Itaú BBA melhora recomendação para ações da Hapvida (HAPV3) mesmo com novo piso da enfermagem

Para analista, impacto de aumento dos salários de enfermeiros será menor do que se esperava

Unidade da Hapvida (HAPV3). Foto: Divulgação
Unidade da Hapvida (HAPV3). Foto: Divulgação

O Itaú BBA elevou nesta quarta-feira (4) a avaliação de preço justo para as ações da Hapvida (HAPV3), por considerar que os efeitos do aumento do piso salarial da enfermagem serão limitados.

Para o banco de investimentos, a mudança não ofuscará a melhora operacional esperada para a operadora de saúde.

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Por isso, reforçou a recomendação de compra para as ações da Hapvida, com avaliação de valore justo de R$ 6 cada, ante cálculo anterior de R$ 5,3 por papel negociado na bolsa de valores.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na última segunda-feira que a implementação do piso salarial para enfermeiros do setor privado, que na prática deve aumentar os salários do setor, deve ser precedida de uma negociação coletiva entre empresas e sindicatos.

Para o Itaú BBA, possíveis negociações com sindicatos, aumento da jornada de trabalho, novos ajustes nas estruturas de trabalho e repasse dos impactos nos preços podem mitigar todo o impacto da implementação do piso salarial para enfermeiros, diminuindo o impacto na receita líquida da empresa, de 1,2% para 0,84%.

“Como esse piso salarial não será reajustado anualmente pela inflação, estamos assumindo que esse número permanecerá estável em termos nominais até 2025 em nossas projeções”, diz o relatório assinado por Vinicius Figueiredo.

“Assim, o crescimento do ticket médio acima da inflação deve diluir o efeito ao longo do tempo”, acrescenta o texto.

Aumento de preços

Para o analista, embora no curto prazo a Hapvida ainda tenda a seguir registrando perda de beneficiários, como resultado dos aumentos de preços e da descontinuação de carteiras não lucrativas, isso deve ser compensado em parte por disciplina no controle de custos.

Além disso, o aumento do ticket médio deve se refletir em maior faturamento nos próximos trimestres, segundo Figueiredo, que estima crescimento de receita líquida de 17% em 2023 e 11% em 2024.

“Essa revisão é baseada em nossa nova premissa de custo de capital próprio de 13,9%, em comparação com os 14,4% anteriores”, afirmou o analista, que considera a Hapvida sua principal aposta no setor de saúde brasileiro.

O papel da operadora de saúde, que acumula alta de cerca de 20% em 2023, tinha alta de 1,6% nesta sessão na B3.

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