Eletrobras (ELET6) não deve correr risco de ser reestatizada no governo Lula, diz Credit Suisse

Analistas dizem que reestatização da companhia deve gerar custos elevados à União

Eletrobras foi privatizada em processo realizado em junho de 2022. (Foto: Rafael Henrique/Reuters)
Eletrobras foi privatizada em processo realizado em junho de 2022. (Foto: Rafael Henrique/Reuters)

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve gerar uma reestatização da Eletrobras (ELET6), diz o Credit Suisse. O banco destaca que o processo geraria um custo elevado para a União, com ativação de cláusula de barreira (“poison pill”) que obrigaria a realização de uma oferta para aquisição de todas as ações ordinárias.

Os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano, do Credit Suisse, escrevem que vários fundos foram criados para aumentar investimentos em energia em Minas Gerais, Norte e Nordeste, e uma reversão na privatização traria impactos políticos negativos de quem apoiou a privatização.

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Programa de demissão voluntária da Eletrobras

O novo programa de demissão voluntária e a conversão de ações que a Eletrobras anunciou na última semana são notícias positivas, apoiando a tese de investimentos de longo prazo, que tem endosso pela redução de custos e melhorias na governança. O programa vai abarcar 2.312 funcionários.

Os analistas destacam que o custo de R$ 48 mil por empregado no programa anunciado é maior que o esperado, mas a criação de valor presente líquido com a eliminação das vagas compensa a diferença nos valores, gerando redução de 8% no custo médio de empregado por ano.

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Já a conversão de ações, que será feita na proporção de 1,1 nova ação ordinária para cada ação preferencial classe B não está refletido nos preços dos papéis, pondera o banco, o que deve causar ajustes nos preços para torná-las em linhas com a proposta da Eletrobras.

O Credit Suisse tem recomendação de compra para Eletrobras, com preço-alvo em R$ 71 para as ações PNB, potencial de alta de 38,8% sobre o fechamento da última sexta-feira.

BTG descarta risco de reestatização da Eletrobras

Os analistas do BTG Pactual João Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende, fazem coro aos especialistas do Credit Suisse: a União teria um processo oneroso pela frente caso queira reestatizar a Eletrobras e, por isso, não deve perseguir esse rumo para a companhia de energia elétrica.

O BTG afirma que qualquer acionista que queira adquirir o controle da Eletrobras vai precisar realizar oferta para comprar todas as ações ordinárias e pagar um prêmio de 200%, estimando um custo de US$ 300 bilhões. É um custo enorme caso o governo queira aplicar a “poison pill”.

“Mesmo se o governo decidir ir adiante com o plano, o processo precisaria ser aprovado pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que atualmente tem uma maioria de centro-direita”, comenta o BTG, afirmando que esse cenário de reestatização da Eletrobras é muito improvável.

No setor elétrico como um todo, o BTG não vê riscos com a mudança de governos, apontando que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem ampla experiência nesse tipo de transição. As renovações contratuais de algumas concessões de distribuidoras, no entanto, merecem atenção, podendo ter termos menos favoráveis às empresas.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para Eletrobras, com preço-alvo em R$ 62 para as ações ordinárias. Há pouco, os papéis tinham queda de 0,19%, cotados em R$ 48,33.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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