Mercado Livre põe preço em sua oferta de ações em US$ 1,550 e levanta US$ 1,55 bilhão
Empresa anunciou ontem sua oferta de US$ 1,5 bilhão em ações ordinárias, divididas em 1 milhão de ações e com a opção de mais 150 mil papéis nos próximos 30 dias
O Mercado Livre anunciou, no final da manhã desta terça-feira, que precificou sua oferta de um milhão de ações, anunciada ontem, em US$ 1,550 por papel. Com isso, a empresa argentina levanta US$ 1,55 bilhão na oferta. A empresa tem a possibilidade de emitir mais 150 mil ações nos próximos 30 dias caso haja interesse. O Mercado Livre informou que irá usar os recursos para fins diversos. É esperado que a empresa mantenha o plano, anunciado em março, de investir até R$ 10 bilhões no Brasil, até o fim deste ano.
Essa é a primeira oferta primária, quando a empresa vende novas ações, do Mercado Livre em quase três anos. Em 2019, a companhia levantou US$ 1 bilhão para investir na sua estratégia de crescimento — um movimento que se provou acertado. Desde então, o valor de mercado da companhia mais que triplicou, saindo de US$ 22 bilhões para US$ 80 bilhões, na Nasdaq.
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O mercado reagiu positivamente ao anuncio de ontem. Os analistas destacaram o potencial de ampliação na receita vinda de serviços como o Mercado Pago, embora alguns especialistas vejam, neste momento, redução no interesse dos investidores por ativos de varejistas online. A ação do Mercado Livre, negociada na Nasdaq, registrava queda de 5,71% no final da manhã.
Segundo o Citi, o anúncio foi surpreendente, por conta da robusta liquidez atual da empresa e a redução no interesse dos investidores em companhias no segmento de comércio eletrônico. O banco americano aponta que por ser um ano fraco de ofertas das empresas do setor, o Mercado Livre não deve encontrar dificuldades para dar seguimento a operação.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo apontam que, apesar de a empresa não especificar onde os recursos levantados serão utilizados, dá para se ter uma ideia. “Acreditamos que vão intensificar investimentos em logística, expandir serviços e desenvolver oportunidades de monetização com anúncios.”
Eles destacam que o interesse do investidor em comércio eletrônico caiu por conta de um menor crescimento no varejo e um maior ceticismo quanto ao cenário competitivo para o setor na América Latina com a entrada de companhias chinesas.
Com Agências e Valor Econômico