ChatGPT: relatório do Itaú BBA mostra as empresas vencedoras e perdedoras com a chegada da ferramenta

Microsoft sai na frente, enquanto Google tem riscos

- Ilustração: Renata Miwa
- Ilustração: Renata Miwa

Com certeza você deve ter ouvido falar sobre a nova ferramenta de inteligência artificial que tem gerado muito reboliço por aí. Desenvolvida pela OpenIA, o ChatGPT foi criado para interagir com nós, humanos, em um chat por meio de uma linguagem mais natural, bem parecida com a que usamos com nossos colegas e familiares.

Portanto, o ChatGPT é capaz de escrever e resumir textos, e-mails, trabalhos acadêmicos entre diversas outras coisas.

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Por isso, a ferramenta gerou um enorme impacto entre as pessoas. Para se ter uma ideia, só em janeiro, o ChatGPT atraiu mais de 100 milhões de pessoas, tornando-se a ferramenta de internet com a mais rápida entrada de usuários na história.

ChatGPT e os impactos nas empresas

E por mais que a ferramenta ainda esteja no começo, ou seja, precisando de melhorias, ela pode ser uma aliada e tanto para as empresas.

De acordo com um levantamento realizado pelo Itaú BBA, existe um potencial inexplorado para capturar pelo menos algumas das 10 bilhões de consultas de pesquisa diárias no mundo. O que pode traduzir em receitas anuais de aproximadamente US$ 200 bilhões somente no mercado de buscas.

E o impacto do ChatGPT nas companhias leva, também, a outro ponto importante: os investimentos. Afinal de contas, é importante estar de olho em como as empresas  de tecnologia irão se comportar com a entrada avassaladora desta ferramenta.

Desse modo, a pesquisa do Itaú BBA trouxe algumas informações relevantes:

  • Mais de 10 empresas, incluindo NVIDIA, Google, Meta, Baidu e agora Microsoft (com OpenAI) possuem grandes modelos de linguagem (LLMs), com mais de 100 bilhões de parâmetros; esses modelos são a base para ferramentas do tipo ChatGPT;
  • O Google tem a tecnologia para se adaptar rapidamente aos LLMs em relação à participação de mercado e produtos. “Nossa impressão, no entanto, é que a burocracia e os incentivos ‘errados’ (como remuneração vinculada ao preço das ações) no Google levou a um comportamento excessivamente avesso ao risco, permitindo que o ChatGPT fosse lançado antes do modelo do Google (BARD), mesmo com o BARD tendo começado a ser construído antes do ChatGPT”, aponta o estudo;
  • Google pode ser prejudicado por custos muito mais altos. “O que ocorre é que se a empresa migrar seu buscador para uma ferramenta como o ChatGPT, na qual cada busca custa 10 vezes mais caro, o seu resultado operacional (Ebit) poderia ser impactado em até 60% em um cenário extremo. O principal fator que determinará essa erosão da lucratividade (sua velocidade e escala) provavelmente será a concorrência, em nossa visão”, informa o relatório do Itaú BBA.

Empresas vencedoras com ChatGPT

Neste contexto, quais seriam então as companhias que sairiam ganhando com a chegada do ChatGPT e esta nova tecnologia de inteligência artificial?

O levantamento mostrou que a Microsoft pode ser uma grande vencedora a longo prazo. “Entre outras gigantes da tecnologia, tanto a Meta quanto a Apple podem ser vencedoras secundárias. Isto por meio de produtos disruptivos (Meta) ou maior demanda para ser o buscador exclusivo nos celulares com sistema operacional iOS (Apple)”, mostra.

Mas, se tem um setor que é o campeão em todo este cenário, com certeza é o de semicondutores. E o relatório aponta a NVIDIA como a principal escolha. Isso porque, a companhia domina o mercado de chips do tipo GPU (computação em paralelo), que é necessário para processar modelos como o ChatGPT.

Além dessas companhias, o levantamento também menciona as empresas de armazenamento de dados como a Snowflake (SNOW). Isso porque, os avanços da inteligência artificial podem explorar ainda mais a demanda por análises.

Já aqui no Brasil, a única empresa que parece estar exposta ao tema é a Zenvia. “Afinal de contas, a companhia poderia ter mais uso para ferramentas CPaaS (plataformas online que permitem aos desenvolvedores incorporar programaticamente serviços de voz, vídeo, chat e mensagens em seus aplicativos de negócios ou de consumo)”, informa o levantamento do Itaú BBA.

E as empresas que saem perdendo?

Além do Google, que já foi mencionado, outras companhias que seriam as perdedoras são aquelas que dependem fortemente do tráfego de pesquisa, como Booking, Expedia e Trip.com.

“(Estas empresas) podem sofrer ao tentar adaptar seus serviços a um mecanismo de tráfego potencialmente novo e mais caro. Além disso, as empresas de educação online (como a Chegg) podem sofrer. Isso porque o ChatGPT é barato e uma alternativa rápida para bancos de dados de testes ou provas ou cursos de baixo custo. Cuidado com as empresas expostas a estudantes de baixa renda”, analisa o relatório.

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