que o comandante da marinha, Almirante Almir Garnier e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio, aderiram ao intento golpista

O inquérito da Polícia Federal diz que o golpe de estado tinha dia marcado: 15 de dezembro de 2022. Nesta data, uma equipe de militares das Forças Especiais executaria a ordem de prisão e execução do ministro Alexandre de Moraes e o presidente Jair Bolsonaro assinaria o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

No dia 16 de dezembro de 2022, após a consumação do golpe, seria criado o Gabinete Institucional de Gestão de Crise, formado em quase a totalidade por militares, sob comando dos Generais Augusto Heleno e Braga Netto, havendo poucos civis, dentre eles Filipe Martins, assessor de Bolsonaro.

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Para isso, foi desencadeada a ação clandestina denominada “Copa 2022”, composta por militares do Exército, com formação em forças especiais (FE), os denominados “Kids Pretos”, que iniciaram a execução do plano operacional “Punhal Verde Amarelo”, com o objetivo de prender e executar Moraes.

Enquanto as medidas para “neutralizar” o ministro estavam em andamento, o núcleo jurídico do grupo investigado finalizou o decreto que formalizaria a ruptura institucional, mediante a decretação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral e a instituição da Comissão de Regularidade Eleitoral para “apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral”.

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No entanto, a consumação do golpe necessitaria de um elemento fundamental, o apoio do braço armado do Estado, em especial a força terrestre, o Exército. Para isso, o então presidente realizou várias reuniões com os comandantes das Forças e com o ministro da Defesa para apresentar o Decreto e os apoios.

As evidências da PF demonstraram que o comandante da marinha, Almirante Almir Garnier e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, aderiram ao intento golpista. No entanto, os comandantes Freire Gomes, do Exército, e Baptista Junior, da Aeronáutica, se posicionaram contrários a qualquer medida que causasse a ruptura institucional no país.

No entanto, segundo a PF, apesar das pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do Alto Comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado, por isso, a missão contra Moraes foi abortada, assim como a assinatura do decreto golpista.

“Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República, Jair Bolsonaro, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes foi abortada”, diz a PF.

Com informações do Valor Econômico

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