Demanda das companhias aéreas voltou, diz Márcio França
Ministro afirma que é necessário ampliar acesso a vôos e diz que estratégia do governo é regionalizar aeroportos
O ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, disse hoje que a demanda doméstica das companhias aéreas retornou ao patamar de antes de pandemia, mas que o desafio agora é fazer com que mais pessoas viajem. Ele reafirmou o objetivo do governo de preparar cerca de 100 aeroportos regionais para operarem voos comerciais.
De acordo com o ministro, apesar da retomada da demanda, apenas 10% dos CPFs do país voam atualmente. “O objetivo é ampliar esse universo”, disse França durante evento promovido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), em Brasília.
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Regionalização de aeroportos é estratégia do governo
“O presidente Lula fez uma encomenda para iniciarmos um processo de regionalização dos aeroportos”, disse o ministro. Segundo ele, o processo será realizado em três etapas, com 33 terminais cada, totalizando aproximadamente 100 aeroportos.
Para ampliar o público viajante, um dos planos do governo é o programa de passagens de baixo custo, que no passado recente foi motivo de uma bronca de Lula em França, chamado Voa Brasil. Apesar disso, a ideia é trabalhar com as companhias aéreas para viabilizar a venda de passagens baratas pelos assentos ociosos em determinadas épocas do ano. França espera que as companhias aéreas comecem a vender as passagens mais baratas em agosto deste ano.
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O mercado de transporte aéreo de passageiros foi um dos mais impactados pela pandemia de covid-19. O setor ainda se recupera do choque de demanda com o fim das medidas de isolamento social. Em 2019, o mercado aéreo brasileiro transportou 119,4 milhões de passageiros em 951 mil voos regulares e não-regulares. Contudo, a trajetória da tarifa aérea brasileira é de alta de cerca de 25%, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o que deve pesar no bolso do consumidor.
‘Grande erro’, diz França sobre privatização do porto de Santos
O ministro também voltou a rechaçar a possibilidade de privatização do Porto de Santos, apresentado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo França, o governo passado “cometeu o grande erro” de encaminhar um debate sobre a privatização das autoridades portuárias, o que, segundo ele, não acontece no mundo.
Ao comentar a venda do Porto de Vitória para a iniciativa privada, França disse que o governo vai respeitar o negócio já feito e fiscalizar para que a operação seja bem executada. Destacou, no entanto, que o modelo atual para o setor é “correto” e citou como exemplo os problemas vividos em outros modais, nos quais concessionárias pedem a rescisão dos contratos.
“Não há no Brasil porto querendo ser devolvido. Nesse caso, a modelagem está certa”, disse França, ao lembrar que concessionários de rodovias e aeroportos já procuraram o governo para devolver os ativos.