Banco ABC (ABCB4) questiona na Justiça recuperação judicial de dona do Starbucks no Brasil

SouthRock, dona do Starbucks no Brasil tem dívidas de R$ 30 milhões com Banco ABC (ABCB4), que questiona recuperação judicial do grupo

Loja da Starbucks. Foto: Katie Slusarski/Flickr

A saga da recuperação judicial do fundo de investimento privado SouthRock Capital, dono no Brasil da Starbucks, Subway e Eataly, ganhou mais um capítulo na quinta-feira (2). O Banco ABC (ABCB4) decidiu entrar na Justiça com uma medida contra a reestruturação de capital do fundo. Advogados que representam a instituição financeira pedem que a Justiça negue “integralmente” o pedido da SouthRock.

Os advogados Gabriel de Orleans e Bragança e Hugo Tubone Yamashita, representantes legais do Banco ABC (ABCB4), alegam que a SouthRock não apresentou “demonstrações contábeis” que justifiquem o pedido de recuperação judicial.

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Na quarta-feira (1), o juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, negou o pedido de recuperação judicial da SouthRock. Segundo o magistrado, a SouthRock não apresentou demonstrações contábeis que constatam a situação financeira descrita na inicial.

Os advogados do Banco ABC (ABCB4) também questionam a ausência da marca Subway no pedido de recuperação judicial.

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Subway não entrou no pedido de recuperação judicial

Na última terça-feira (31/10), a SouthRock protocolou pedido de recuperação judicial das empresas ligadas ao grupo na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo. Segundo documento apresentado pelo Thomas Bastos, Waisberg e Kurzweil advogados, as dívidas do grupo somam aproximadamente R$ 1,8 bilhão.

Além disso, a SouthRock pediu em juízo proteção contra a antecipação de recebíveis por parte de instituições financeiras, alegando que esses valores correspondem a 80% do perfil da dívida. Também solicitou à Justiça que suspendesse o pedido de rompimento do contrato do licenciamento da marca Starbucks no Brasil, requerido pela matriz americana da empresa.

No total, a SouthRock pediu recuperação judicial para 19 empresas com sede no Brasil, incluindo Starbucks e Eataly. Mas, no pedido inicial, o Subway ficou de fora.

O Banco ABC (ABCB4) chamou a exclusão da franquia de fast food de “estranheza”. A instituição financeira alega que, pelas empresas da SouthRock operarem com “caixa único” e “sob a mesma gestão empresarial”, o Subway teria que fazer parte da recuperação judicial.

“Mas não foi incluído porque representa a única joia da coroa do grupo”, argumentam os advogados do SOB Advogados.

Assim, o Banco ABC (ABCB4) pede o reconhecimento do Subway na reestruturação de capital da SouthRock.

Dívida de dona do Starbucks com banco é de R$ 30 mi

A SouthRock tem uma dívida de R$ 30,2 milhões com o Banco ABC (ABCB4), segundo informou o banco à Inteligência Financeira. A maior parte da dívida, de R$ 24 milhões, diz respeito a contratos de empréstimos, de swap de fluxo de caixa e emissões de crédito bancário.

A SouthRock pediu em juízo para antecipar recebíveis da custódia financeira, cedidos aos bancos com que opera como garantia para empréstimos. Na última terça (31), o juiz Leonardo dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, decidiu prorrogar o acesso ao crédito. Pelo menos até o prazo final da perícia sobre as finanças da SouthRock.

Na Justiça, os advogados do Banco ABC (ABCB4) questionam o pedido da SouthRock de acesso aos recebíveis bancários já que, em tese, o valor “não pode ser afetado pela recuperação judicial, porque não se qualificam como bens de capital”.

O pedido de antecipação, na análise do banco, é um “firme indicativo da inviabilidade econômica” da recuperação judicial da dona do Starbucks no Brasil.

Por fim, o banco pede que um “expert” realize um raio-X das operações da SouthRock envolvendo suas marcas e que a Justiça negue “integralmente” o pedido de recuperação judicial. Inclusive o pedido de antecipar recebíveis detidos por credores.

Procurado pela reportagem da Inteligência Financeira para comentar os questionamentos do Banco ABC (ABCB4), o fundo de investimento privado SouthRock Capital, não se manifestou até o fechamento desta reportagem, na sexta-feira (3).

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