Morning call: após bater recorde, bolsa vai manter a trajetória de alta e renovar as máximas?

O Ibovespa ontem fechou em alta de 1,06%, aos 130.842,09 pontos

B3: painel mostra desempenho do Ibovespa. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
B3: painel mostra desempenho do Ibovespa. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O morning call de hoje indica que a bolsa de valores tem o desafio de manter o ótimo resultado experimentado na véspera. Mesmo diante de um dia esvaziado na agenda econômica.

O Ibovespa ontem fechou em alta de 1,06%, aos 130.842,09 pontos. Isso significa que o índice superou a máxima histórica, que data de 7 de junho de 2021, quando o índice marcou 130.776,27.

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Desoneração da folha

Sem uma agenda econômica colocada, o mercado pode repercutir questões políticas. Como a briga que se avizinha em torno da desoneração da folha de 17 setores econômicos. O veto do presidente Lula à medida foi derrubado nesta quinta-feira no Congresso e ao que tudo indica o tema deve ser levado ao Judiciário pelo Ministério da Fazenda.

Política monetária

Também a influência das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos na bolsa de valores deve arrefecer. Economistas avaliaram que o Banco Central sinaliza ciclo maior de queda da Selic ao não indicar aceleração dos cortes. A queda anunciada foi de 0,50 ponto porcentual, para 11,75%, ritmo que será mantido nas próximas reuniões, segundo a autoridade monetária.

Últimas em Morning Call

Nova York influencia o Ibovespa

As bolsas de Nova York fecharam em leve alta nesta quinta-feira, após oscilarem durante a tarde, ainda na euforia após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmar na quarta-feira que o corte da taxa básica dos Estados Unidos já está sendo discutido.

O índice Dow Jones subiu 0,43%, aos 37.248,31 pontos, novo recorde histórico, o S&P 500 avançou 0,27%, aos 4.719,57 pontos e o Nasdaq fechou em alta de 0,19%, aos 14.761,56 pontos.

Segundo o City Index, a alta desta quinta é ainda reação dos comentários de Powell mais ‘dovishs’ que o esperado, após o Banco Central americano manter juros inalterados na quarta-feira.

“O Natal chegou mais cedo para os mercados de ações, pois o Fed deu aos investidores o que eles queriam”, reforça. “O Fed também poderá ser motivado por preocupações de que uma recessão possa estar no horizonte se as condições financeiras não forem facilitadas”.

Bolsas da Ásia

Os mercados acionários da Ásia não tiveram direção única nesta sexta. Entre os principais, Xangai exibiu perdas, mas Tóquio e várias outras subiram, ainda apoiadas pela perspectiva de relaxamento monetário por bancos centrais globais.

Indicadores da economia chinesa foram avaliados, com a produção industrial acima da expectativa, mas frustração diante das vendas no varejo.

A bolsa de Xangai fechou em queda de 0,56%, em 2.942,56 pontos, ao reverter ganhos vistos em parte do pregão mais para o fim do dia pela segunda vez seguida.

A bolsa de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,39%, a 1.912,50 pontos.

Dados da China

A produção industrial da China cresceu 6,6% em novembro, na comparação anual, acima da previsão de alta de 5,4% dos analistas ouvidos pela FactSet.

Já as vendas no varejo tiveram avanço de 10,1% na mesma comparação, quando se esperava alta de 12,5%.

As vendas de moradias novas recuaram em ritmo mais forte, entre janeiro e novembro na comparação com igual intervalo de 2022, em meio a dificuldades recentes no setor.

Entre ações em foco, o setor farmacêutico liderou as perdas, com Jiangsu Hengrui em queda de 2,3% e WuXi AppTec, de 1,65%.

Já o setor imobiliário liderou ganhos, após Pequim e Xangai relaxarem restrições a compras de residências. Poly Developments & Holdings Group subiu 2,5% e Greenland Holdings, 1,3%.

Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei registrou ganho de 0,87%, a 32.970,55 pontos. O mercado japonês foi apoiado pela expectativa de que os bancos centrais pelo mundo relaxem a política monetária em 2024.

Fabricantes de microchips se destacaram, e as exportadoras foram ajudadas pelas perdas do iene. Shin-Etsu Chemical subiu 5,5%, Advantest avançou 3,85% e Mitsui O.S.K., 7,1%.

Por outro lado, Seven & I recuou 3,6%, SMFG caiu 3,2% e Otsuka, 3,5%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 2,38%, a 16.792,19 pontos. Papéis de tecnologia e do setor imobiliário estiveram entre os destaques, com otimismo sobre relaxamento monetário global adiante.

Entre ações em foco, Longfor Group Holdings avançou 6,3% e China Resources Land, 5,85%. Em Taiwan, o índice Taiex avançou 0,12%, para 17.673,87 pontos.

Na bolsa de Seul, o índice Kospi avançou 0,76%, a 2.563,56 pontos. A praça sul-coreana registrou a sétima semana seguida de ganhos, com avanço em ações ligadas à energia renovável e ao setor de construção.

Na Oceania, em Sydney o S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,88%, em 7.442,70 pontos. A semana na praça australiana foi a mais forte desde julho, e hoje papéis ligados a commodities e ao setor financeiro puxaram o índice para o sexto ganho diário seguido.

Com informações da Dow Jones Newswires e do Estadão Conteúdo

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