Morning call: falas de Galípolo pioram humor no mercado local, que aguarda discurso de Powell

O diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que a autoridade monetária não pode se arriscar com um 'forward guidance' (orientação futura), apesar do 'cenário desconfortável'

O mercado acompanha de perto nesta sexta-feira (23) o discurso do presidente do banco central dos Estados Unidos (EUA), Jerome Powell, no Simpósio Econômico anual de Jackson Hole.

Powell, falará às 11h (Brasília) e a expectativa é de que dê mais pistas sobre o momento e o tamanho dos cortes nas taxas de juros nos EUA.

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Nesta manhã, os futuros de índices de ações negociados nas bolsas de Nova York sobem. Os rendimentos dos títulos do Tesouro operam acima de 3,85%, após quatro sessões de quedas.

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Galípolo, do BC: pouso suave nos EUA e dúvidas sobre futuro dos juros no Brasil

Na quinta, o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que, nos EUA, está se consolidando a visão atual de um “soft landing”, pouso suave da economia.

No cenário interno, ainda não é possível identificar de maneira objetiva o efeito do mercado de trabalho mais aquecido para salários e preços. “Isso tem levado a mais cautela”, disse Galípolo em evento da FGV. A fala foi interpretada como menos favoráveis a uma alta de juros por aqui, no Brasil.

Ele repetiu que a meta da autoridade monetária é de inflação e que o BC não vai hesitar em subir os juros se necessário. “Situação desconfortável é ter inflação acima da meta, com expectativas desancorando.”

Galípolo acrescentou que, do ponto de vista da política monetária, o foco está na meta de inflação e que o BC atua como um “zagueiro”. “No final, o BC vai se apresentar e dele ‘a bola não passa’.”

Mercado de olho em Jackson Hole

Há dois anos, Powell aproveitou a reunião para transmitir uma mensagem contundente. Na ocasião, ele disse que o Fed estava decidido a domar a inflação. Por isso, aceitaria uma recessão como o custo para atingir esse objetivo, se necessário.

O comitê de política monetária dos EUA havia começado, em março de 2022, a elevar os juros. O objetivo era conter o aumento da inflação pós-Covid.

Segundo o último relatório para inflação nos EUA (julho), em 12 meses, a escalada de preços desacelerou de 3,0% para 2,9%. Contudo, a inflação no país ainda não voltou à meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária.

Atualmente a taxa de juros nos EUA está no intervalo de 5,25% a 5,50%.

A expectativa do mercado é de que Powell dê pistas sobre os rumos dos juros nos EUA.

Isso porque a próxima reunião de política monetária nos EUA acontece em 17 e 18 de setembro. E é amplamente esperado que o Fed anuncie o primeiro corte de juros já neste próximo encontro.

Embora haja uma divisão quanto a uma redução de 0,25 ponto percentual ou um corte mais agressivo, de 0,5 ponto.

Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, também estará presente em Jackson Hole, no momento em que o mercado de juros local tem fortificado as apostas em um aumento da Selic até o fim deste ano.

Morning call: como fechou a bolsa de valores na quinta-feira?

Na quinta-feira, as falas de Galípolo, consideradas menos favoráveis a uma alta de juros, pioraram o humor no mercado local.

Além disso, operadores enxergaram um ajuste de posição nos mercados globais às vésperas do evento em Jackson Hole e com eleições presidenciais dos Estados Unidos no radar.

Ibovespa caiu 0,95%, aos 135.173 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 134.836 pontos e, na máxima, os 136.462 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,05 bilhões no Ibovespa e R$ 21,47 bilhões na B3 .

Morning call: como fecharam as bolsas de Nova York?

O índice Dow Jones  fechou em queda de 0,43%, a 40.712,78 pontos; o S&P 500 recuou 0,89%, a 5.570,64 pontos; e o Nasdaq caiu 1,67%, a 17.619,35 pontos.

O tombo das bolsas nova-iorquinas foi puxado pelo desempenho de ações dos setores de tecnologia e consumo discricionário, que anotaram queda conjunta de 2,13% e 1,87%, respectivamente, no S&P 500.

Morning call: como fecharam as bolsas da Ásia?

As bolsas da Ásia fecharam sem definição definida nesta sexta-feira.

Japão

No Japão, o índice Nikkei subiu 0,4% a 38364,27 em um movimento de ajuste de posições. Um iene mais forte e a reintrodução de subsídios de energia podem desacelerar a inflação doméstica no curto prazo, informa Krishna Bhimavarapu, economista da State Street Global Advisors.

O índice de preços ao consumidor (CPI) de julho ficou em 2,7% ante 2,6% em junho. Destaques foram a Asics, com alta de 3.8% e Taisei avançando 3.7%. Na semana, o Nikkei subiu 0,79%.

Coreia do Sul

Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 0,2% a 2701,69, encerrando três pregões de altas consecutivas em um movimento de realização de lucros.

Na semana, o índice avançou 0,2%. Fabricantes de semicondutores e de baterias foram destaques de queda em um pregão dominado pela aversão ao risco. SK Hynix caiu 2,9% e a LG Energy Solution recuou 1,1%.

Hong Kong

O índice Hang Seng de Hong Kong fechou em queda de 0,2% a 17612.10 em meio a cautela do mercado antes do discurso de Powell. NetEase foi destaque entre as perdas, com queda de 10% depois de reduzir os lucros no segundo trimestre. Orient Overseas caiu 7,3% depois de tmbém apresentar resultados fracos. Na semana, a bolsa de Hong Kong subiu 1,04%.

China continental

Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,2% a 2854,37 impulsionado por ações de seguradoras. Ping Na Insurance subiu 0,1% e New China Life avançou 0,9%.

Investidores atuam com cautela antes da decisão de política monetária do banco central da China na segunda-feira.

Na semana, o Xangai caiu 0,87%.

Índia

Na índia, o índice Sensex fechou praticamente estável com ligeira alta de 0,05% a 81.094,52. Na semana, a alta foi de 0,82%.

Com informações do Valor Econômico.

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