Natura (NTCO3): após vender Aesop e The Body Shop, executivos pedem separação da Avon
A ideia, que vinha sendo gestada desde o ano passado, propõe um cisão completa entre as marcas
A Natura (NTCO3) um dia sonhou em ser uma gigante global da área da beleza. Mas isso já era tratado como coisa do passado. E, nesta segunda-feira (5), a diretoria tratou de afastar qualquer esperança. A Natura tornou público o projeto de se separar da Avon.
A ideia, que vinha sendo gestada desde o ano passado, propõe um cisão completa entre as marcas. Assim, nasceriam duas empresas distintas, ambas negociadas em bolsa.
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Natura divulgou nota sobre separação da Avon
A empresa divulgou no início da noite, em fato relevante, que vai estudar levar ou não o projeto adiante. O Conselho de Administração da holding, dona das marcas, liberou a diretoria da Natura &Co Latam a realizar o trabalho.
Se der certo, a ideia é criar duas empresas na bolsa. Uma, a própria Natura, cada vez mais concentrada nas operações regionais. Outra, a Avon, a marca norte-americana de mais de 130 anos, que foi adquirida pela brasileira em 2019.
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‘Mais valor para os acionistas’, dizem
A ideia, diz o conselho da Natura, é de criar “duas companhias de beleza independentes e de capital aberto”. Tudo isso, “a fim de gerar ainda mais valor para os acionistas”.
De acordo com o documento, divulgado ao mercado, a estrutura da possível transação ainda está sendo avaliada.
Espera-se, contudo, que as empresas possuam planos de negócios próprios, além de governança independente. “E equipes de gestão mais bem preparadas para perseguir estratégias mais direcionadas para impulsionar o valor de longo prazo”.
Natura e Avon são diferentes
“Essa separação”, indica o fato relevante, “tem como objetivo promover o potencial de ambas as empresas, que possuem abrangências geográficas distintas, atendem diferentes consultores de beleza e consumidores e, juntas, oferecem valor limitado de sinergia sob a estrutura atual”.
Segundo a administração das empresas, a Natura continuaria operando com ambas as marcas na região. Portanto, a possível separação não afetaria a integração das marcas na América Latina.
A Avon, por sua vez, se beneficiaria indiretamente das vendas na América Latina por meio de um acordo comercial com a Natura, enquanto continuaria suas operações em outros mercados fora da América Latina.
“A potencial separação também proporcionaria aos acionistas uma maior visibilidade sobre desempenho financeiro, estrutura, perspectivas de crescimento e teses de investimento das respectivas companhias”, destaca o documento.
Não há garantias de que as empresas vão se separar
O Conselho de Administração da holding destaca que não há garantia de que qualquer separação será, em última análise, recomendada pela direção da companhia.
“A conclusão de uma separação está sujeita a várias condições, incluindo, entre outras, a aprovação final do Conselho de Administração e a aprovação da maioria dos acionistas.”
Natura saiu rápido de compradora para vendedora
O grupo, que neste ano completa duas décadas de listagem na B3, iniciou um processo de restruturação nos últimos anos com a venda de ativos famosos, como a marca australiana Aesop e a The Body Shop, rede britânica.