CEO da Enauta (ENAT3): temos que olhar novas oportunidades, porque elas passam
Por ser a primeira transação em um esperado movimento de consolidação entre as 'junior oils' no Brasil, Décio Oddone aponta que a operação é 'emblemática e com simbolismos'
Logo após acertar o acordo de fusão entre 3R (RRRP3) e Enauta (ENAT3), outras oportunidades continuarão sendo analisadas com uma lupa, diz Décio Oddone, presidente da Enauta e agora formalizado presidente da companhia fruto da fusão, em entrevista ao Valor.
“Temos que olhar oportunidades, porque oportunidades passam, elas não esperam”, ressalta. O foco, no entanto, está na operação, integração das empresas e sinergias, estimadas na casa de “bilhões de dólares”, afirma.
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“Temos uma quantidade de desafios importantes e o sucesso depende da gente entregar, temos que estar focados. Temos que montar uma estrutura capaz de entregar os resultados operacionais das duas empresas”, comenta.
Por ser a primeira transação em um esperado movimento de consolidação entre as “junior oils” no Brasil, Oddone aponta que a operação é “emblemática e com simbolismos”. “E a gente não quer parar por aí”, afirma.
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A nova empresa seguirá com uma área voltada para M&As (fusões e aquisições, pela sigla em inglês) e novos negócios, algo que se torna necessário em um setor que vai manter a atividade de consolidação, algo que se tornou mandatório depois da Petrobras interromper a venda de campos maduros, algo que foi o combustível para a criação de diversas petroleiras independentes.
O acordo relâmpago da fusão — a proposta da Enauta foi feita à 3R no início de abril — foi possível, segundo Oddone, pelo pragmatismo das equipes e eficiência.
“Nesse negócio (de óleo e gás) tem que ter agilidade, esse é um negócio de escala. E não tem solução: para ser bem sucedido precisa de escala, custo de capital competitivo, custo de extração competitivo e só se consegue com eficiência”, frisa o executivo.
Ele lembra que desde março, momento em que Enauta preparava a proposta, o foco na transação tem sido integral. Ele mesmo, conta, cancelou quatro viagens que faria aos Estados Unidos nesse período, incluindo a “Brazil Week”, que ocorreu nesta semana e não pode estar presente na meia maratona de Nova York.
Agora, com o acordo fechado, ambas empresas seguirão com os trâmites burocráticos para concluírem a operação, algo esperado, segundo ele, parar ocorrer em julho. As empresas precisam dar o prazo legal para a saída de acionistas (direito de recesso) e chamar as assembleias para tratar da transação.
Ainda é necessário passar pelo crivo do órgão antitruste, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), processo que Oddone espera que caminhe rapidamente. “Essa é a primeira consolidação entre duas empresas relativamente pequenas”, diz.
O Itaú BBA e BTG Pactual foram assessores da 3R na transação, ao passo que a XP e Citi atuaram pela Enauta.
Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico