Vence nesta terça prazo para WeWork quitar dívida ou desocupar prédio do fundo RCRB11

WeWork pode ter de desocupar um dos principais coworkings de SP; empresa diz que negociações já resultam em acordos

Aplicativo da WeWork. Foto: Divulgação
Aplicativo da WeWork. Foto: Divulgação

Vence nesta terça-feira (24) o prazo determinado pela Justiça para a WeWork quitar os aluguéis atrasados de um de seus principais endereços de coworking na cidade de São Paulo. Trata-se do prédio da rua Girassol, 555, no bairro da Vila Madalena, do fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11).

Em agosto, a gestora Rio Bravo entrou com ação na Justiça pedindo a quitação dos débitos ou a desocupação do espaço por parte do inquilino.

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Em setembro, a Justiça concedeu liminar de despejo contra a WeWork.

Deu assim o prazo de 15 dias para a empresa deixar o local ou pagar os débitos ao RCRB11. Até esta segunda-feira (23) a reportagem apurou junto aos envolvidos que nem uma parte da decisão, do pagamento de débitos, nem a outra, de desocupação, aconteceu.

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Assim, a Rio Bravo diz que, sem novidades nessa história até esta terça, o passo será solicitar a reintegração de posse do imóvel.

Sem WeWork, RCRB11 vai encontrar novo inquilino?

O prédio tem neste momento 80% de suas posições ocupadas. São sublocadas principalmente para empresas de tecnologia e de inovação. Então, o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), que é dono de 34,81% do imóvel, diz que não teria dificuldades em encontrar um novo locatário.

Mas o mercado tem lá suas dúvidas.

Larissa Nappo, especialista em fundos imobiliários do Itaú-BBA, diz que é tarefa difícil locar esse percentual rapidamente. “Não sei se os inquilinos teriam interesse em ficar sem estar no modelo de coworking”, destaca.

Aluguéis atrasados

Na ação protocolada na Justiça, os gestores do fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) apontam que a WeWork está inadimplente dos aluguéis com vencimento em 15 de junho, 15 de julho e 15 de agosto de 2024.

Segundo apurou a reportagem, a WeWork também não quitou o aluguel de 15 de setembro.

Segundo o último relatório gerencial do RCBR11, a posição do prédio da WeWork dentro do fundo é hoje de 8,5%. A maior posição do fundo, com 33,7%, é do prédio JK Financial Center, ocupado por empresas como AmBev, BNDES, Roland Berger, Arteris e Lifetime.

Além do RCRB11 e WeWork

Além do Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), neste momento o WeWork deve a outros três fundos. São eles o Vinci Offices (VINO11), o Torre Norte (TRNT11) e o Valora Renda Imobiliária (VGRI11).

Na última sexta-feira (20), a WeWork fechou um acordo com um dos fundos com quem estava inadimplente e também ameaçava um processo judicial, o Santander Renda de Aluguéis (SARE11), da Santander Asset.

Em fato relevante, o SARE11 informou que o WeWork quitou 50% dos valores até então em aberto. Isso, incluindo o aluguel de agosto de 2024, com os devidos juros cobrados.

“O saldo restante será pago nos próximos meses, seguindo cronograma estipulado entre as partes”, afirma o documento.

“Quanto aos aluguéis futuros”, destaca ainda o fato relevante, “esses foram renegociados e seguirão o fluxo do contrato de locação normalmente, sendo o primeiro vencimento ao final de outubro de 2024”.

Problemas em série

Então, se hoje a WeWork empilha problemas, há pouco a empresa era tida como a principal tomadora de imóveis em Nova York. Chegou a ser avaliada em US$ 47 bilhões.

De lá para cá, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (chapter 11) e obteve a aprovação para a reorganização em maio deste ano.

A empresa tem hoje 700 unidades em cerca de 40 países. No entanto, as operações da WeWork no Brasil, assim como em toda a América Latina, não estão contempladas dentro da recuperação judicial americana.

O que diz a WeWork

A Inteligência Financeira entrou em contato o WeWork que respondeu à reportagem com a seguinte mensagem. “Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado.”

A nota diz ainda:

“Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade. As negociações já estão resultando em acordos com locadores e seguimos comprometidos em prestar o excelente serviço que nossos membros esperam.”

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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