CPI vai ouvir Fernandin OIG, apontado como responsável por ‘jogo do tigrinho’

A CPI das Bets deve ouvir na próxima terça-feira (26) o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, apontado como responsável pela operação do “jogo do tigrinho” no Brasil. A convocação foi sugerida pela relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Em reunião deliberativa desta terça-feira (19), o colegiado aprovou 169 requerimentos de depoimentos […]

A CPI das Bets deve ouvir na próxima terça-feira (26) o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, apontado como responsável pela operação do “jogo do tigrinho” no Brasil. A convocação foi sugerida pela relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).

Em reunião deliberativa desta terça-feira (19), o colegiado aprovou 169 requerimentos de depoimentos e informações. Veja a lista completa na pauta da reunião.

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O que é o jogo do tigrinho?

O aplicativo de apostas Fortune Tiger — conhecido como “jogo do tigrinho” — foi desenvolvido pela empresa PG Soft, sediada em Malta.

Ele funciona como uma máquina caça-níqueis virtual. Soraya aponta a empresa One Internet Group (OIG), de Oliveira Lima, como principal responsável pela divulgação do jogo entre o público brasileiro. A empresa afirma atuar no ramo de anúncios em redes sociais e nega que tenha qualquer relação oficial com a PG Soft.

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“Sua empresa é suspeita de facilitar operações de apostas online, o que levanta preocupações sobre possíveis práticas ilícitas e lavagem de dinheiro. A convocação de Fernando é essencial para esclarecer as operações de sua empresa e as estratégias adotadas para divulgar o jogo”, destaca a relatora na justificativa do requerimento.

Na reunião da próxima terça-feira, a CPI das Bets também pode ouvir autoridades de Pernambuco que atuam no combate ao jogo do bicho e às apostas esportivas online. Os convidados são:

Alessandro Carvalho Libório, secretário de Defesa Social;
Paulo Gustavo Gondim Borba Correia, diretor metropolitano da Polícia Civil; e
Renato Márcio Rocha Leite, delegado-geral da Polícia Civil.
O autor dos requerimentos, senador Izalci Lucas (PL-DF), destaca que a Secretaria de Defesa Social e a Polícia Civil de Pernambuco têm desempenhado “um papel central” com a Operação Integration, que investiga um esquema de lavagem envolvendo jogos de azar.

“Deflagrada em setembro de 2024, a Operação Integration teve como objetivo desmantelar um esquema de apostas online e jogo do bicho que movimentou bilhões de reais de forma ilícita”, justifica Izalci.

Influenciadores e artistas na mira da comissão

A CPI das Bets também aprovou a convocação de vários artistas e influenciadores digitais que estariam atuando na expansão do mercado de apostas no Brasil. Essas oitivas ainda não têm data marcada. A comissão quer ouvir as seguintes personalidades:

Deolane Bezerra dos Santos, influenciadora digital
Gessica Kayane Rocha de Vasconcelos (Gkay), atriz e influenciadora digital
Jordana Gleise de Jesus Menezes (Jojo Todynho), cantora
Wesley Oliveira da Silva (Wesley Safadão), cantor
Everson de Brito Silva (Tirulipa), humorista
Vitória di Felice Moraes, influenciadora digital
Rodrigo Abrão de Carvalho Mussi Ivo, influenciador digital
Pâmela de Souza Drudi, influenciadora e esposa de Fernandin OIG
Luan Kovarik (Jon Vlogs), influenciador digital e criador da JonBet

A senadora Soraya Thronicke demonstrou preocupação com a participação dos influenciadores na divulgação dos aplicativos de apostas. Para ela, os jogos comprometem a saúde dos brasileiros e a economia do país.

“Quando as propagandas das bets ilegais aparecem nas redes sociais, a pessoa se empolga. São nessas ocasiões que se vão os recursos das famílias. Muitas estão indo à bancarrota. Jogadores com vício estão pedindo dinheiro emprestado para agiotas. Todo esse recuso, que é vultoso, está saindo do mercado brasileiro. São bilhões de reais, que estão saindo do nosso comércio e do setor de serviços”, alertou ela durante a reunião da CPI.

Investigados pela CPI das Bets

Além de Deolane Bezerra, a CPI das Bets vai convocar da mãe da influenciadora, Solange Alves Bezerra, e a sua advogada, Adélia Soares. Deolane e Solange foram presas em setembro, em Recife (PE), pela Operação Integration.

Ainda na esteira daquela investigação, a CPI aprovou nesta terça-feira a convocação de dez pessoas citadas no inquérito sobre lavagem de dinheiro e apostas ilegais. Eles devem depor na condição de investigadas:

Marcela Tavares Henrique da Silva Campos, sócia da Esportes Gaming
José André da Rocha Neto, representante da BPX Bets
Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócia-administradora da BPX Bets
Edson Antonio Lenzi Filho, diretor da Pay Brokers Cobrança
Darwin Henrique da Silva, dono da empresa Caminho da Sorte
Boris Maciel Padilha, ligado à HSF Entretenimento
Thiago Lima Rocha, sócio da Zelu Brasil Pagamentos
Rayssa Ferreira Santana Rocha, sócia da Zelu Brasil Pagamentos
Italo Tavares de Moura, sócio da ST Soft Desenvolvimento de Programas
Djalma Junior dos Santos, sócio da ST Soft Desenvolvimento de Programas

Autoridades

Outro lote de requerimentos aprovados sugere o depoimento de autoridades públicas. O senador Izalci Lucas, responsável pela maior parte das sugestões, alterou a natureza dos pedidos de convocação para convite. A CPI pode ouvir, entre outros:

Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Jorge Messias, advogado-geral da União
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal
Ricardo Liáo, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
Alexandre Cordeiro Macedo, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)

Informações

Por fim, a CPI também aprovou pedidos de informação. Entre eles, há solicitações ao Coaf de 37 relatórios de inteligência financeira (RIFs). Os documentos podem identificar operações com indícios de crimes. Os alvos incluem pessoas físicas e empresas ligadas a apostas online e plataformas de pagamento.

A CPI das Bets foi instalada em 12 de novembro para investigar a influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras e a possível associação com organizações criminosas. Os trabalhos do colegiado vão até abril do próximo ano.

Com informações da Agência Senado

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