O que aprendemos em 2023 para fazermos em 2024 em nossos investimentos?
Olhar o retrovisor pode ser interessante no momento de traçar uma nova estratégia
O ano de 2023 está acabando e quando olharmos para trás e lembrarmos desse período, o que a nossa memória nos trará em termos de investimentos e mercado financeiro?
Cada um terá a sua resposta, o seu marco e, assim, a sua reflexão, mesmo porque quando tratamos de finanças não existe uma única resposta exata.
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Mas é justo dizer que fatores como instabilidade geopolítica, inteligência artificial, inflação, alta de juros globais, criptoativos, transição energética e eventos climáticos extremos estarão na pauta.
Dessa maneira, após um 2022 turbulento quando olhamos o cenário geopolítico global, esse ano ainda nos trouxe uma cena conturbada, o que por hora fez o termômetro de risco subir, gerando assim momentos de aversão a risco nos mercados financeiros.
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Eventos localizados
Assim, aliado a isso, tivemos eventos econômicos localizados que também geraram o chamado “fly to quality”, onde os ativos chamados seguros foram preferidos pelos investidores.
Mas ainda estávamos em um ambiente que se mostrava resiliente a inflação, principalmente quando olhávamos para as chamadas economias desenvolvidas.
Por isso, passados os choques relatados acima, observamos uma alta significativa nos juros globais, o que acabou por pressionar todos os ativos de risco.
Por exemplo, o título do governo americano de 10 anos saiu de uma taxa de 3,5% para atingir 5,0%, nada trivial se pensarmos no impacto que essa abertura tem na chamada economia real.
Arrefecimento da inflação
Passado esse pico nos juros globais, começamos a observar um arrefecimento da inflação catalisada por exemplo pela redução dos preços de energia, observado principalmente a partir do terceiro trimestre de 2023.
Isso iniciou uma janela onde os ativos de risco voltaram a ter atratividade e o dinheiro começou a impulsionar esses preços, proporcionando o chamado “rally” nas ações globais (lideradas pelo setor de tecnologia), as curvas de juros gerando retornos expressivos para as posições aplicadas; moedas emergentes se apreciando e os criptoativos avançando ainda mais.
Agora, quando pensamos em investimentos e mercados financeiros, observar os chamados ciclos econômicos mirando um horizonte de médio e longo prazo são fundamentais.
Dessa forma, evitamos a tentação de realizar o chamado “timing” de mercado e não caímos na falácia de que investir é ficar mudando a estratégia a todo instante.
Se até o segundo trimestre de 2023 a renda fixa ainda atraia grande parte das atenções, esse avanço dos ativos de risco mostrou a importância de termos um portfolio plural.
Em 2023 temos o bitcoin liderando o ranking de retornos, seguido por estratégias de ações internacionais e locais para então encontrarmos investimentos de renda fixa.
Por isso, ao olharmos no retrovisor o ano 2023 e pensarmos em 2024, o que devemos ter em mente? Diversificação.
Diversificação na estratégia de investimentos
Isso te protege de ser ciclotímico e, assim, não gera a ansiedade de querer acertar tudo o tempo todo.
A visão de portfólio, e onde buscamos alocar cada parte do nosso investimento de forma a agregar valor e gerar descorrelação entre as aplicações, é fundamental.
Por isso, não adianta olhar o que não está funcionando sem considerar qual o motivo daquela parte estar contida no todo.
O momento atual sugere uma flexibilização das políticas monetárias.
Sejam elas nas economias em desenvolvimento – como no caso do Brasil, onde estima-se uma taxa terminal em torno de 9,25%.
Sejam elas nas economias desenvolvidas – como no caso dos Estados Unidos, onde mesmo com o chamado “high for longer” o mercado espera um início do ciclo de afrouxamento da ordem de 125bps, levando a taxa para algo em torno de 4,00% no final de 2024.
Dessa maneira, quando pensamos em nossos investimentos, vale nos atentarmos ao pensamento de que “fazer o simples e bem feito da mais retorno do que fazer o complexo e pouco eficiente”.
Nesse sentido, contarmos com os ETFs – baratos, transparentes, diversificados, com liquidez e com vantagens tributarias (ETFs de RF) – para nos ajudar na construção de nosso portfolio é algo para considerarmos.
Assim, olhando para 2024, um portfólio com exposição internacional que contemple ações e renda fixa, renda fixa local composto por pré-fixado/inflação e crédito, ações locais e criptoativos parece oferecer o equilíbrio necessário para o cenário que vem pela frente.
E você, já está posicionado para 2024?