Magazine Luiza (MGLU3) registra maior prejuízo para um 1º trimestre desde o IPO

Por outro lado, vendas do marketplace superam as das lojas físicas pela primeira vez na história da varejista

Unidade do Magzine Luiza - Foto: Divulgação/Magazine Luiza
Unidade do Magzine Luiza - Foto: Divulgação/Magazine Luiza

O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou nesta segunda-feira (15) um prejuízo líquido contábil de R$ 391,2 milhões no primeiro trimestre de 2023. Já no primeiro trimestre do ano passado, a companhia tinha apurado resultado negativo de R$ 161 milhões. Ou seja: o prejuízo líquido da empresa aumentou 143% de um ano para o outro.

As despesas financeiras líquidas totalizaram R$ 632,4 milhões no trimestre, ante R$ 442,1 milhões na comparação ano a ano. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a companhia informou em comunicado que “as despesas aumentaram 2,1 pontos percentuais devido ao aumento da taxa de juros” que estava a 9,25% em janeiro e se mantém a 13,75% desde agosto. Contudo, a companhia reforçou os números de vendas do marketplace que, pela primeira vez, ultrapassaram as lojas físicas em receita.

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Ebitda do Magazine Luiza (MGLU3) cresce no trimestre

De acordo com a diretoria do Magalu, o resultado contábil negativo no primeiro trimestre de 2023 se deve pela reintrodução do o DIFAL — diferença do ICMS coletada em compras interestaduais — e “pelo aumento das despesas financeiras no período”. O lucro líquido ajustado da varejista se fixou em R$ 309,4 milhões ante R$ 98,8 mi no mesmo período de 2022.

Já o lucro bruto ajustado da empresa saltou 2% na comparação anual, de R$ 2,43 bilhões para R$ 2,47 bi. Outro avanço destacado pelo Magalu foi na receita líquida, saindo de R$ 8,76 bilhões para R$ 9,07 bi, o que representa um crescimento de 3%.

O Ebitda o Magalu teve saldo positivo, com avanço de 3,2% na base anual. O lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciação foi de R$ 448 milhões nos primeiros três meses deste ano, frente a R$ 434,2 milhões no mesmo período de 2022. A margem do Ebitda manteve-se estável, recuando apenas 0,1 p.p.

Marketplace do Magalu supera lojas físicas pela 1ª vez

O Magalu atribuiu a estabilidade da margem do Ebitda à receita total de vendas na temporada, de R$ 15,5 bilhões no primeiro entre janeiro e março, crescimento de 10% em relação ao ano passado.

A companhia destacou ainda seu resultado no e-commerce. Pelos canais digitais, incluindo o marketplace (3P) e vendas diretas (1P), a companhia teve receita de R$ 11,3 bilhões, um aumento de 11% na comparação ano a ano. A estatística da média do mercado para o e-commerce para o período é de recuo de 14%, segundo dados da consultoria Neotrust.

O aumento em vendas fez o marketplace do Magalu tomar a liderança nas receitas da varejista. As vendas pelo cana 3P totalizaram R$ 4,36 bilhões no trimestre, um crescimento de 19,4% comparado ao mesmo período do ano anterior. Pela primeira vez, disse o Magalu, o marketplace superou as vendas de lojas físicas em um trimestre — o canal de vendedores terceiros agora tem fatia de 37% sobre o volume total de vendas (GMV).

“Mais uma vez, o grande destaque do período foi o marketplace, canal que é a grande alavanca de crescimento e rentabilidade da companhia”, diz Frederico Trajano, CEO do Magalu. “O que enxergamos como o futuro do negócio vem rapidamente tomando forma”, destacou em nota.

Nas lojas físicas, o aumento em receitas por vendas foi mais singelo, de 7,5% entre janeiro e março deste ano ante período igual do ano anterior.

Magalu aumenta marketshare no e-commerce

Entre o último trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, o Magalu registrou aumento de 21 mil novos varejistas no marketplace. Impulsionado pelo aumento dos canais digitais, a varejista cresceu 6,2 p.p na participação de mercado do e-commerce brasileiro.

Era um movimento esperado por parte dos analistas do mercado financeiro. Com a crise da Americanas, porta-vozes do Magalu destacaram que a tendência dos vendedores terceirizados de plataformas era de migrar para varejistas rivais.

Fintech Magalu brilha, mas Luizacred vai do lucro ao prejuízo

As fintechs do Magalu também tiveram destaque positivo dentro do resultado financeiro da varejista, apesar do prejuízo. O volume total de transações (TPV) processadas pela Fintech Magalu — o que inclui os cartões de crédito e a conta digital Magalu Pay — atingiu R$ 23,5 bilhões entre janeiro e março, crescendo 12,9% na base anual.

Em março, diz a varejista, o MagaluPay alcançou a marca de 10 milhões de contas digitais, enquanto o TPV dos cartões de crédito do Magalu cresceu 10,5%. A carteira de crédito do Magalu cresceu 9% ante mesmo período do ano passado mas recuou na base trimestral, de R$ 20,5 bilhões para R$ 20,2 bi.

Apesar do avanço em contas digitais, o consórcio de crédito do Magalu, Luizacred, teve prejuízo líquido de R$ 68,2 milhões no primeiro trimestre. O resultado reverte o lucro de R$ 33, do mesmo período anterior

Por fim, a posição de caixa total do Magazine Luiza encerrou o primeiro trimestre em R$ 7,1 bilhões, somando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,2 bi e recebíveis de cartão de crédito de R$ 4,9 bilhões. “No trimestre, a geração de caixa foi influenciada pela sazonalidade do capital de giro”, disse a varejista.

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